CEO da WSL celebra momento da liga e elogia surfistas brasileiros: ‘Geração vencedora’
Ivan Martinho revelou planos para o futuro e mostrou satisfação com etapa de Saquarema, disputada em julho
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A World Surf League (WSL) é uma das ligas esportivas de mais sucesso no planeta. Em ascensão desde 2014, a entidade já cativa fãs ao redor do mundo, especialmente no Brasil. Em entrevista ao LANCE!, o CEO da corporação na América Latina, Ivan Martinho, revelou os próximos passos e elogiou os surfistas brasileiros.
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Após elogiar a Brazilian Storm, Martinho analisou o momento do surfe na América Latina. Neste momento, os continentes abrigam duas provas no circuito da Championship Tour: em Saquarema e em El Salvador. No entanto, apenas brasileiros ficaram entre os 25 melhores do ano. Para o mandatário, isso deve mudar conforme o crescimento do esporte for maior nos outros países.
- Uma coisa puxa a outra. Tivemos o Carlos Muñoz, que caiu no primeiro corte, o Luca Mesinas. Até temos outros atletas da região, mas acabaram eliminados no começo. Quando ele ganha, é claro que ganha relevância maior, seja no Brasil ou em outros países. Isso faz a diferença - disse.
Martinho também comentou sobre patrocínios e marcas do chamado 'surfwear'. De acordo com o CEO, o lifestyle dos surfistas não mudou conforme os anos e vem recebendo reconhecimento merecido nos últimos anos. Quanto mais os atletas geracionais ganham, mais puxam novas parcerias e fãs para a WSL.
- Para as marcas de surfwear, sempre importou muito a performance. Se você tem um atleta que ganha, você provavelmente vai querer a mesma prancha que ele, mesma roupa. Isso em todos os esportes, principalmente no surfe - analisou.
Vale destacar, também, que Ivan fez declarações importantes sobre a formação da marca WSL. Ele revelou propostas interessantes com relação a assuntos como sustentabilidade e igualdade nas premiações entre homens e mulheres que, aliás, a liga foi pioneira.
Ainda no tópico do relacionamento com as marcas, o CEO frisou que já perdeu propostas muito vantajosas no âmbito financeiro para manter a ideologia da liga. Entre elas, empresas petrolíferas que, de acordo com Ivan, vão na direção contrária à sustentabilidade.
- O nosso esporte acontece no mar, então temos que estar atentos a sustentabilidade. O nosso DNA também faz parte da igualdade, nossa liga foi a primeira a dar premiações iguais para homens e mulheres. São decisões que fortalecem a nossa marca, fora outras iniciativas, como a igualdade também nas etapas - comentou.
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- Não podemos ter certos tipos de parceiros, como empresas petrolíferas. Já aconteceram alguns acidentes que levaram a poluição no mar, vazamentos de óleo. Não faz sentido para nós, que estamos empenhados na preservação dos oceanos. É uma decisão que custa, por conta dos valores, mas priorizamos o nosso propósito - constatou.
Sendo brasileiro, Ivan sobrou elogios à Brazilian Storm. Mesmo torcendo pelo bem do esporte, o CEO da WSL Latin America contou que está muito orgulhoso com a hegemonia dos brazucas. Além disso, celebrou a boa fase de diversas figuras do esporte.
- Sendo executivo, eu tenho que torcer pelo esporte. Mas estando na América Latina, não tenho problema nenhum em dizer que torço pelos atletas da minha região vencerem, impacta diretamente na gente. O esporte sempre foi dominado por americanos e havaianos, mas nos últimos sete anos a hegemonia é brasileira - frisou, antes de completar:
- Eu acho difícil em qualquer lugar do mundo um esporte individual ser tão vencedor por referências diferentes. O Federer na Suíça, por exemplo, só tem ele. O Gabriel tem uma projeção gigante, rompeu a bolha, mas o Ítalo, o Filipe, o Adriano Mineiro, é uma geração vencedora - contou.
Por fim, deu tempo para um "palpite" do mandatário nesta temporada. Ivan exaltou o trabalho de Filipe Toledo, que lidera a Championship Tour e surfará em Trestles pelo título. No entanto, relembrou a campanha do australiano Jack Robinson, segundo colocado no ranking.
- O Filipe fez um trabalho extraordinário neste ano e vai surfar uma onda que está acostumado. É pertinho de onde ele treina, fora que já está garantido nas finais. Eu acho que o Ítalo é um excelente competidor, o próprio Jack Robinson também tem feito um trabalho fantástico - revelou, antes de concluir:
- Tem o Griffin Colapinto também, é uma vontade muito grande de quebrar essa hegemonia do Brasil. É um prato cheio para quem gosta do esporte, vai ser lindo - finalizou.
*Estagiário, sob supervisão de Ricardo Guimarães.
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