Os negócios do "soccer" estão em alta nos Estados Unidos. Em processo de expansão, a Major League Soccer (MLS) vai confirmar, nesta quinta-feira, um acordo em valor recorde para a abertura da 30ª franquia, que terá como sede a cidade de San Diego, na Califórnia.
Apesar do anúncio, o time passará a jogar apenas em 2025. De acordo com a imprensa local, o futuro grupo de proprietários é liderado pelo bilionário Mohamed Mansour e pagará uma taxa de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) para a MLS. Este é o maior valor já pago na história da liga norte-americana de futebol.
Os valores envolvidos no negócio refletem a valorização da MLS nos últimos anos. Antes da franquia em San Diego, o recorde de taxa de expansão mais cara era de US$ 325 milhões - valor pago em 2019 para a abertura de um time em Charlotte. Até 2012, os times de expansão não custavam mais de US$ 50 milhões.
San Diego's $500 million expansion fee is an MLS record, significantly higher than the $325 million that David Tepper paid to bring an expansion team to Charlotte in 2019. In 2007, Toronto FC paid $10 million in to join the league.https://t.co/BEnvYp7RxM pic.twitter.com/8HrBrLskiA
— Sportico (@Sportico) May 16, 2023
Mas, afinal, o que explica a valorização recente da MLS? Por que o preço aumentou e por que há empresários dispostos a pagar US$ 500 milhões para abrir uma franquia na liga? O LANCE! apresenta os motivos abaixo.
Os fatores que explicam a valorização da MLS
Apesar de não ser considerado um dos melhores campeonatos dentro de campo, a MLS se destaca no mundo dos negócios do esporte mundial. De acordo com cálculos do Sportico, a liga tem 18 representantes na lista dos 50 clubes de futebol mais valiosos do planeta. A Premier League, por exemplo, tem apenas nove.
Os cálculos de valuation usam o método de "múltiplos de receitas" e apontam que os clubes da MLS valem, em média, US$ 582 milhões - valor superior à taxa de expansão do time de San Diego, por exemplo. Os números são impulsionados por três fatores que atraem investimentos e são exclusivos do mercado norte-americano:
1. crescente popularidade do esporte nos Estados Unidos
2. expectativa sobre a Copa do Mundo de 2026 na América do Norte
3. ausência de rebaixamento na MLS, o que dá aos proprietários uma segurança financeira rara nas maiores ligas da Europa
MLS está em processo de valorização antes da Copa do Mundo 2026 (Foto: Divulgação/MLS)
Outro fator que pode atrair investidores e valorizar o mercado norte-americano é o contrato global com a Apple pelos direitos de transmissão da MLS. Fechado no início de 2023, o contrato com a empresa de tecnologia é válido por 10 anos e garantirá, pelo menos, US$ 2,5 bilhões (R$ 12,4 bilhões) à liga norte-americana.
Exemplos de valorização em franquias da MLS
É importante destacar que a taxa de expansão paga para a MLS não será o único gasto dos novos proprietários da franquia de San Diego. Eles também terão que investir na construção de um CT, na reforma de estádio, formação do elenco, entre outras despesas. Ainda assim, pagar US$ 500 milhões ingressar na MLS pode se tornar um negócio lucrativo em poucos anos. Exemplos não faltam.
De acordo com o ranking da Sportico, o Los Angeles FC tem um valor estimado de US$ 900 milhões e é o clube mais valioso da MLS em 2023. Comprada em 2014 por uma taxa de US$ 110 milhões, a franquia passou a jogar apenas em 2018 e sofreu uma valorização superior a 700% em nove anos.
Outro case de sucesso é o Atlanta United. A franquia também foi comprada em 2014, mas por um valor ainda menor que o LAFC: US$ 70 milhões. O clube passou a jogar em 2017, teve bons resultados em campo e atualmente é avaliado em US$ 855 milhões - uma valorização de mais de 1.000% em menos de uma década.