Coluna do Bichara: a Fórmula 1 está de volta!
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Chegaram ao fim os dias de espera e esperança (do fim da enfadonha hegemonia vista nos últimos anos): nesse sábado, no Bahrein, teremos o retorno da F1, para a mais longa temporada da história da categoria: 24 corridas, e mais 6 sprints. Dessa vez não se viu a tradicional dança de pilotos. Todos continuam exatamente onde estavam ano passado – o que é inédito.
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Apesar disso, a pré-temporada foi sacudida pela bombástica notícia de que Lewis Hamilton, após 12 temporadas, deixará a Mercedes em 2025, indo para a Ferrari. A surpresa ficou não só por conta da radical mudança, mas também pela atípica antecedência com que ela foi divulgada, mexendo com as placas tectônicas do mercado de pilotos – e do mercado financeiro também: no dia do anúncio, as ações da Ferrari subiram 15%. Carlos Sainz foi então “promovido para o mercado”. Os rumores de que ele deverá ir para a Audi – que comprou a Sauber – se intensificaram. E claro que muita gente já está de olho na cobiçada vaga na Mercedes. Toto Wolf quer Lando Norris, que por sua vez renovou um multiyear contract com a McLaren. E é provável que surja também uma vaga no cobiçado cockpit da Red Bull, eis que Sergio Perez já parece estar com os dias contados.
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Outra noticia surpreendente foi a rejeição da equipe Andretti/Cadillac. Por razões ainda não inteiramente compreendidas, os cartolas da F1 barraram o time americano, apesar de ele ter pedigree – Mario Andretti foi o único americano a vencer o campeonato mundial, em 1980 – e grana (a Cadillac é uma subsidiária da GM, ou seja, deve ter dinheiro infinito). Além disso é evidente que uma equipe americana ajudaria na pretendida divulgação da categoria nos USA.
Os treinos pré-temporada revelaram Ferrari e Mercedes competitivas, mas aparentemente a Red Bull continua sobrando. O campeão Max Verstappen voou, baixando seu próprio tempo do ano passado em Sakhir, em 1,5 segundos. Tenho aqui o doloroso dever de avisar que, infelizmente, devemos estar preparados para a mesma hegemonia dos últimos anos. Fernando Alonso já declarou que 19 pilotos sabem que não serão campeões. Vamos torcer para que isso seja apenas o espanhol jogando peso nos ombros do incumbente Verstappen, vencedor de 19 das 23 corridas do ano passado.
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Os meses sem F1 foram também de luto para os amantes da velocidade. Os brasileiros perderam duas lendas do automobilismo. Gil de Ferran, diretor técnico da McLaren, partiu precocemente aos 56 anos. E Wilsinho Fittipaldi, um dos heróis do sonho da Equipe Fittipaldi – time 100% brasileiro que correu na F1 entre 1976 e 1982 – faleceu aos 80 anos. Ambos farão muita falta.
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