Mercado de quimono cresce com a internacionalização do Jiu-Jitsu e especialista em comércio exterior dá dicas para exportação
Após ganhar fama internacional com os Gracie, Jiu-Jitsu se espalhou pelo mundo
Assim como o MMA - em especial através do UFC - sofreu um "boom" nos anos 90 e 2000, o Jiu-Jitsu brasileiro também vem conquistando o seu espaço mundo afora. A “arte suave”, que ganhou fama internacional com as vitórias de Royce Gracie nos UFCs 1, 2 e 4, se espalhou pelo Brasil e todos os continentes, dominando academias na Califórnia (EUA), Londres (ING) e Emirados Árabes Unidos, além de milhares de praticantes.
Para se ter uma ideia do crescimento do esporte, o Brasileiro de Jiu-Jitsu - maior campeonato do mundo em número de inscritos - reuniu 7.589 competidores em 2019, um recorde na história do torneio. Com ticket médio de inscrição de 167 reais, o valor arrecadado foi de aproximadamente R$ 1.2 milhão, sendo 150 mil distribuídos entre os campeões do adulto faixa-preta.
Junto ao esporte crescem, além das academias e atletas, os mercados de fight wear, organização de eventos, arbitragem, e claro, de quimonos. Empresária com MBA em Comércio Internacional, Vivi Mairink analisou o cenário atual e deu dicas para quem pensa em exportar seus produtos.
- Com o crescimento do MMA e do UFC, os produtos brasileiros do mercado de lutas também ficaram em evidência. Com isso, as empresas nacionais passaram a exportar mais produtos e para diversos países da Europa, Ásia e Estados Unidos - disse Vivi, que completou:
- A maior dificuldade para se exportar quimonos são os custos internos (mão de obra, produção, burocracia e impostos). O principal concorrente é o Paquistão, pois os custos internos lá são mais atrativos e, consequentemente, eles têm preços competitivos. Outra questão é a volatilidade do câmbio, que dificulta muita, assim com a inflação. Já um grande benefício é o fato de o Brasil estar entre os maiores produtores de algodão do mundo, e com uma ótima qualidade - finalizou.
Através das dicas do gerente de Relações Internacionais e Negócio Exterior da Fiep, Reinaldo Tockus, a empresária montou uma lista com 8 passos a seguir para quem pensar em começar a exportar. Confira:
1.Seja habilitado
Depois da empresa constituída e legalizada, deverá ser providenciada a habilitação para utilizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), também conhecida como habilitação (ou senha) no Radar. Esta habilitação consiste no exame prévio daqueles que pretendem realizar operações de comércio exterior.
2. Siga sua finalidade
Tenha fidelidade ao seu core competence, de forma a entregar ao mercado aquele produto ou serviço que melhor tem para oferecer. Aventuras de ocasião e bons negócios não são compatíveis.
3. Faça treinamentos
Treinamentos em negociações e em relacionamento interpessoal são altamente necessários para o sucesso nos negócios, pois aumentam a autoconfiança e a segurança frente às inúmeras dificuldades que surgem durante a construção de um negócio bem realizado.
4. Amplie seu conhecimento
Tenha domínio sobre a formação dos preços de exportação, onde consideram-se todos os fatores colaterais da atividade, como: tributação nacional e internacional, regras de origem, fitossanitárias etc.
5. Saiba os riscos
Em toda atividade negocial existem riscos de diversas ordem. É importante que considere desde o início os entraves burocráticos, documentais, logísticos e culturais. Esses fatores podem trazer o insucesso da operação comercial.
6. Invista em logística
Importação e exportação possuem as mais variadas modalidades logísticas, que vão da utilização dos Correios até os mais diversos modais de transporte, que podem implicar fortemente nos resultados dos negócios.
7. Momento propício
A crise no mercado interno trouxe uma grande janela de oportunidades para quem deseja exportar, pois a desvalorização do real fez os nossos produtos muito atrativos para o mercado externo. Aconselha-se utilizar essa grande oportunidade para fazer do comércio exterior uma opção permanente nos negócios da empresa, especialmente daquelas que estão iniciando nessa interessante atividade.
8. Cenário atual
Com a alta do dólar, as importações ficaram bastante prejudicadas, portanto, apenas aqueles produtos essenciais continuam viabilizados economicamente. Por outro lado, houve uma franca expansão das possibilidades para a exportação, em praticamente todos os segmentos, em especial os manufaturados. Destaca-se como potenciais segmentos, os alimentos de qualquer natureza, confecções, têxteis, madeira e derivados, softwares etc.