A LiBRA deu mais um passo para o entendimento com a Liga Forte Futebol em torno da eventual liga brasileira de clubes. Em Assembleia Geral nesta sexta-feira, os clubes do grupo aprovaram por unanimidade uma alteração no estatuto que amplia a garantia mínima de receitas para todos os 20 times da Série A do Brasileirão - e não só para Flamengo e Corinthians, como estava previsto anteriormente.
A garantia mínima, também conhecida como cláusula de estabilidade, era um dos pontos de discordância com a LFF e até mesmo dentro da Libra. Com a mudança, o estatuto agora prevê que, caso as receitas totais arrecadadas para a edição de 2025 da nova liga brasileira fiquem menores ou iguais à da edição deste ano, a divisão dos valores siga nas mesmas condições proporcionais.
Há um entendimento, no entanto, que o faturamento terá um aumento natural com a formação da liga e esta cláusula de estabilidade dificilmente será acionada. Cabe destacar que a arrecadação total do Brasileirão 2023 é estimada em pouco mais de R$ 2 bilhões e a regra estará em vigor durante o período de transição de cinco anos.
A Assembleia Geral desta semana contou com a participação de presidentes e representantes dos 18 clubes filiados à LiBRA, consultores do BTG Pactual e Codajás Sports Kapital, e também do Mubadala Capital, fundo que oferece R$ 4,75 bilhões para comprar 20% dos direitos comerciais da liga.
Os 18 clubes membros da LiBRA são: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
Dirigentes da Libra em Assembleia Geral (Foto: Divulgação)
Entenda a divisão de receitas da Libra
O estatuto da LiBRA prevê a divisão das receitas em dois modelos: durante e após o período de transição. Este intervalo de tempo está previsto para durar cinco anos ou até a arrecadação total da liga superar R$ 4 bilhões.
É importante destacar que o estatuto da LiBRA prevê uma transição linear entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Por exemplo, com R$ 3,25 bilhões, aplica-se 75% da "Distribuição Transição" e 25% do "Modelo LiBRA". Já com R$ 3,5 bilhões, aplica-se 50% de peso para cada.
Com essas divisões, a previsão dos dirigentes da Libra é que a maior diferença possível entre o campeão e o último colocado do campeonato alcance total de 3,3 vezes.