O Lance!Biz dá sequência, nesta sexta-feira (14), à série especial sobre as finanças do futebol brasileiro. Em parceria com a Pluri Consultoria, o estudo se baseia nas demonstrações contábeis mais recentes, referentes a 2022. A matéria de hoje analisa as contas do Fluminense.
Destaques:
> Tricolor alcançou R$ 347 milhões em receitas totais - nono maior faturamento do futebol brasileiro;
> Fluminense segue dependente da negociação de atletas para fechar as contas;
> Dívida segue elevada e desafia sustentabilidade da gestão de Mário Bittencourt.
Panorama geral das finanças do Fluminense
O primeiro indicador da saúde financeira é a comparação entre o faturamento e o endividamento. Pelo critério adotado pela Pluri Consultoria, o Fluminense terminou 2022 com uma proporção de 1,95 entre a dívida líquida e as receitas totais - uma melhora modesta em relação ao ano anterior.
Sinal de alerta: despesas crescem mais que as receitas
Em 2022, o Fluminense alcançou R$ 347 milhões em receitas totais - um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. Cabe destacar que o Tricolor teve o nono maior faturamento do futebol brasileiro.
Ao mesmo tempo, as despesas com futebol do Fluminense cresceram 16%, atingindo R$ 260 milhões. O clube fechou o ano com o oitavo maior gasto com futebol.
Boas notícias:
- Boa eficiência em campo. Resultados esportivos além do esperado
- Manutenção das receitas totais e crescimento das receitas recorrentes
Más notícias:
- Dependência da negociação de atletas para fechar as contas
- Custos seguem tendência de crescimento
- Fluxo de caixa apertado e necessidade de adiantamentos
Fluminense tem desafio no campo das finanças (Foto: Marina Garcia/Fluminense)
Fluminense volta a apresentar superávit após seis anos
O Fluminense encerrou o exercício de 2022 com um superávit de R$ 7 milhões, o que não acontecia desde 2016. O indicador é positivo, mas não é sinônimo de saúde financeira.
Visão do especialista
Em 2022, o Fluminense apresentou leve aumento em suas receitas, com destaque para o crescimento das receitas com Matchday e marketing. Apesar de aumentar as despesas com futebol, o clube melhorou o perfil de gastos e controlou as despesas totais, o que resultou no primeiro superávit após cinco déficits seguidos. O resultado, porém, não foi suficiente para reduzir o elevado endividamento líquido, que segue crescendo turbinado pelo própria despesa financeira.