Finanças em alerta: Santos terá queda generalizada de receitas em 2024; veja valores

O Santos terá um 2024 de aperto nas finanças. Rebaixado à Série B do Brasileirão pela primeira vez na história e sem vaga na Copa do Brasil, o Peixe terá uma queda generalizada de receitas na próxima temporada.

Mas, afinal, qual é o tamanho do prejuízo? Quanto o clube deixará de arrecadar nesta nova realidade? O Lance! Biz conversou com o economista Fernando Ferreira, sócio da Pluri, para esclarecer possíveis dúvidas dos torcedores santistas.

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De forma geral, o faturamento do clube pode ter uma queda de até R$ 100 milhões em 2024. Esse montante, ainda que considerado superficial, leva em consideração diferentes origens de receitas: direitos de transmissão, premiações, quadro social e bilheteria.

- Realidade totalmente diferente. Tem de ser repensado (o elenco) e o mais rápido possível. É uma nova competição (Série B). O Santos não pode deixar de pensar em ganhar o Paulista e reforçar o elenco dentro da nova realidade – afirmou o coordenador de futebol Alexandre Gallo.

Direitos de transmissão: a principal "dor de cabeça"

A maior perda que o Santos vai sofrer é referente aos direitos de transmissão da TV. Na Série A, o Peixe tinha uma segurança financeira ao ganhar anualmente um valor total significativo - composto pela cota do PPV, além das quantias referentes à TV aberta, TV fechada e premiação por desempenho.

No Brasileirão de 2022, quando terminou em 12º, o Santos recebeu cerca de R$ 75 milhões do Grupo Globo pelos direitos do Brasileirão. Em 2023, este valor já será menor porque o Peixe não terá direito à variável por perfomance (veja a tabela abaixo).

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A queda maior, no entanto, será sentida na próxima temporada, quando o Peixe terá que optar por receber o valor do pay-per-view ou a cota fixa de TV, que é de "apenas" R$ 10 milhões. O prejuízo, portanto, seria de cerca de R$ 65 milhões apenas no Brasileirão.

Já na Copa do Brasil, o pagamento dos direitos de transmissão é feito 100% de acordo com o desempenho dos clubes. Na última edição, o Peixe foi eliminado nas oitavas de final e faturou R$ 8,5 milhões.

Menos jogos = menos bilheteria e verbas comerciais

Ao ficar de fora da Copa do Brasil, o Santos tem apenas 50 jogos garantidos em 2024 - 12 do Paulistão e mais 38 da Série B. A título de comparação, a média das últimas temporadas foi de 63 partidas por ano.

Com jogos em menor quantidade e com menos apelo de público, as receitas de bilheteria sofrerão uma redução significativa. Dependendo da mobilização da torcida, o quadro social também pode ser impactado.

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Outro possível prejuízo acontece na frente comercial. Os contratos de patrocínio podem incluir uma cláusula de rebaixamento, que diminui o valor a ser pago ao clube. A menor exposição da marca também terá um impacto negativo nas verbas de placas publicitárias.

A presença na Série B também significa que o Santos não disputará nenhuma competição internacional em 2024. Ou seja, são premiações milionárias que deixam de entrar nos cofres. Em 2023, por exemplo, foram cerca de R$ 5 milhões faturados na Sul-Americana.

Um outro desafio financeiro do rebaixamento

Com esta queda generalizada de receitas, o Santos terá que enfrentar outro desafio: o corte de despesas. A folha salarial do atual elenco, que é superior a R$ 10 milhões por mês, fica insustentável para o ano de 2024.

- Os clubes grandes perdem mais dinheiro quando caem porque a queda de receita é maior, mas também porque eles têm maior dificuldade para cortar as despesas. Eles costumam fazer contratos de longo prazo com atletas caros e precisam reduzir desesperadamente a folha salarial em um ano de Série B. Uma possibilidade é emprestar o jogador por uma temporada para tirar o custo dele na folha, enquanto você tenta retornar à Série A - explica Fernando Ferreira.

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A venda de jogadores, portanto, pode ser uma solução para o Santos na próxima temporada. Além de gerar novas receitas, as transferências serão importantes para reduzir a folha salarial e adequar o clube à nova realidade.

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