Estádio, juros e investimentos: entenda como Atlético-MG superou R$ 2 bilhões em dívidas
Balanço financeiro de 2022 registra endividamento de R$ 1,57 bilhão e não inclui R$ 440 milhões referentes às dívidas da Arena MRV
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O Atlético-MG tem uma dívida líquida total superior a R$ 2 bilhões, o maior endividamento entre todos os clubes brasileiros. A informação se tornou pública nesta semana e levantou preocupação da torcida atleticana. Abaixo, o LANCE! apresenta os principais fatores que contribuíram para o aumento da dívida do Galo.
Antes de tudo, cabe destacar que o montante de R$ 2 bilhões pode ser separado em duas partes: as dívidas que estão em nome da associação civil e foram detalhadas no balanço de 2022 (R$ 1,57 bilhão), e o endividamento assumido pelo clube para a construção da Arena MRV (R$ 440 milhões).
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Investimentos e juros em alta
A dívida do Atlético-MG, sem contar a parte do estádio, aumentou em R$ 259 milhões, em relação a 2021. A diretoria alvinegra, em relatório que acompanha o balanço, destaca três pontos para justificar tal crescimento durante a última temporada:
- R$ 112 milhões – Investimento em futebol
- R$ 104 milhões – Juros sobre dívidas
- R$ 29 milhões – Andamento de ações judiciais
- R$ 14 milhões – Outros
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O primeiro ponto acontece devido ao desequilíbrio no orçamento do departamento de futebol. Apesar de não investir em contratações, o custo com salários, luvas e comissões foi acima do esperado e a direção atleticana precisou de empréstimos bancários para cumprir os contratos estabelecidos.
Os juros são um problema comum para todas as pessoas, empresas e clubes. Com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, todas as dívidas ficam mais caras e, no caso do Atlético-MG, o impacto nas contas é maior. No caso das ações judiciais, destaca-se o processo movido pela Construtora Épura, que aumentou o endividamento do clube em R$ 13 milhões.
Endividamento para construção do estádio
Para concluir a construção da Arena MRV, o Atlético-MG buscou duas linhas de créditos: a primeira, em dezembro de 2021, levantou R$ 200 milhões, enquanto a segunda, em setembro de 2022, captou outros R$ 240 milhões. Totaliza-se, dessa forma, uma dívida de R$ 440 milhões, que será paga até 2029.
Os recursos foram obtidos por meio da comercialização de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Investidores colocaram dinheiro na expectativa de resgatá-los, com juros, após determinado período de tempo. A garantia de pagamento está no próprio empreendimento.
Cabe destacar que, além da dívida, o estádio precisará pagar os juros decorrentes dela. De acordo com material enviado a investidores, o clube calcula que os juros somarão R$ 302 milhões até setembro de 2029.
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