Bahia registra aumento de 128% no preço dos uniformes; veja comparação
Tricolor iniciou parceria com a marca alemã e terá modelo que custa até R$ 599

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O Bahia utilizou pela primeira vez contra o Corinthians seu uniforme para a temporada 2025, no empate por 1 a 1 na Arena Fonte Nova, no último domingo (30). Foi a estreia da parceria entre o tricolor e a Puma, oficializada nas semanas anteriores. O acordo entre o Esquadrão e a marca vem sendo alvo de uma discussão por conta dos novos preços praticados nas vendas das peças. O clube alcançou um valor recorde e que pode chegar a R$ 499 a depender do modelo escolhido.
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O Lance! Biz fez um levantamento que mostra que, desde 2018, o Bahia registrou um aumento de 128% no valor cobrado por suas camisas oficiais de jogos nas datas de lançamento. O recorte utilizado inicia quando o clube apresenta a Esquadrão, sua marca própria, como fornecedora de material em 2018, em acordo que durou até a chegada da Puma. Nesse período, a equipe teve um crescimento significativo no valor das peças, tanto no modelo "tradicional" quanto na versão "acessível", que visa atender uma parcela da torcida que não tem condições de desembolsar altos valores por uma camisa oficial, na teoria.

No fim de 2018, o Bahia se despediu da Umbro e passou a usar a Esquadrão. O modelo de lançamento da marca chegou às lojas custando R$ 219, tanto a camisa branca quanto a tricolor. Além disso, foi disponibilizado o uniforme popular por R$ 139. Nesses modelos, a aplicação do escudo na peça e a qualidade do tecido são inferiores ao que é trabalho nas camisas tradicionais.
Até 2021, o preço foi mantido na mesma faixa para os uniformes de jogo, com o detalhe de que, neste ano, por conta das mudanças de data de calendário pelo covid-19, os camisas foram anunciadas ainda enquanto acontecia o Brasileirão 2020. Por isso, na época, o Bahia anunciou o design comercializando apenas a "versão torcedor", que passou a sair por R$ 99,90. Apenas após o fim do nacional atrasado a versão jogador começou a ser vendida.
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Em 2022 e 2023, o preço saltou para R$ 259,99, valor quase 17% maior do que foi praticado desde o seu laçamento. Foi nesse período que o clube passou a ser gerido pelo Grupo City (CFG) em formato de SAF. Apesar de assumido a equipe em 2023, o CFG ainda não havia iniciado o trabalho quando os uniformes foram lançados. A linha mais barata subiu de preço a foi vendida a partir R$ 119,90.
A situação foi diferente em 2024, quando o Bahia já estava 100% sob comando da holding. Neste ano, os preço-base das camisas aumentou para R$ 299,99, com um adicional que a versão estampada com todos os patrocinadores chegou a custar R$ 329,99. A camisa popular também registrou um salto e chegou a R$ 149,90, em sites de parceiros autorizados pelo clube, o que totaliza um aumento de 50% do valor inicial, em 2018.

Aumento no preço após chegada da Puma
Após mais um aumento no valor em 2024, os uniformes fabricados pela Puma atingiram valor recorde para a temporada 2025. Desta vez, a versão mais em conta sairá por R$ 299,99, no modelo chamado de "estádio", que tem um tecido específico e a aplicação do escudo é feita como "colagem". No total, os modelos mais baratos de camisas do tricolor aumentaram 200% nos últimos seis anos.
Na sequência, a camisa "torcedor" custará R$ 329,99 e a marca do Bahia aparece bordada, assim como nas versões mais caras utilizadas pelo clube nos últimos anos, além de um tecido de qualidade superior. Esse foi o modelo que abriu as vendas nas lojas físicas e online, enquanto a versão "estádio" começará a ser vendida a partir do dia 3 de abril.
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Entretanto, a versão mais cara é chamada de "jogador", vendida a R$ 499,99 e que tem um tecido ainda mais sofisticado, além de utilizar o escudo emborrachado e texturizado no uniforme. É a peça usada pelos atletas nos jogos. O modelo já está sendo comercializado no site oficial da fornecedora. Assim como aconteceu nos últimos anos, a venda das camisas no site do Bahia e da Puma, além das lojas físicas do clube, tem sido feita sem a marca dos patrocinadores exibidas no uniforme.
A faixa de preço trabalhada pela Puma segue um padrão que já é visto no Brasil com o Palmeiras, clube que tinha acordo de exclusividade com a marca até 2024, e o RB Bragantino, que no ano passado saiu da New Balance e iniciou parceria com a marca alemã.

Apesar de não ter uma correlação clara estabelecida, a consolidação da SAF e, agora, com a Puma, refletem um cenário onde o Bahia inicia um processo de "elitização" dentro de campo. O clube entra novamente no hall dos grandes que disputam Libertadores, com investimentos de altas cifras que quebram recordes financeiros no tricolor e que aproximam a marca do patamar buscado pelo CFG ao assumir a SAF da equipe.
Outras mudanças
A chegada da Puma também altera algumas práticas adotadas pelo clube no lançamento dos seus uniformes ao longo dos últimos anos. Com a marca Esquadrão, o Bahia organizava atualmente o concurso "Manto do Esquadrão", onde torcedores do clube faziam os desenhos e os modelos pré-aprovados pelo clube iam para votação popular. No total, foram seis concursos para escolher designs de camisas do tricolor, tanto para peças de jogo quanto terceiros uniformes.
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Agora, a tendência é que os desenhos e inspirações para as campanhas de lançamento e designs das camisas fique restrita à Puma. O diretor de marketing do Bahia, Rafael Soares, garantiu durante a cerimônia de lançamento no último dia 28 de março que o clube está aberto para "exercitar a criatividade" nos terceiros uniformes ou em peças comemorativas. Para os modelos 1 e 2, os padrões branco e tricolor serão sempre mantidos respeitados pela empresa.

Além disso, o Bahia tem como uma das suas principais jogadas de marketing com os sócios o lançamento de uma camisa exclusiva para os associados todos os anos. Modelos como a "Camisa Sangue", "Camisa Couro" e até a camisa em homenagem ao Grupo City, usada como terceiro uniforme em 2023, foram dadas ao torcedor como brinde para quem se manteve em dia pagando as parcelas ao longo do ano. Entretanto, com a Puma, o bônus será diferente.
Rafael Soares também destacou que a Puma entra como uma parceira que vai fornecer as camisas para o varejo, comercialização, e que o acordo não prevê a entrada da marca no programa do sócio-torcedor. A iniciativa será mantida, mas o modelo não será produzido pela marca alemã, que tem o foco prioritário nas vendas. Ainda não há uma confirmação, mas a tendência é que a Esquadrão seja a empresa responsável por realizar a confecção dessas camisas, já que ela pertence ao Bahia SAF e deve seguir produzindo materiais lienciados do clube.
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