Por que o Brasileirão deveria ter menos times rebaixados?
Com uma abordagem mais estratégica e seleta, elevamos a qualidade técnica do torneio e aumentamos a atratividade para investidores
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Você, meu parceiro torcedor, analise comigo tanto no nível de ambos os elencos quanto na sobrepujança econômica e alcance mercadológico: o duelo abaixo é atrativo para se assistir num domingo à tarde ou na sua quarta à noite depois de uma árdua correria no trabalho e ávido por uma cerveja gelada com a rapaziada?
Um embate entre esses dois êmulos é justo e de proporções iguais a ponto de te oferecer um jogo de futebol digno de um espetáculo que valha cerca de 96 minutos da sua total atenção?
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Um grande viva às cada vez mais raras zebras – vide a hegemonia de Flamengo, Palmeiras e Galo no competitivo e indecifrável Brasileirão ou até mesmo no império de conquistas brasileiras nas últimas trocentas Libertadores – e que elas perdurem a pastem por aqui cada vez mais, mas os números não mentem:
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Seguindo os dados e cifras da Pluri Consultoria, parceira do Lance! Biz, notamos aqui alguns módicos milhões de discrepância e que imperiosamente refletem no resultado final da qualidade e competitividade do jogo e também do posicionamento do campeonato como uma plataforma de exposição para grandes marcas. Se ligou?
Vale a pena sacrificar o seu valioso tempo para curtir um duelo díspar como esse? A não ser que você se esconda atrás da corriqueira muleta: “Vamos no Palmeiras x Criciúma, porque vai ser tranquilo, vazio e sem briga pra levarmos o vovô ou a filhinha” a resposta é claramente negativa.
Reitero: meu total respeito e torcida à longevidade e maior aparição das zebras e zicas, mas a lógica, a razão e o histórico recente não mentem e a resposta é NÃO!
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Nunca, em nenhum veículo, em mídia alguma eu já li ou escutei sobre o assunto: por que a CBF não diminui o número de rebaixados ao final do Campeonato Brasileiro?
Sempre tiro a maior onda daquele time grande que cai, meu time já frequentou a Série B e me divirto com os infindáveis memes e resenhas, mas diante do cerne de negócio, dinheiro, cifra e equilíbrio/nível do espetáculo competitivo: vale a pena ter um clube infinitamente inferior em dinheiro e qualidade técnica jogando a Série A para vê-lo cair com 10 rodadas de antecedência já em meados de outubro?
Minha disputa terminou assim. Os acessos, os descensos e muitas emoções. Que venha 2024... #BrasileirãoBetano pic.twitter.com/AMWlh357Gi
— Brasileirão Betano - Série B (@BrasileiraoB) December 7, 2023
Sou daqueles dos mais assíduos leitores de colunas, tuítes opinativos e notícias sobre futebol. Desde os tempos de Lance! até o finado e excelente Jornal da Tarde, eu simplesmente devorava qualquer tipo de notícia e opinião esportiva. Cresci lendo Cosme Rímoli e Jamil Chade e hoje migrei demasiadamente para o audiovisual, redes sociais, portais de notícia online e seletos debates de mesa redonda na TV fechada.
Vejo que, como sempre, muito se critica, pensa, corneta ou opina sobre resultados, táticas e erros homéricos da arbitragem, mas por que a ótica nunca pende para a valorização do campeonato como um melhor produto para as marcas, como uma vitrine para os possíveis patrocinadores ou até como um espetáculo de maior nível competitivo para nós os loucos e viciados que não perdemos um lance sequer?
Já não estamos todos circundados pela sombra da “Máfia das Apostas” que paira sobre cada gol contra suspeito ou erro grotesco e inexplicável? Por que não fazer algo para elevar o nível competitivo e técnico do nosso campeonato doméstico? Por que não diminuir a discrepância financeira entre clubes e surfar de uma melhor maneira o recente advento das SAFS e Ligas em estruturação?
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Tudo no mundo dos negócios deve ser baseado em dados. Considerando o Brasileirão na última década e meia, é notória a tendência de times que, promovidos em um ano, acabam retornando à segunda divisão logo na temporada seguinte ou não duram três temporadas seguidas na elite, também conhecido como o famoso efeito “sobe-desce”, sendo América-MG, Goiás, Atlético-GO, Coritiba e Juventude os exemplos mais precisos.
Essa rotatividade não só compromete a qualidade técnica do torneio, mas também a continuidade do desenvolvimento dos clubes, do bom futebol jogado e também como um negócio envolvendo marcas, empresas e investimentos. Os mais afetados de um cenário assim são os anunciantes, patrocinadores, canais de transmissão e, principalmente, torcedores.
Diante da inovação e de mudanças que tiram do comodismo, é comum que o mimimi “Ah, mas de onde você tirou isso!?” seja frequente e grite alto. A título de comparação com as quatro ligas mais hypadas e célebres em termos de espetáculo, audiência e grana envolvida, segue o maior exemplo de validação que eu posso destacar a você colega torcedor:
Ao trazer para o Brasil essa abordagem mais estratégica e seleta, não apenas elevamos a qualidade técnica do torneio, mas também aumentamos a atratividade para investidores e patrocinadores.
A visão de um Campeonato Brasileiro mais concorrido e imprevisível não só cativa os torcedores, mas também abre as portas para uma gama mais ampla de oportunidades comerciais, fazendo do futebol nacional um ativo mais valioso no cenário global e também local.
Meu maior e mais forte efusivo respeito às cidade de Criciúma, Caxias, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e às numerosas tantas cidades que praticamente carregam e sustentam seus respectivos clubes em todas as divisões espelhadas pelo Brasilzão adentro, às múltiplas comunidades e profissões engajadas em cada um dos times de segundo, terceiro ou quarto escalão – até mesmo os incríveis e surpreendentes campeonatos varzeanos – do futebol brasileiro.
O debate sequer é esse, mas o ponto de reflexão é que os regulamentos são injustos e mal formatados. Ponto final. Não que um jogador, um profissional, um clube ou uma história sejam mais ou menos ínfimos do que os outros, pelo contrário: o debate é válido, pois a equidade deveria imperar diante de outras decisões tão cegas e inúteis por parte dos regulamentos, federações, CBF e inclusive vindouras Ligas.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!
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