Bibiano repassa carreira no ONE e declara amor ao Jiu-Jitsu: ‘Terapia’
Atleta do ONE desde 2012, quando começou a escrever sua história com a vitória sobre Gustavo Falciroli, Bibiano relembrou os melhores momentos em que viveu na organização
Tricampeão mundial de Jiu-Jitsu com selo da IBJJF e atual campeão do ONE Championship na divisão dos galos, o manauara Bibiano Fernandes está feliz com o momento de sua carreira. Aos 40 anos, o faixa-preta segue disciplinado em seus treinos e alimentação, mesmo sem data para voltar a atuar, ainda em 2020. Dono de 24 vitórias em seu cartel no MMA, sendo nove por finalização, o lutador conta como fez para treinar no período de quarentena, respeitando todas as normas impostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele, como cita abaixo, deixou de treinar até arte suave por algum tempo, para respeitar o distanciamento social.
- Fiz muita preparação física durante esse período de quarentena. Pratiquei bastante o Muay-Thai e tive que deixar o Jiu-Jitsu um pouco de lado, por conta do contato entre as pessoas. No tempo em que não podia ter o contato físico, tive que selecionar pessoas para treinar que estavam saudáveis e fortes. Mas, por agora que já voltamos ao normal, tenho treinado bastante todas as artes como, por exemplo, Jiu-Jitsu e Wrestling. A situação aqui no Canadá não é tão grave como o Brasil e em outros países. Aqui, por exemplo, tudo se manteve controlado e foi contido. Agora já estamos treinando normalmente - explicou Bibiano, ao comentar como está a situação no Canadá.
Com duas vitórias seguidas na organização, está última quando finalizou Kevin Belingon para proteger seu cinturão e legado na categoria dos galos, o craque ainda não sabe quando volta a lutar, mas garante que está pronto: - Eu me vejo lutando ainda esse ano, mas tudo depende dos eventos. Espero que corra tudo conforme o esperado. O ONE já voltou com os eventos, como visto nas últimas semanas. Da minha parte, eu espero que as fronteiras entre os países se abram novamente. O Japão abriu, mas a Cingapura e os Estados Unidos ainda estão com suas fronteiras fechadas. Como eu disse, me vejo lutando esse ano, sim! Porém, se não acontecer, vou estar preparado para 2021. Estou fazendo a minha parte - apontou o campeão até 61kg da organização asiática.
Atleta do ONE desde 2012, quando começou a escrever sua história com a vitória sobre Gustavo Falciroli, Bibiano fez questão de relembrar os melhores momentos em que viveu na organização asiática. Ele elegeu a sua vitória sobre Kevin, em outubro do ano passado, como o momento mais especial, por conta de toda a polêmica que envolveu o duelo.
- Eu escolhi essa luta contra o Kevin porque fizeram de tudo para tirar o cinturão de mim, mas fui capaz de vencer. Nós tivemos três lutas como todo mundo sabe. A primeira eu perdi por decisão dividida, mas quando eu fui rever a luta… eu acho que eu ganhei, mas eu não sou juiz, né? Deixa para lá. Já na segunda, eu dei um knockdonw nele e quando eu estava por cima, ele me deu umas 10 cotoveladas ilegais. Foi aí que acabei vencendo por desclassificação. A minha terceira luta, que aconteceu ano passado, foi bem legal. Os caras queriam tirar o cinturão de mim, eu acabei finalizando o Kevin no mata-leão. Acabou que o Kevin nem conseguiu se mexer nessa última luta, não fez nada. Mudei completamente a minha estratégia, evoluí meu jogo. Essa última luta foi bem marcante para mim, uma conquista pessoal por ter sido no Japão também, porque foi aonde eu comecei minha trajetória no MMA. Lutamos no Ryogoku Kokugikan, um ginásio cheio de história, onde lutam os atletas do sumô. Foi histórico para mim - relembrou.
Tricampeão mundial e tricampeão pan-americano, ambos pela IBJJF, Bibiano tem uma história de repleta de medalhas de ouro no Jiu-Jitsu. Seu nome foi hegemonia na divisão dos galos em 2003, 2005, e 2006, quando ainda o Campeonato Mundial era realizado no Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.
- Eu pratico o Jiu-Jitsu sempre, o esporte é uma terapia para mim. Coloco meu quimono todo sábado e ali ponho minha mente pra pensar! Coloco minhas mãos e meus pés para aprender a evoluir nas posições. Entro em uma zona que só eu consigo entrar: é uma terapia, um jogo de xadrez. Meu Jiu-Jitsu é meu lifestyle. Lembro-me até hoje da primeira vez que coloquei o quimono e depois do treino senti um alívio… É algo que tira meu estresse, me ajuda muito até hoje. Tenho vontade de lutar Jiu-Jitsu e competir de novo. O Jiu-Jitsu está no meu sangue, no meu DNA. É do meu Jiu-Jitsu que tiro as transições que eu faço no MMA. Estarei aberto a superlutas no futuro e farei isso acontecer - concluiu.