Bicampeão mundial cria programa para ensinar caratê virtualmente
Douglas Brose usa tecnologia e criatividade para treinar em casa e unir a Seleção
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Duas vezes campeão mundial de caratê na categoria kumite até 60 kg, Douglas Brose vai revelar segredos e detalhes dos treinamentos que o levaram às conquistas. Com a paralisação do calendário internacional de competições provocada pela pandemia de COVID-19, o atleta do Time Ajinomoto está transformando um antigo projeto em realidade e lançará em breve um programa próprio de treinamento.
A data de lançamento ainda não foi definida, mas o projeto está adiantado. Serão módulos de treinamento em formato de vídeo sobre vários aspectos do karatê.
- A ideia é pautar mais as partes técnica, tática e estratégia de luta, mas vamos falar de preparação física também. Talvez eu possa evitar que outros atletas sofram o que eu sofri para ter acesso às informações e ao que acontece nos níveis técnicos fora do país - explica Brose, campeão mundial em 2014 e 2010.
O conteúdo é elaborado pelo próprio carateca com a colaboração de sua mulher Lucélia Ribeiro, tetracampeã pan-americana e técnica da modalidade. Os vídeos serão quinzenais e estruturados em um sistema evolutivo contínuo para que o aluno possa adquirir as informações, aplicá-las em seus treinos na academia e perceber a diferença em sua evolução.
- Queremos que seja uma construção de técnicas e táticas bacana para o aluno ter o fundamento do que a gente tem a transmitir. Tudo está baseado no que fizemos para chegar onde chegamos. É usar nossa experiência para ajudar e dar um norte a outras pessoas - resume o carateca.
Estão previstos também alguns bônus para os alunos do sistema. Entre eles, análise particular de vídeo, aulas pessoais e transmissões online permitindo treinar ao mesmo tempo que Brose.
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Programação pós-pandemia
Apesar da quarentena esportiva mundial, Brose tem buscado maneiras de se manter em alto nível. A rotina inclui treinos diários, graças a um tatame adaptado na casa da mãe e com Lucélia como parceira. No último dia 22, as academias de ginástica de Florianópolis, onde moram, puderam reabrir sob normas especiais de higiene, e o trabalho de força pode ser retomado pelo carateca. Os treinos em grupo, porém, parte importante na preparação do atleta, continuam suspensos.
- Consigo manter alguns treinamentos do aspecto técnico, mas não posso manter outros de luta e competição - ressalta.
Para tentar lidar com essa dificuldade, Brose lança mão da tecnologia.
- Criei um grupo com meus colegas de seleção para ver quem está interessado e a gente fazer um treinamento online, todos juntos. Tenho buscado formas de unir o pessoal da seleção brasileira para a gente se manter motivado porque, às vezes, é difícil até se motivar a fazer um treino sozinho em casa, socando o vento.
Brose almeja vaga na categoria kumite até 75 kg nos Jogos de Tóquio, duas acima da que compete normalmente. Com o adiamento do evento para 2021, o Pré-Olímpico Mundial, onde tentará a classificação, ficou para o ano que vem e a retomada de competições internacionais segue indefinida.
- Tenho estudado bastante a categoria. A princípio, o Pré-Olímpico vai ser em junho, mas até lá muita coisa pode acontecer. Estamos esperando para fazer um plano mais específico - finaliza.
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