A coragem que o atacante Calleri teve de expor uma fragilidade, mesmo após um “momento” de sucesso, acendeu mais uma vez o sinal de alerta sobre o tema saúde mental. 

Ao longo da minha carreira, convivi com aquilo que autodenominei de DPT (depressão pós título). O meu foco em conquistar campeonatos era tão grande que quando atingia a tão desejada conquista, poucos minutos após a euforia da vitória, eu era invadido por uma sensação de vazio que me preenchia e chegava a durar semanas. 

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Por incrível que pareça, nas derrotas, o vazio nunca me preencheu, porque a minha cobrança interna sempre serviu como combustível para seguir em frente e reverter o quadro. 

Calleri em ação pelo São Paulo (Foto: Rubens Chiri/São Paulo)


Demorei a entender esse processo. Demorei mais ainda para aceitar e buscar ajuda profissional. Hoje, não somente entendo, como me sinto preparado para auxiliar atletas, treinadores e outros profissionais a tomarem consciência disso. 

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Espero que o excelente atacante do São Paulo já esteja sendo acompanhado por um profissional da área, e que sua atitude tenha encorajado outros atletas a darem a real importância para a saúde mental e emocional, seja no esporte de alto rendimento ou na vida diária de todos nós.

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!

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