Coluna do Bichara: O leopardo não perde suas manchas

GP da Áustria foi marcado pelo toque entre Verstappen e Norris

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Verstappen foi considerado culpado pelo incidente que teve com Lando Norris (Foto: ERWIN SCHERIAU / AFP)

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A F1 chegou, no último final de semana, à casa da Red Bull. O favoritismo do herói local, Max Verstappen, ainda prevalecia (tanto assim que as casas de apostas pagavam apenas 1,15 por sua vitória), mas já era inevitável reconhecer que a F1 felizmente está cada vez mais competitiva, com McLaren, Ferrari e até Mercedes melhorando bastante. Nas 4 corridas anteriores a média de pontos da McLaren foi de 28,25 pontos contra 22,75 da Red Bull, 21,75 da Mercedes e 20,75 da Ferrari.

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Falando em Ferrari, o time italiano venceu mais uma vez as 24 horas de Le Mans, sendo o primeiro fabricante a ganhar o GP de Mônaco e Le Mans desde 1934 - essa pelo 2º ano consecutivo.

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No mercado de pilotos, mais uma peça se encaixou com a confirmação de que Lance Stroll renovou seu contrato com a Aston Martin por mais alguns anos – para a surpresa de zero pessoas, considerando que ele pilota para o papai. Há muita especulação em torno do novato Andrea Kimi Antonelli. O piloto tem contrato com a Mercedes, e diz-se que poderia estrear esse ano ainda na Wiliams, no lugar do fracassado Logan Sargeant. Esse rumor ganhou força especialmente após a mudança no regulamento da FIA para prever que os pilotos poderão obter a superlicença exigida para a categoria antes dos 18 anos no caso de “capacidade e maturidade excepcionais demonstradas em competições recente de monopostos”. A regra parece ter sido feita por encomenda de Toto Wolf.

Na sprint race de sábado, Verstappen confirmou seu favoritismo, vencendo com tranquilidade, seguido das McLaren de Oscar Piastri e Lando Norris. Também na classificação, o holandês levou a melhor, garantido a pole position, seguido de Norris, George Russel, Carlos Sainz, Lewis Hamilton e só então Piastri (que foi punido e teve sua melhor volta deletada).

Na largada de domingo, Verstappen não só se defendeu bem, como já na primeira volta abriu mais de um segundo de diferença para Norris, se protegendo do DRS. Um pouco mais atrás, Leclerc e Piastri ser esbarraram, obrigando o monegasco a parar nos boxes e despencar para o penúltimo lugar.

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(Foto: Joe Klamar / AFP)

Verstappen abriu uma vantagem razoável, mas reclamava dos pneus. Na volta 52 ele foi chamado aos boxes pela segunda vez, e aí deu-se um raríssimo erro da Red Bull: sua troca de pneus durou 6,5 segundos, contra 2,9 de Norris, que parou junto. Logo na saída o holandês fritou os pneus e conseguiu seguir na frente, embora a diferença entre eles tenha caído para menos de 2 segundos. Norris vinha muito bem, fazendo sucessivas melhores voltas até que chegou de vez no holandês. A McLaren claramente tinha uma performance melhor e a ultrapassagem parecia certa como a aurora.

Quando ficou a menos de um segundo de Verstappen, Norris acionou o DRS e foi para cima. O holandês se defendeu com todas as forças, passando um pouco do limite do razoável - trocava de direção nas freadas e não deixava espaço para Norris. Após a abertura da asa móvel, o inglês chegou a ultrapassá-lo, mas excedeu os limites de pista, e devolveu a posição – evitando punição. Logo em seguida, foi a vez de Verstappen exceder exatamente os mesmos limites, mas dessa vez sem devolver a posição.

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(Foto: Joe Klamar / AFP)

Uma volta depois, enquanto os bem pensantes aguardavam a punição para o holandês, Norris foi novamente para cima e recebeu outra fechada de Verstapppen, que acabou provocando uma colisão onde ambos os pilotos tiveram pneus furados. Na sequência, Norris abandonou e Verstappen despencou para o quinto lugar, recebendo uma punição de 10 segundos - e 2 pontos na carteira.

A liderança então caiu no colo de Russel, que vinha em 3º lugar, seguido de Piastri e Sainz, que fecharam o pódio.

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(Foto: MAX SLOVENCIK / AFP)

A verdade é que, nos últimos tempos, com o carro bem superior, Verstappen não enfrentou qualquer competidor. Isso nos fez esquecer como o holandês opera, mas é só lembrarmos de 2021 em seus duelos com Hamilton. Sempre que ameaçado, ele vai no limite da irresponsabilidade. O holandês está mais para Dick Vigarista que para Barão Vermelho. Se em 2022 e 2023 ele não teve que disputar posições, agora vemos que o leopardo, enquanto tal, não perde suas manchas.

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