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Com a quarentena, COB tem queda de 50% de verba da Lei Agnelo Piva

Pandemia traz impacto financeiro ao esporte brasileiro. Repasse depende da arrecadação bruta das loterias federais, porém, com o isolamento social, diminuíram as apostas no país

COB
imagem cameraPeríodo de quarentena traz dificuldades ao Comitê Olímpico Brasileiro (Rafael Bello/COB)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 23/04/2020
14:48
Atualizado em 23/04/2020
16:00

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Após o adiamento dos jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 e do período de quarentena imposto por diversos governos no planeta, o mundo do esporte tem sofrido consequência drásticas, sobretudo no lado financeiro. Com isso, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) aponta uma queda de 50% da verba recebida pela Lei Agnelo Piva nos meses de pandemia.

Vale destacar que os repasses desta lei estão ligados diretamente à arrecadação bruta de todas as loterias federais. No entanto, com o isolamento social, diminuíram o número de apostas no país, o que acarretou na queda brusca do repasse ao COB. 

No cenário atual, a entidade sofre com os desdobramentos do novo coronavírus, com os cancelamentos de competições esportivas nacionais e internacionais e a diminuição da arrecadação, restando um custo administrativo. Em entrevista ao site 'Uol', o diretor geral do COB Rogério Sampaio, comentou sobre o momento e a queda de 50% do repasse.

- Nós tivemos uma diminuição de aproximadamente 50% no volume de apostas e de repasse ao COB. A Caixa publica diariamente e a gente recebe o recurso 10, 12 dias úteis depois. A gente vai acompanhando as apostas que foram feitas, os funcionários internos aqui fazem a conta. A gente já tem esse valor aproximado de diminuição de apostas e de repasse para o movimento olímpico -  ressaltou Rogério Sampaio, que em seguida, completou.

- Eu tenho uma visão que essa diminuição de 50% é momentânea. Eu entendo que, a partir do momento em que diminuir o isolamento social, que as pessoas começarem a levar uma vida normal, esse número de apostas vai subir e o repasse também. Não acredito que, num primeiro momento, chegaremos ao volume que tinha anteriormente, mas entendo que vai aumentar - salientou.

O comitê utiliza 75% da Lei Agnelo Piva com as atividades esportivas, como na organização de eventos, treinamentos das equipes; contratação de técnicos; viagens de intercâmbio; participação em competições internacionais; aquisição de equipamentos e materiais esportivos; períodos de aclimatação das delegações, entre outros custos.

Já os outros 25% seriam destinados às ações administrativas de manutenção da entidade, que englobam salários de funcionários, aluguel, entre outros gastos. Neste sentido, o período de inatividade do esporte nacional reflete na dificuldade em arcar com esses números.

Diante disso, o COB entrou com um pedido ao Ministério da Cidadania, pasta onde está alocado o esporte no governo Bolsonaro. A entidade pediu para que seja realizado um estudo para modificar estes limites durante a pandemia. Assim, ela conseguiria dar conta de seus pagamentos e teria um alívio financeiro no período de quarentena.

- Quando você tem essa diminuição de atividade fim (esporte), fica muito difícil você conseguir cumprir os 25% da atividade meio, porque 25% de cem é uma coisa agora, 25% de zero é zero. Então, o COB entrou em contato com o Ministério da Cidadania, com a Secretaria Especial de Esportes, apresentando esses argumentos e solicitando um estudo inicial para que a gente pudesse, de alguma maneira, resolver essa situação e fazer com que a entidade possa cumprir a regra - comentou Rogério Sampaio.

Por fim, a parte administrativa da entidade acredita que o retorno das atividades e eventos esportivos será pautado em um processo lento, já que os Jogos Olímpicos de Tóquio foram reagendados para 2021 e os riscos de contágio do novo coronavírus seguem altos.

- Isso não é um processo de 15 dias. São 60 a 70 dias para um atleta estar pronto para entrar em uma competição. E você tem, ainda, o avanço dessa disseminação no mundo. Na Ásia, o processo já está numa linha bem descendente, quase solucionado. Na Europa, ainda está no auge. Estados Unidos e Brasil, América do Sul e África, ainda estamos num processo de crescimento. Ou seja, o momento em que isso vai desacelerar e terminar são momentos diferentes. Então, quando uma federação internacional vai pensar em fazer um evento, tem que esperar o mundo inteiro resolver para depois vir o evento - finalizou

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