Cristiano Ronaldo, Benzema, Kanté e Roberto Firmino. O que esses craques têm em comum? Todos deixaram o futebol europeu para jogar - e receber milhões - na liga da Arábia Saudita.
Mas, afinal, de onde vem o dinheiro dos clubes sauditas? Este é o tema da primeira matéria do quadro especial “Lance! Biz explica”.
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O peso do estado nas finanças dos clubes
Diferentemente do Brasil, onde as maiores receitas são provenientes dos direitos de transmissão, da venda de atletas e dos patrocínios, a maior fonte de financiamento do futebol saudita é o próprio governo, rico pela atividade petrolífera.
Além da injeção do Ministério do Esporte, também são comuns aportes feitos por dirigentes e outros empresários locais, esses quase sempre ligados ao regime central. Os próprios patrocínios são realizados por empresas subsidiárias do Public Investment Fund (PIF), o fundo soberano saudita.
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Em geral, a liga é marcada por profunda desigualdade financeira entre os clubes. Enquanto o Al Hilal fatura quase R$ 1 bilhão, a maioria arrecada menos que R$ 170 milhões por ano. É o que indica as demonstrações financeiras referentes à temporada 2021/22 (veja abaixo).
Entenda as principais fontes de receita dos clubes sauditas:
> Governo - montante distribuído por meio do Ministério do Esporte. Principal categoria de renda para a maioria dos clubes.
> Diversas - receitas oriundas dos direitos de transmissão e das bilheterias. Mesmo entre os clubes de maior torcida, valores são pouco representativos.
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> Patrocínios - valores altos e provenientes de contratos vantajosos com empresas do governo ou de algum dirigente. Já pensou se a moda pega no Brasil?
> Doações - aporte dos proprietários de maneira direta. Príncipes e empresários injetam dinheiro e facilitam investimentos na compra de jogadores e em infraestrutura.
Cristiano Ronaldo é um dos astros da liga da Arábia Saudita (Foto: Fayez Nureldine/AFP)
O que mudou recentemente?
Em junho de 2023, o governo da Arábia Saudita formalizou a influência dentro do futebol local: o Public Investment Fund (PIF) - fundo de investimento soberano - assumiu controle dos quatro maiores clubes do país: Al Ahli, Al Ittihad, Al Hilal e Al Nassr.
Como visto acima, os clubes já eram financiados pelo governo, mas agora o processo está institucionalizado. De acordo com o New York Times, a intenção do projeto é viabilizar até US$ 1 bilhão para contratar e remunerar estrelas do futebol mundial e distribuí-las entre os clubes.