O Coritiba anunciou, na tarde desta terça-feira, o acordo para a venda de 90% da sua SAF para a Treecorp Investimentos. Como parte do acerto para assumir controle do futebol do clube, o fundo brasileiro se comprometeu a investir aproximadamente R$ 1,3 bilhão em um período de 10 anos.
Com a oferta vinculante assinada, a oficialização da venda da SAF depende de três passos: a aprovação do Conselho Deliberativo, da assembleia de sócios do clube e também do juízo da Recuperação Judicial. Abaixo, o LANCE! apresenta detalhes da proposta de compra da Treecorp Investimentos.
Como será distribuído o investimento de R$ 1,3 bilhão?
Para se tornar acionista majoritária da SAF do Coritiba, a Treecorp investirá um valor superior a R$ 1 bilhão nos próximos 10 anos. O dinheiro se divide da seguinte forma:
- Quitação total da dívida do clube - em torno de R$ 270 milhões
- Construção de um novo centro de treinamentos - R$ 100 milhões
- Reforma e modernização do estádio Couto Pereira - R$ 500 milhões
- Operação (reforços e capital de giro) - mais R$ 450 milhões
A quitação das dívidas e o investimento no CT e em contratações são obrigatórios por contrato. O montante para a reforma do Couto Pereira, por sua vez, representa um compromisso formal da Treecorp e é condicionado a determinados fatores. Cabe destacar que o estádio continua em possa da associação do Coritiba e será cedido à SAF em um contrato de 50 anos.
Couto Pereira deve passar por reforma no futuro (Foto: Rafael Ianoski/Coritiba)
Conheça a Treecorp Investimentos
Fundada em 2012 e com sede em São Paulo, a Treecorp se apresenta como gestora de recursos focada em capital de crescimento. A empresa é um fundo de private equity e investe capital diretamente em outras companhias. A novidade marca o primeiro investimento de companhia dessa natureza nas SAFs.
A empresa é comandada por três sócios-diretores: Filipe Lomonaco, Bruno D'Ancona e Danilo Soares. O empresário Roberto Justus é sócio minoritário e membro do conselho consultivo.
- Ficamos intrigados quando vimos dois fundos americanos comprando dois clubes cariocas e nos aprofundamos nesse tema. Nos mercados desenvolvidos, há muitos fundos dedicados ao esporte, as receitas são crescentes, e é uma das únicas coisas que as pessoas ainda fazem questão de ver ao vivo na era digital. Quando olhamos para o mercado brasileiro, já é o maior fornecedor mundial de talento e pode ter uma reprecificação relevante com a criação da Liga - disse Bruno D’Ancona, o sócio da Treecorp à à frente da transação, ao Pipeline.
Antes de assinar com o Coritiba, a Treecorp tinha perto de R$ 1,5 bilhão sob gestão e já havia feito mais de dez investimentos em diferentes fundos. Além de aportar capital, a Treecorp busca estruturar operações de controle compartilhado, de forma que o empreendedor continue no negócio e a gestora se engaje na estratégia. Entre as empresas no portfólio atual da Treecorp estão: Cabana (rede de hamburguerias), Zeedog (marca de acessórios para animais de estimação) e Ademicon (consórcios de imóveis, veículos e serviços), por exemplo.