COB pede rapidez ao Congresso para reverter perdas causadas pela MP
Rogério Sampaio faz apelo para evitar maiores prejuízos ao Comitê Brasileiro de Clubes, responsável pela formação de atletas e por competições de base durante o ciclo olímpico
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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) está longe de ser prejudicado com a edição da MP 841, feita pelo presidente Michel Temer na semana passada, mas cobra agilidade do Congresso Nacional para sacramentar a reversão dos prejuízos da medida. A explicação está no fato de que a perda de recursos do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), responsável pela formação de atletas, comprometerá a longo prazo o trabalho das confederações.
Embora o COB utilize parte da arrecadação das loterias federais para distribuí-la às entidades encarregadas de cada esporte ou investir diretamente nos esportistas (são previstos R$ 139 milhões em 2018), o montante não se perde com a MP. O Comitê apenas deixa de faturar um prêmio extra, considerado pequeno, e até sai no lucro, pois deixa de repassar verba a outras entidades.
O CBC, por sua vez, ficou sem um centavo sequer. No ano passado, os clubes conseguiram a liberação de R$ 66,9 milhões para serem aplicados em torneios de olímpicos e paralímpicos de base no ciclo até Tóquio-2020.
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Além do CBC, Secretarias estaduais, Fenaclubes, a Confederação do Desporto Escolar (CBDE) e a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) também foram retiradas da divisão do bolo. Ao todo, o esporte perde mais de R$ 500 milhões por ano.
Diretor-geral do COB, o ex-judoca Rogério Sampaio esteve em Brasília nesta semana em reuniões com políticos e entidades do setor para debater os próximos passos da "novela". O governo, inclusive, reconheceu que errou ao não detectar os problemas que a MP causaria. Agora, cabe ao Congresso Nacional rejeitar o texto, que já está em vigor. Para que seu conteúdo se torne lei, ele deve ser aprovado em 120 dias após a publicação da medida.
– O Ministro-Chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, demonstrou na reunião o equívoco do governo em editar a MP e o interesse em recompor esses recursos. O processo agora é de acelerar os trabalhos dessas comissões. É importante que isso seja feito com a maior velocidade possível, pois CBC, CBDE e CBDU já não estão recebendo recursos – disse o diretor geral do COB, Rogério Sampaio, ao LANCE!.
As entidades citadas pelo campeão olímpico já enfrentam dificuldades para pagar funcionários e competições serão canceladas caso o dinheiro não volte a cair. A expectativa é de que o Congresso barre a MP até 13 de julho. Após a data, os parlamentares entram em recesso, o que prejudicaria o sistema.
Da forma como foi editada, a medida, que teve como justificativa oficial abastecer o Fundo Nacional da Segurança Pública (FNSP), amplia tanto o montante da premiação das loterias quanto a taxa de administração das mesmas. São esses pontos os alvos de contestação dos esportistas.
– O sistema todo tem de funcionar, como um relógio. Não adianta cuidarmos do nosso e deixar os outros se virarem. Eu, como atleta, participei dos JEBs (Jogos Estudantis Brasileiros), em 1984, fui campeão e, oito anos depois, fui campeão olímpico. Fui medalhista escolar e universitário e sei a importância dessas entidades na formação do atleta, pois em algum momento vários deles irão parar nas confederações – afirmou o ex-judoca.
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