Só deu Pernambuco no alto do pódio da Maratona do Rio. Justino Pedro da Silva e Mirela Saturnino de Andrade foram os campeões da prova disputada nesta segunda-feira (15). Cancelada em 2020 por causa da pandemia, o retorno da prova presencial contou com a participação de cerca de 30 mil corredores nas quatro distâncias do evento (42km, 21km, 10km e 5km), no domingo (14) e na segunda.
Estreante na Maratona do Rio, Justino Pedro não só venceu como é o novo recordista da prova, com 2h13m31s, um ritmo de 3m09s/km. “Foi um ano muito difícil, mesmo assim não deixei de treinar em nenhum momento, pois sabia que em algum momento as competições iriam voltar”, afirma o campeão. “Estava confiante no resultado e deu certo. Ano que vem quero estar de volta”.
O recorde anterior da Maratona do Rio pertencia a André Luiz Ramos. Em 1988, ele marcou 2h13m52s, mas em um percurso diferente.
Em segundo lugar também ficou o pernambucano Edson dos Santos, com 2h16m40s. O paulista Samuel Nascimento terminou na terceira colocação, com 2h18m38s.
Mirela Andrade venceu o 42km em 2h35m36s, com um ritmo de 3m54s/km. “Estou muito feliz, especialmente após tanto tempo em casa”, diz a atleta. A vice-campeã foi Rejane da Silva, com 2h46m58s, seguida por Marina Gomes, com 3h04m01s.
Campeões da Meia Maratona do Rio
No sábado, a vitória masculina na Meia Maratona foi do baiano Marcos Fernandes da Cruz, de 37 anos, com o tempo 1h08m42s. “Meu próximo passo é correr a Maratona. Fiquei um ano sem correr e, nos últimos seis meses, estou em Brasília treinando para resgatar meu ritmo para as competições”, afirma ele, que este ano conquistou a BSBS Race Half Marathon.
O segundo colocado foi Frederico Santos Abraão, com 1h10m00s. Em terceiro ficou Willdeberg Claudino dos Santos, com 1h10m35s.
No feminino, Simone Ponte Ferraz venceu com o tempo de 1h15m21s. Atleta do Brasil nos 3.000m com obstáculos nas Olimpíadas de Tóquio, a catarinense estava contente com sua primeira conquista numa meia maratona. “Estava me preparando para tentar representar o Brasil na Maratona em Tóquio, mas em virtude da pandemia, pelas restrições de viagem e por não ter maratonas, eu retornei para as pistas e foquei na prova que eu sempre corri desde muito nova. Depois das Olimpíadas, retornei para as provas de rua. Estar de volta e vencer uma competição tão emblemática foi muito especial”.
Com o tempo de 1h15m39s, Maria Aparecida Ferraz ficou em segundo lugar, seguida por Jéssica Ladeira Soares, com 1h16m35s.
Uma nota trágica foi a morte de um corredor a poucos metros da linha de chegada da Meia Maratona. Ele foi atendido pela equipe médica do evento e depois levado para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu.
Sócio-fundador da Maratona do Rio, João Traven considera que os dois dias de provas foram de superação. “Desde março do ano passado vivíamos incertezas e precisamos nos adequar a novos formatos para manter vivo o espírito da Maratona do Rio, como a de realizar o formato virtual da prova. Agora, olhando o nosso retorno presencial, valorizamos ainda mais o esporte e momento de reencontro com atletas. Tivemos lágrimas de superação e de emoção, tivemos doação, entrega, mas acima de tudo tivemos um evento mágico. Entregamos a edição de 2021 já fazendo planos para o próximo ano. Os atletas podem aguardar a melhor e maior Maratona de todos os tempos”, garante Traven.
Para Duda Magalhães, presidente da Dream Factory, que divide a organização da Maratona do Rio com a Spiridon, de Traven, o evento mostra a força do esporte para o Rio. “Se os atletas precisam das ruas, o que dizer desta Cidade Maravilhosa? O Rio respira experiências ao ar livre e nada mais dentro deste contexto que a Maratona do Rio. Começamos com a corrida e terminamos em uma grande celebração na linha de chegada, no pódio e na festa do público”. (Iúri Totti)