Brasil lidera Grand Slam de judô em casa e tem salto no pesado feminino
Com destaque para a jovem Beatriz Souza, categoria teve três brasileiras no pódio, uma delas por Portugal. David Moura não resistiu à lenda Teddy Riner, invicto há 152 combates
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O Brasil encerrou o Grand Slam de Brasília de judô, na noite de terça-feira, na liderança geral. Foram 17 medalhas, sendo quatro de ouro, nove de prata e quatro de bronze. Japão, Grã-Bretanha, Cuba e Itália fecharam os cinco primeiros lugares. Outro motivo para comemorar é a demonstração de força na categoria feminina acima de 78kg. O pódio foi dominado por judocas do país.
O grande destaque foi Beatriz Souza, de 21 anos, campeã após derrotar a veterana Maria Suelen Altheman, de 31. A jovem conquistou seu primeiro título de um torneio Grand Slam na carreira e, cada vez mais, indica que pode brigar por vaga em Tóquio-2020. O bronze ficou com Rochele Nunes, formada no Brasil, mas que atualmente defende Portugal.
Beatriz encerrou o torneio com um salto de uma posição no ranking mundial, do oitavo para o sétimo lugar. Ela tem agora 5.029 pontos. Suelen, a principal brasileira no pesado, manteve-se em terceiro, com 6.145. Já no ranking olímpico, que conta pontos para os Jogos do Japão, a diferença entre elas é de apenas 410 pontos (3.652 de Suelen contra 3.242 de Bia).
A jovem entrou no tatame nas quartas de final, contra a alemã Renee Lucht, e venceu com ippon. Na semifinal, bateu a francesa Julia Tolofua nas penalidades (shidos). Na decisão, teve pela frente o duelo brasileiro contra Altheman, que havia passado pela chinesa Jiang Yanan e por Rochele. Bia conseguiu um ippon e chegou ao topo do pódio.
– Foi muito mais do que maravilhoso ganhar esse ouro aqui no Brasil. Estou muito feliz e vou continuar trabalhando forte porque ainda tem muito pela frente. Uma vitória sempre levanta a auto-estima, fico mais confiante e vou seguir mais forte – disse Beatriz, que já tinha conquistado dois bronzes, em Ecaterimburgo (2018) e Abu Dhabi (2017). Para Suelen, esta foi a terceira medalha de prata em Grand Slam.
No masculino, David Moura (+100kg) e Rafael Buzacarini (100kg) ficaram em segundo no último dia de disputas.
David precisou de 40 segundos para conseguir um ippon sobre Freddy Figueroa (ECU) e avançar às quartas. Depois, encarou o ucraniano Yakiv Khammo e venceu com waza-ari no golden score para encarar Rafael Silva na semifinal. No embate entre brasileiros, Moura forçou três shidos e seguiu para a final contra o francês Teddy Riner. Na decisão, a lenda francesa conseguiu um ippon em 20 segundos e levou o ouro. Ele agora tem uma invencibilidade de 152 lutas.
– Teddy é sempre um adversário a ser batido, é sempre bom lutar com ele independente do resultado. Acho que lutei bem todas as lutas, não dei sorte na final mas foi um bom resultado, ganhei pontos importantes na corrida olímpica e acredito que foi um grande dia aqui no Grand Slam. Estou bastante feliz com essa medalha de prata – disse David.
A terceira prata veio com Buzacarini, que avançou nos dois primeiros confrontos por ippon: sobre o búlgaro Daniel Dichev e o russo Niiaz Bilalov. Na semifinal, vitória sobre o egípcio Ramadan Darwish nas penalidades (shidos). Na decisão, encarou o atual campeão do Grand Slam de Dusseldorf, o japonês Kentaro Iida. Rafael forçou uma punição no adversário, mas acabou sofrendo um ippon faltando um minuto para o fim e ficou com o segundo lugar.
– Consegui avançar bem na competição. Veio a medalha de prata, mas eu queria o ouro. Mesmo assim, fico feliz com o meu resultado. É uma sensação incrível disputar um Grand Slam em casa. Espero continuar fazendo bonito e continuar somando pontos no ranking – avaliou Buzacarini.
Rafael Silva terminou em quinto, após perder por ippon para Inal Tasoev (RUS). Juscelino Junior, Rafael Macedo, Leonardo Gonçalves e Samanta Soares terminaram em sétimo lugar. Igor Morishigue, Cleyanderson Silva, Eduardo Bettoni, André Humberto, Lucas Lima, Tiago Palmini, Giovanna Fontes, Camila Ponce, Sibilla Faccholli e Luiza Cruz não passaram da fase preliminar.
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Teddy Riner não ficou totalmente satisfeito com seu rendimento em Brasília, apesar de ter garantido a medalha de ouro e ampliado sua invencibilidade. O judoca, de 30 anos, acredita que tem um caminho a percorrer até 2020.
Bicampeão olímpico e dez vezes campeão mundial, o astro tirou um período sabático e passou 20 meses sem disputar uma competição oficial. O retorno aconteceu no Grand Prix de Montreal, em julho, com o ouro. Sua última derrota na carreira foi para o japonês Daiki Kamikawa em setembro de 2010.
– (O resultado no Brasil) Foi importante, porque quero a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e preciso ter esses dias assim para a Olimpíada. Não quero bronze ou prata. Quero o ouro, então preciso crescer. E, quando eu luto dessa forma, sinto que vai ser bom para o futuro. Cada vez que eu luto com um oponente eu aprendo, porque treinar é completamente diferente de competir – disse Riner, após a conquista sobre David.
O judoca iniciou o torneio na 58ª colocação no ranking mundial. Com o título, saltou 27 posições e agora aparece em 31º. Já no ranking olímpico, Teddy era o 36º e já aparece em 16º.
E o atleta não quer saber de se aposentar depois da Olimpíada de Tóquio.
– Quero finalizar a carreira em Paris-2024, mas é tudo muito difícil. Primeiro vamos para Tóquio. Depois, Paris. Depois, nada mais de Teddy – brincou.
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