Dívida do Atlético-MG: entenda perfil de endividamento e possíveis impactos na venda da SAF
Galo acumula dívida bruta de R$ 1,7 bilhão sem contar obrigações do novo estádio
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O Atlético-MG vive um momento financeiro extremamente delicado. Em 2022, o clube viu a dívida bruta aumentar e atingir um valor de R$ 1,7 bilhão, de acordo com o balanço divulgado no fim de abril. Trata-se do maior endividamento do futebol brasileiro, que é capaz, inclusive, de impactar os planos do clube em relação à venda da SAF.
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O valor total assusta de cara, mas não é o único problema. A maior parte do passivo do Atlético-MG é circulante - ou seja, de curto prazo - e deve ser pago em menos de um ano. Abaixo, o LANCE! detalha o perfil do endividamento do Galo e explica como esses valores podem influenciar nos projetos da diretoria.
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Antes, cabe destacar que a dívida total do Atlético-MG ultrapassa o valor de R$ 2 bilhões quando o endividamento assumido para a construção da Arena MRV (R$ 440 milhões) é incluído na conta. Como o estádio está registrado em outro CNPJ, essas obrigações não foram incluídas no balanço financeiro do clube e não foram levadas em consideração na análise abaixo.
O perfil da dívida bruta do Atlético-MG (R$ 1,711 milhões)
Por prazo de pagamento:
Curto Prazo (até 12 meses) - R$ 960 milhões
Longo Prazo (mais de 12 meses) - R$ 751 milhões
Por origem:
- Programas de refinanciamento de dívidas fiscais - R$ 300 milhões (18%)
- Empréstimos dos apoiadores, investimento em atletas, fornecedores e outros - R$ 596 milhões (35%)
- Operações de crédito - R$ 796 milhões (47%)
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A parte onerosa da dívida - aquela em que há incidência de juros/encargos/multas - atingiu um valor significativo de R$ 1 bilhão. Esse montante envolve as operações de crédito - empréstimos com bancos, por exemplo - e o refinanciamento de dívidas fiscais (Profut e Perse) mostrados acima.
Possíveis impactos na venda da SAF do Atlético-MG
Com a dívida em alta, o caminho natural do Atlético-MG é fechar a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) nos próximos meses. A entrada de capital de um investidor é vista como fundamental para pagar as dívidas de curto prazo e renovar a saúde financeira da instituição. Sem a preocupação em pagar dívidas, as receitas do clube poderiam ser revertidas totalmente em investimento no futebol, por exemplo.
Desde janeiro, o clube negocia com um fundo de investimentos liderado pelo empresário Peter Grieve, que promete captar dinheiro no mercado para fazer a compra das ações da futura SAF. As conversas estão em estágio final, mas foram impactadas pelas novas informações sobre o endividamento do Galo.
A ideia é o empresário comprar uma parcela de ações da SAF (entre 51% e 55%) e assumir a dívida onerosa no curto prazo. Dessa forma, com o aumento do endividamento, o investidor automaticamente deve aumentar a oferta de capital. Se ele aceitar aportar mais dinheiro, um possível impacto é o aumento do percentual da empresa a ser repassado.
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