Tragédia, ‘silêncio’, negociação… Incêndio no Ninho completa um mês
Tragédia aconteceu no dia 8 de fevereiro e, de lá para cá, diversos capítulos deste lamentável episódio da história do Flamengo aconteceram
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A maior tragédia da história do Flamengo, como classificou o presidente Rodolfo Landim, completa um mês nesta sexta-feira. No dia 8 de fevereiro, os rubro-negros acordaram com a triste notícia de que um incêndio havia atingido os alojamentos da categoria de base, que ficavam no CT Ninho do Urubu, deixando 10 jovens mortos e três feridos.
Neste período, houve alguns capítulos deste caso, como conversas do Flamengo com órgãos públicos e até mesmo a interdição do Ninho do Urubu.
O incêndio
O incêndio no alojamento da base do Ninho do Urubu aconteceu nas primeiras horas do dia 8 de fevereiro. No momento do incidente, havia 26 jovens no local, sendo que apenas 13 conseguiram escapar ilesos. Christian Esmério (15), Arthur Vinícius (14), Vitor Isaias (14), Pablo Henrique (14), Bernardo Pisetta (14), Jorge Eduardo (15), Áthila Paixão (14), Samuel Thomas (15), Rykelmo (16) e Gedson Santos (14) foram vítimas fatais. Cauan Emanuel (14), Jhonata Ventura (15) e Francisco Dyogo (15) foram hospitalizados.
Primeiras palavras
Horas depois do incêndio, o presidente Rodolfo Landim deu um rápido pronunciamento afirmando se tratar da maior tragédia da história do Flamengo e apontando que a prioridade da diretoria, naquele momento, era o auxílio às famílias.
Apreensão e adeus
No decorrer do fim de semana, os corpos dos jovens foram sendo identificados, liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) e indo para os locais de origem para o último adeus de familiares e amigos. Neste processo, houve um momento de tensão: foi dito, no hotel onde estavam hospedadas as famílias, que cinco dos 10 corpos só poderiam ser identificados através de exames de DNA, o que causou apreensão entre os familiares. A informação, porém, não foi confirmada e, ao fim da tarde de domingo, todos os corpos já haviam sido identificados.
Novo pronunciamento
No sábado, dia seguinte ao incêndio, Reinaldo Belotti, CEO do Flamengo, fez um pronunciamento na Gávea e garantiu que o clube trabalhava para regularizar o Ninho do Urubu, que alojamento não eram "puxadinhos" e afirmou que o incêndio se tratou de uma tragédia, sem ligação com uma possível falta de prevenção.
Homenagens
No sábado e no domingo seguintes ao acidente, a torcida do Flamengo realizou diversas homenagens aos "Meninos do Ninho". No sábado, houve abraço na Gávea e também ações ao redor do Maracanã. Na semana seguinte, no Fla - Flu pela semifinal da Taça Guanabara - jogo adiado por conta da tragédia -, novas lembranças para os jovens vítimas do incêndio.
Reunião com órgãos públicos
No dia 11, segunda-feira após o acidente, membros da diretoria do Flamengo tiveram a primeira reunião com órgãos públicos - Prefeitura do Rio de Janeiro, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério do Trabalho. Após o encontro, Landim deu novo pronunciamento, voltando a afirmar que a prioridade seria o auxílio aos familiares das vítimas.
Sem crianças e adolescentes
Cinco dias após o acidente, a Justiça do Rio de Janeiro proibiu que crianças e adolescentes entrassem, permanecessem ou participassem de atividades no Ninho do Urubu. À época, os trabalhos das categorias de base estavam suspensos sem previsão de volta.
Nova reunião e reforço em pedido por interdição
Flamengo e órgãos públicos voltaram a se reunir uma semana após o incêndio, no dia 15. No encontro, membros da Prefeitura do Rio de Janeiro reforçaram o pedido pela interdição do Ninho do Urubu, ressaltando processo de 2017. Após as conversas, Rodrigo Dunshee, vice-presidente geral e jurídico, falou rapidamente, deixando o local logo que começou a ser questionado pelos jornalistas.
Valores à mesa
No dia 19, a Defensoria Pública, em nota, afirmou que não havia tido acordo em relação aos valores das indenizações. No dia seguinte, a Defensoria Pública se reuniu com oito famílias de vítimas do incêndio. Apesar do avanço em relação a alguns pontos, como valor de indenização para os feridos, foi explicado que não houve acordo em relação aos valores envolvidos nas indenizações para as famílias dos jovens mortos. A Defensoria Pública sugeriu que o Flamengo pagasse R$ 2 milhões às famílias e uma remuneração mensal de R$ 10 mil até a data que os garotos completariam 45 anos. Já o Rubro-Negro, ofereceu entre R$ 300 mil e R$ 400 mil e uma remuneração mensal de um salário mínimo por 10 anos.
Irritação das famílias
No dia 21, uma reunião entre representantes das famílias das vítimas, familiares e Flamengo, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), terminou com familiares saindo mais cedo e falando em desrespeito do Rubro-Negro em relação a eles.
Ninho interditado
Após visita de membros da secretaria municipal da Fazenda, da Ordem Pública e do Ministério Público, juntamente com a Guarda Municipal, o Ninho do Urubu foi interditado para toda e qualquer atividade, fazendo valer um processo de 2017 e que rendeu inúmeras multas ao clube. Entre o dia 8 e o dia 26 de fevereiro, o local foi usado para treinos do elenco profissional.
Treinos na Gávea
O treino que estava marcado para o dia 27, no Ninho, foi transferido para a Gávea, local que vem sendo usado pelo time profissional até o momento.
Reapresentação
No último dia 21, o elenco Sub-20 do Flamengo se reapresentou, sendo o primeiro grupo da base a voltar aos trabalhos. Os retornos do Sub-15 e Sub-17 está previsto para a próxima segunda-feira.
Altas médicas
O primeiro ferido a receber alta foi Cauan Emanuel, de 14 anos, que deixou o hospital na segunda-feira após o incêndio. No último dia 15, foi a vez de Francisco Dyogo. Já Jhonata Ventura, caso mais grave, foi transferido, no último domingo, do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II para o Hospital Vitória.
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