30 anos sem Ayrton Senna: a cronologia da tragédia no GP de San Marino de 1994
A Fórmula 1 chegou em 1994 com carros mais 'raízes', porém perigosos.
- Matéria
- Mais Notícias
Sem dúvida, aquele fim de semana em Ímola, em 1994, jamais será esquecido. Desde a sexta-feira, com o fortíssimo acidente de Rubens Barrichello, a sensação era de que algo pior poderia acontecer a qualquer momento. E, de fato, o sábado ficou ainda mais pesado, porém a morte de Ayrton Senna no domingo, 1º de maio, completou o choque de forma visceral.
➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte
Abaixo, a cronologia do 1º de maio de 1994 em Ímola, desde o começo da manhã até o momento em que o corpo de Senna é liberado do hospital para os procedimentos legais antes de voltar ao Brasil para a cerimônia fúnebre.
12h50 (7h50, horário de Brasília): O domingo do dia 1º de maio de 1994 começou com previsão de pista seca para as 61 voltas programadas para o GP de San Marino, em Ímola. Um dia quente, porém em clima nebuloso por conta da morte de Ratzenberger no dia anterior, durante a classificação. A sensação era ainda de choque para os pilotos, que àquela altura discutiam medidas de segurança urgentes para que acidentes como o do austríaco não se repetissem.
14h (9h, de Brasília): Os carros partem para a volta de apresentação e tomam seus respectivos colchetes no grid, com Senna mais uma vez na pole — a terceira em três corridas realizadas na temporada, a 65ª volta mais rápida em classificação do piloto. Ao seu lado, contudo, está novamente Michael Schumacher, dominante no início de campeonato com a Benetton e cada vez mais o rival a ser batido pelo brasileiro no ano. Assim que as luzes se apagam, Senna mantém a liderança, não dando chances para Schumacher. O safety-car, porém, logo é acionado após forte batida entre Pedro Lamy e JJ Lehto.
14h14 (9h14): Após quase 15 minutos sob intervenção do carro de segurança, a corrida recomeça na abertura do sexto giro. Com cinco voltas completadas atrás do carro de segurança, Senna é o líder, seguido de perto por Schumacher, a 0s5. Gerhard Berger, Damon Hill e Heinz-Harald Frentzen completam o top-5. Christian Fittipaldi é o 14º.
14h16 (9h16): Senna passa pela reta dos boxes e abre o sétimo giro. Ao chegar na curva Tamburello, trecho de altíssima velocidade, passa reto e bate forte no muro.
14h17 (9h17): Do momento da forte batida de Senna até o acionamento da bandeira vermelha pela direção de prova, passa-se 1min. Depois, são quase mais 60s até o atendimento médico iniciar os primeiros socorros ainda na pista de Ímola — ou tentar, uma vez que houve dificuldade para tirar o piloto de dentro do cockpit.
14h33 (9h33): São cerca de 20 minutos de trabalho intenso da equipe médica no local do acidente até Senna ser posto no helicóptero e levado ao Hospital Maggiore, em Bolonha.
14h44 (9h44): Senna dá entrada no centro de reanimação do Maggiore. Após tomografias realizadas, Dr. Franco Baldoni, chefe do departamento cirúrgico, informa que os danos cerebrais que o brasileiro sofreu por conta da batida não podem ser sanados por procedimentos cirúrgicos. Exames posteriores demonstram que Senna não sofreu nenhuma lesão torácica, tampouco enfrenta problemas respiratórios — a gravidade de seu quadro clínico se dá unicamente por questões neurológicas.
15h26 (10h26): A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) informa que Senna deu entrada no Hospital Maggiore, em Bolonha, vivo e foi levado diretamente para o setor de reanimação para receber cuidados intensivos.
15h54 (10h54): A agência de notícias espanhola EFE informa que Senna sofreu traumatismo craniano e parada cardíaca ainda na pista de Ímola, sendo reanimado e submetido a uma traqueostomia para auxiliar na respiração.
16h30 (11h30): O estado de saúde de Ayrton Senna é considerado “muito grave” pelos médicos do Hospital Maggiore. Após dar entrada no local às 9h44 (de Brasília), o boletim médico confirma que o tricampeão teve traumatismo craniano e está em coma. Além disso, apresenta quadro de choque hemorrágico.
17h55 (12h55): No Hospital Maggiore, a Dra. Maria Teresa Fiandri, chefe do departamento de reanimação e responsável por comandar os boletins médicos do piloto da Williams, anuncia que Senna está em estado de coma profundo.
18h05 (13h05): Os médicos responsáveis pela recepção e tratamento de Senna no Hospital Maggiore, em Bolonha, anunciam à imprensa que o quadro do piloto é de morte cerebral. O diagnóstico foi constatado às 11h05 (de Brasília), e a notícia foi dada oficialmente às 13h05.
18h40 (13h40): Ayrton Senna da Silva, três vezes campeão mundial de F1, não resiste aos ferimentos causados pela colisão com o muro que limita o autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na curva Tamburello. As funções vitais e os batimentos cardíacos do piloto se encerraram às 13h40 (de Brasília), no Hospital Maggiore, em Bolonha. Senna morreu aos 34 anos de idade.
O anúncio da morte de Senna foi feito pela Dra. Maria Teresa Fiandri, diretora do departamento de Anestesia e Reanimação do Maggiore e responsável pelas atualizações sobre os boletins médicos de Senna. A morte cerebral já havia sido confirmada antes, após um eletroencefalograma e uma tomografia.
21h27 (16h27): O Hospital Maggiore libera e encaminha o corpo de Senna ao Instituto Médico Legal de Bolonha. Em seguida, os legistas realizam a autópsia, como pede a legislação italiana em casos de morte não-natural. Após necropsia e análise legal, a família é autorizada a levar o corpo para o Brasil. O presidente Itamar Franco coloca um avião da Força Aérea Brasileira à disposição dos Senna por meio do embaixador brasileiro em Roma, Orlando Carbonar.
Tudo sobre
Mais lidas
News Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias