Destaque do Brasil na marcha atlética é suspenso por doping
Bronze no Mundial de 2017, Caio Bonfim foi flagrado por uso da substância Bumetanida, mas defesa comprovou contaminação cruzada e ele poderá voltar a competir em setembro
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Medalhista de bronze na prova dos 20km na marcha atlética no Campeonato Mundial de Londres, em 2017, o brasileiro Caio Bonfim foi suspenso por seis meses por doping. A informação foi confirmada nesta sexta-feira pela Unidade de Integração de Atletas, órgão da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf).
O atleta foi flagrado com a substância Bumetanida, diurético proibido pela Agência Mundial Antidoping (Wada), antes do Mundial. Mas ele não perdeu a medalha. A defesa, comandada pelo advogado Marcelo Franklin, comprovou contaminação cruzada de um dos quatro suplementos manipulados utilizados por Caio. A punição passou a contar a partir do dia 1º de março de 2018. Assim, ele estará apto a competir novamente a partir de setembro.
O brasileiro foi testado nos dias 28 e 30 de maio de 2017, antes de participar de uma competição em La Coruña, na Espanha. O brasileiro encerrou a prova na sexta posição. Os dois exames tiveram resultado positivo.
Em maio deste ano, com a suspensão já em vigor, Caio ficou fora da equipe que disputou a Copa do Mundo de marcha para tratar de uma lesão no quinto metatarso do pé esquerdo.
A AIU divulgou nesta sexta-feira um total de 120 casos de doping no esporte desde abril do ano passado, dos quais 85 são de medalhistas olímpicos e/ou mundiais e 47% deles são de russos. Boa parte veio à tona após a reavaliação de exames colhidos durante os Jogos de Pequim-2008.
CONFIRA A NOTA DA DEFESA DO ATLETA
Vimos a público esclarecer os seguintes fatos relacionados à notícia de violação de regra de dopagem publicada nesta data. O atleta está aliviado por ter conseguido provar junto à Federação Internacional de Atletismo - IAAF a ausência de intenção de ingerir qualquer substância proibida, o que em procedimentos disciplinares antidopagem equivale à inocência do atleta.
A quantidade do diurético involuntariamente introduzida em seu organismo causou danos à sua saúde levando-o inclusive a desmaiar em uma competição realizada ano passado no Peru, sendo levado à emergência hospitalar.
Investigações realizadas pela defesa, evidências médicas e laboratoriais produzidas no Brasil e no exterior, além de outras provas colhidas em procedimentos judiciais demonstraram inequivocamente ter sido o atleta vítima de contaminação.
A defesa comprovou ainda que entre os meses de fevereiro de 2016 e maio de 2017 Caio foi submetido a pelo menos 12 exames de dopagem de urina e 3 passaportes biológicos, todos com resultados absolutamente normais, afastando, juntamente com outros laudos periciais, a possibilidade de
uso de diurético para mascarar outras substâncias.
Por outro lado, se revela indiscutível que o diurético de per si na realidade prejudica a performance dos atletas na marcha atlética, não havendo qualquer justificativa plausível para uso proposital.
Chama a atenção o fato de que na lista publicada hoje pela IAAF-AIU, com sanções em procedimentos disciplinares de doping aplicadas a 103 atletas, de diferentes nacionalidades, somente o Caio Bonfim não foi punido com 2, 4 ou 8 anos de suspensão (mas apenas a 6 meses), mantendo os resultados conquistados, o que ratifica os argumentos de defesa acima expostos.
Em suma, a tese de defesa foi integralmente acolhida para: impedir a suspensão provisória do atleta permitindo sua participação no Campeonato Mundial de Londres em Agosto de 2017; manter a medalha de bronze alcançada naquela competição e reduzir de 4 anos para 6 meses a sanção padrão decorrente da presença de substância proibida no organismo de atleta.
Caio e sua família agradecem as mensagens de apoio e manifestam o desejo de finalmente dar por encerrado esse infeliz episódio focando, doravante, exclusivamente no retorno aos treinamentos visando o Campeonato Mundial de Atletismo de 2019 em Doha, Qatar.
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