Com suspensão, COI encerra apoio ao Brasil para quitar déficit dos Jogos
Decisão da entidade mundial reduz esperanças de solução de dívida de R$ 130 milhões
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A prisão de Carlos Arthur Nuzman encerrou provisoriamente as poucas esperanças que restavam de que o Comitê Olímpico Internacional (COI) pudesse oferecer nova ajuda financeira ao país-sede dos últimos Jogos Olímpicos para quitar a dívida de R$ 130 millhões deixada pelo megaevento. Ao anunciar a suspensão do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a entidade mundial foi taxativa ao afirmar que colocou um fim nas relações com os organizadores.
"O Comitê Executivo afirma que o COI fechou todas as suas obrigações com o Comitê Organizador em dezembro de 2016, tal como foi confirmado pelo Comitê Organizador. O COI e sua contribuição financeira do Movimento Olímpico excederam significativamente as suas obrigações contratuais, levando em consideração a grave crise que afeta o país", disse o COI, que completa.
"O Comitê Executivo decide suspender provisoriamente todas as outras relações com a Comissão Organizadora"
A revogação da suspensão pode ser revista, caso o COB apresente garantias de boa gestão em meio às acusações de que seu presidente e seu braço direito, Leonardo Gryner, se envolveram na compra de votos na eleição do Rio como sede olímpica. Mas a entidade mundial já vinha se mostrando pouco disposta a fornecer novos recursos ao Brasil para encerrar o déficit da Rio-2016.
"Esta suspensão provisória pode ser derrubada em parte ou totalmente, quando as questões de governança do Comitê Organizador foram atendidas a contento da EB", diz a entidade.
O COI afirma ter repassado U$ 1,5 bilhão (R$ 4,72 bilhões), referentes às cotas de TV e marketing, ao Comitê Rio-2016 para ajudar na preparação dos Jogos. Por Lei, o rombo do evento deveria ser coberto pela prefeitura e pelo governo estadual, após o governo federal se retirar da obrigação, em 2015.
No ano passado, a União se comprometeu a arcar com R$ 100 milhões por meio de patrocínio de estatais. A prefeitura disponibilizaria R$ 150 milhões para ajudar a fechar as contas e assegurar o fim das dívidas. Mas os valores não chegaram conforme o previsto. Os patrocínios de empresas públicas renderam R$ 70 milhões. O ex-prefeito Eduardo Paes repassou apenas R$ 30 milhões.
Se os entes mantinham um discurso de união até o fim dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o cenário mudou ao fim dos eventos. Marcelo Crivella assumiu a gestão da capital fluminense e não repassou mais recursos ao Comitê Rio-2016. O governo estadual, em crise, também não.
Nos últimos meses, cabia justamente a Nuzman, na condição de presidente do Comitê Organizador e beneficiado por suas boas relações com membros do COI, manter o diálogo para que a entidade não desistisse de apoiar o fechamento das contas da Rio-2016. Ele foi impedido de ir à última Assembleia Geral, em Lima (PER), no mês passado, porque teve passaportes apreendidos.
“O COI continuará a lidar com qualquer problema que afete a integridade sob as regras e regulações de seu novo sistema de governança”, disse o COI.
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