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Brasileiros temem futuro da natação e torcem por solução rápida de crise

Campeões do Desafio Raia Rápida, Bruno Fratus, João Gomes Junior, Henrique Martins e Henrique Rodrigues esperam que denúncias não afetem investimento para Tóquio-2020 

Bruno Fratus terminou em sexto lugar nos 50m livre<br>​
imagem cameraBruno Fratus &nbsp;admite estar preocupado com o futuro de sua preparação olímpica (Foto:Ari Ferreira/LANCE!Press)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 25/09/2016
13:53
Atualizado em 25/09/2016
17:41

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As incertezas sobre o futuro da natação brasileira após as denúncias do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo contra a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), divulgadas nesta semana, aumentaram a preocupação dos atletas brasileiros. E ela já não era pequena.

Temerosos sobre o corte de investimentos que o esporte sofrerá por causa da situação econômica do país, eles esperam que as supostas irregularidades na gestão da entidade não comprometam ainda mais o orçamento para Tóquio-2020. O quarteto verde e amarelo campeão do Desafio Raia Rápida deu o recado.

- Eu me preocupo com o futuro da preparação. Torço para que tudo seja resolvido logo, para voltarmos à programação normal. Quem mais tem a perder é a natação brasileira. O quanto antes tivermos águas claras e mar calmo para focar nos resultados, melhor. Não que já haja interferência direta em nós, mas espero que não sejamos afetados. Digo eu, a Seleção, os clubes e a base - disse Bruno Fratus, sexto colocado nos 50m livre na Rio-2016.

Os Correios, principal patrocinador da CBDA, já haviam comunicado aos dirigentes que o aporte financeiro teria diminuição considerável no próximo ciclo olímpico. Após os episódios recentes, a empresa não descartou encerrar o apoio e cobrou esclarecimentos da confederação, conforme revelado pela coluna De Prima na última sexta-feira. 

- Sabemos que o investimento não será igual. Teremos de nos dedicar mais para mostrar nossa imagem ao mundo. Esperamos voltar a ter incentivo, pois fará falta, com viagens e treinamentos no exterior - disse Henrique Rodrigues.

Com o fim dos Jogos, os brasileiros esperam um período de descanso das piscinas, mas sabem que o clima nos bastidores tende a se manter quente. Isso porque as eleições para a presidência na CBDA estão previstas para março de 2017. Nesta quarta-feira, haverá uma Assembleia Geral para adequação do estatuto a mudanças na legislação sobre entidades que recebem verba pública.

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A gestão atual é comandada por Coaracy Nunes, presidente desde 1988, e Ricardo de Moura, diretor executivo e candidato na próxima eleição. A chapa de oposição é encabeçada pelo presidente da Federação Aquática Paulista (FAP), Miguel Cagnoni. O atual mandatário chegou a acusar o adversário de ser responsável por um movimento contra seu sucessor.

- Não gosto de acompanhar as notícias, porque afetam os atletas. Tomara que as denúncias não venham a prejudicar a natação. Que este seja apenas um problema político e administrativo - falou João Gomes Junior.

Dentre as irregularidades apontadas pelo MPF-SP, estão desvio de recursos destinados à compra de equipamentos e materiais para a preparação da maratona aquática, nado sincronizado e polo aquático e fraudes em licitações. 

- Se eu falar que não dá preocupação, estarei mentido. É claro que dá. Mas sei que tudo caminhará para o melhor lado. Não vou entrar no mérito de quem fez certo e errado. Espero que a CBDA esteja bem estruturada para o próximo ciclo. O esporte tem de aproveitar o momento e fazer como a Grã-Bretanha, de melhorar o resultado, não piorar - declarou Henrique Martins.

No último ciclo olímpico, os Correios repassaram à CBDA cerca de R$ 95 milhões.

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