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COB nega descumprimento da Lei Pelé para salvar repasses das loterias

De acordo com dirigentes e assessor jurídico da entidade, solução encontrada com governo federal para reverter a interrupção dos repasses seguiu todas as determinações legais

Coletiva do COB
imagem cameraO presidente do COB, Paulo Wanderley (ao centro), deu coletiva ao lado de Rogério Sampaio, diretor geral da entidade, e Jorge Bichara, diretor de esportes (Foto: Jonas Moura)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 10/04/2019
18:07
Atualizado em 11/04/2019
13:24

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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) afirma não temer a possibilidade de novo bloqueio das verbas das loterias federais por suposto descumprimento da Lei Pelé. Um dia após conseguir negociar com o governo federal a liberação dos recursos que abastecem o esporte olímpico nacional, a entidade negou haver qualquer manobra para burlar a legislação, em meio aos questionamentos no meio esportivo devido à ausência de certificação de boa governança. A documentação expirou na sexta-feira.

Os repasses foram interrompidos na última segunda, mas na terça os dirigentes se reuniram em Brasília para apresentar os argumentos e convencer o governo de que não há razão legal para a medida. O encontro terminou com final feliz, já que o dinheiro da Lei Piva equivale a 90% das receitas do comitê.

- O COB cumpre todos os princípios da administração pública. Não podemos fazer o que quisermos com os recursos. Não cabe esta afirmativa, de que estamos descumprindo isso e aquilo. Nós confiamos nos documentos que recebemos da Caixa e da Secretaria Especial de Esportes, e está tudo certo. Não vejo problema em relação a isso - disse o presidente do COB, Paulo Wanderley.

Os dirigentes argumentaram que a verba em questão não entra no orçamento da União após ser paga pelos apostadores nas loterias em todo o país. E lembraram que, graças à política pública, o Brasil saltou da 53ª posição em Sidney-2000 para a 13ª colocação na Rio-2016. No momento, o país tem 263 atletas em viagens internacionais, no período entre 6 e 14 de abril.

- Com repasses obrigatórios por determinação legal, nenhuma interrupção pode ser feita. A lei impõe que a Caixa entregue ao COB recursos que são próprios. Não há leniência. O TCU (Tribunal de Contas da União) e a CGU (Controladoria Geral da União) estão auditando o comitê com essa execuções, como a Lei Pelé exige - afirmou o assessor jurídico do COB, Wladimyr Camargos.

O problema se deve a uma dívida de cerca de R$ 191 milhões da antiga Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), que ficou sob jurisdição do COB de 2006 e 2012, após denúncias de corrupção e má administração. Wanderley disse não saber o paradeiro dos responsáveis, mas defendeu que eles sejam buscados e punidos.

Segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o COB e a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) são corresponsáveis pelo passivo, o que resultou na expiração da certificação de regularidade, documento que garantiria os repasses. Por isso, o Comitê não tem uma Certidão Negativa de Débito (CND), única pendência para renovar a certificação.

- A Timemania exige dos clubes a apresentação da CND, mas na Lei Agnelo/Piva não há essa condicionante para a transferência de recursos. A Lei Pelé não está deixando de se cumprida, é importante frisar - disse o diretor geral do COB, o ex-judoca campeão olímpico Rogério Sampaio, que completou:

- É claro que nós não estamos confortáveis com o fato de não termos a certificação, mas vamos fazer de tudo para buscar uma solução, afinal só não a temos por causa de uma dívida que não é nossa - afirmou Sampaio.

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