Liga ainda pode sair? Entenda o que muda com os últimos movimentos de Libra, LFF e Grupo União
Clubes formam blocos comerciais para vender direitos do Brasileirão a partir de 2025
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A novela pela possível criação da liga brasileira de clubes ganhou novos - e importantes - capítulos nos últimos dias. Trocas de lado, contratos assinados e adiantamentos agitaram os bastidores de Liga Brasileira de Futebol (Libra) e Liga Forte Futebol (LFF) e alteraram o panorama geral das negociações.
Abaixo, o Lance!Biz destrincha os últimos acontecimentos e mostra como cada bloco se posiciona neste jogo de xadrez. Afinal, ainda pode ter uma formação de liga única para organizar o Brasileirão?
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Quais foram as últimas novidades?
> A primeira grande novidade aconteceu na sexta-feira, 30 de junho. Em assembleia geral, 21 clubes da LFF assinaram os contratos para a venda de 20% dos seus direitos de TV do Brasileirão para os investidores Serengeti e Life Capital Partners (LCP) pelos próximos 50 anos, a partir de 2025 - leia mais aqui.
> Nesta semana, migrações alteraram o cenário. Antigos membros da Libra, Botafogo, Vasco e Cruzeiro assinaram com os mesmos investidores do Forte Futebol e passaram a formar o Grupo União. O Coritiba também faz parte do novo bloco - clique aqui para ler mais.
> O último movimento importante aconteceu nesta sexta, 7 de julho, quando os clubes da Libra assinaram um contrato de exclusividade com o Mubadala Capital, fundo dos Emirados Árabes Unidos. A assinatura do documento não representa a venda imediata dos direitos, mas um compromisso dos clubes de que eles apenas acessarão o mercado em bloco e via Libra - veja os detalhes aqui.
> Cabe destacar que Atlético-MG, Inter, Náutico e ABC fazem parte do Forte Futebol, mas ainda não assinaram contrato com os investidores. O Lance! apurou, inclusive, que há a expectativa que o Galo migre para a Libra.
O que esses movimentos representam?
> As novidades indicam a preocupação dos clubes e investidores em garantir a formação de blocos comerciais para avançar com a venda de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Conversas com emissoras já estão em andamento e vão acelerar após a definição de times em cada grupo.
> Apesar de serem dois contratos diferentes, Forte Futebol e Grupo União vão atuar como um bloco único no mercado. De acordo com apuração do Lance!, há uma cláusula que obriga a negociação de direitos de forma coletiva.
>A adoção de uma nomenclatura diferente tratou-se de um movimento estratégico para minimizar atrito e facilitar adesão de novos clubes ao modelo de negócios da LFF. Essa tentativa, no entanto, caiu por terra com a assinatura do contrato de exclusividade entre Libra e Mubadala.
> Ao combinar clubes dos dois lados, Forte Futebol e Grupo União conseguiram formar o bloco comercial majoritário. No cenário atual, considerando a Série A deste ano, Serengeti e LCP poderiam negociar 228 jogos, 60% do total.
> O Mubadala, por outro lado, poderia negociar 152 partidas (40%). Este cálculo é feito pelo número de clubes em cada bloco multiplicado por 19 (número de partidas de cada time como mandante).
> Esta diferença, no entanto, não garante qual o bloco conseguirá valores melhores no mercado. Além do número de partidas, fatores como audiência, tamanho de torcida e peso dos jogos exclusivos serão levados em consideração na negociação com emissoras interessadas.
Afinal, ainda há chance de liga única?
> A formação de dois (ou três) blocos comerciais afasta a possibilidade da criação da liga única neste primeiro momento. O foco de cada grupo atualmente é levar os respectivos pacotes ao mercado e buscar valorizar os direitos de transmissão em uma negociação "semi-centralizada".
> Sem dúvidas, é um avanço em relação ao cenário atual, em que cada clube negocia individualmente. No entanto, há o entendimento unânime de que a formação da liga e a venda centralizada de todos os times poderiam trazer uma valorização maior ao produto "Brasileirão".
> Além da venda centralizada dos direitos de TV e outras propriedades, a liga seria responsável por organizar o campeonato e seu calendário, cuidar de arbitragem e eventualmente até criar um sistema de fair play financeiro, para manter a saúde financeira das agremiações.
> É possível que os blocos negociem os direitos de forma separada nos próximos meses e depois se unam para a formação da liga? Sim, mas é improvável. Além do acordo entre os clubes, este cenário dependeria de um entendimento entre os investidores de cada lado.
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