Edênia é prata e completa 15 anos de medalhas consecutivas em Mundiais
Mundial de natação paralímpica, na Cidade do México, é o sexto da carreira da cearense, que desde 2002 marca presença nos pódios
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A cearense radicada no Rio Grande do Norte, Edênia Garcia, conquistou, na noite do último domingo, a medalha de prata nos 50m nado costas da classe S3, no segundo dia de competições do Mundial de natação paralímpica, na Cidade do México. O evento ocorre na Piscina Olímpica Francisco Márquez, sede dos Jogos Olímpicos de 1968.
O Brasil ganhou outras cinco medalhas na capital azteca. Na classe S10, André Brasil foi ouro e Phelipe Rodrigues prata nos 100m livre. A equipe verde e amarela já soma 13 medalhas (cinco ouros, cinco pratas e três bronzes) e ocupa o quarto lugar no quadro geral.
A prata de Edênia foi especial por diversos motivos. Primeiramente, porque ela é a mais longeva das medalhistas do país em Mundiais paralímpicos. Há 15 anos, ela habita os pódios desta competição. Foi tricampeã desta prova em Mar Del Plata-2002, Durban-2006, Eindhoven-2010 e prata em Glasgow-2015. Todas as conquistas na classe S4. Na temporada atual, foi reclassificada para a classe S3, para atletas com menor mobilidade, e chegou à prata desta noite na história piscina da capital mexicana.
- Se eu ainda estivesse na classe S4, certamente não estaria neste Mundial. Mas a maturidade foi um ponto positivo, que me fez chegar aqui alegre, feliz, me divertindo, mas sempre com muita responsabilidade - explicou Edênia.
A medalha veio de forma dramática. A chinesa Qiuping Peng, atual campeã paralímpica da prova, largou na frente e abriu vantagem. A grega Alexandra Stamatopoulou ocupou o segundo posto por, pelo menos, 40 metros, quando Edênia aumentou o ritmo e a superou na batida de mão. A brasileira completou a distância em 56s17, apenas nove centésimos adiante da grega. Peng foi campeã com sobras (52s51).
- Eu saí do Brasil acreditando que lutaria pela medalha de prata. Geralmente, após a chegada, eu olho para o meu tempo no telão, mas desta vez eu vi logo que tinha chegado em segundo e quase não acreditei. A estratégia de prova deu certo - vibrou a cearense, que soltou um grito de emoção ao confirmar a segunda colocação.
A disputa dos 100m livre da classe S10 marcou mais um capítulo da hegemonia da dupla André Brasil e Phelipe Rodrigues. Na abertura de Mundial, o pernambucano Phelipe conquistou seu primeiro ouro em mundiais nos 50m e o carioca Andre foi prata. Vinte e quatro horas mais tarde, nos 100m livre, o representante de Recife largou na frente, mas o atleta do Rio o superou na segunda metade da prova, e o resultado se inverteu. André faturou o ouro com 52s60, Phelipe, prata, com 53s24. David Levecq, da Espanha, completou o pódio (56s19).
- Cada braçada, cada prova tem sido um momento singular. Eu sempre acreditei que este seria o Mundial para fazer algo diferente. Faça feio ou faça bonito, hoje eu toquei na frente, assim como ocorreu ontem, com o Phelipe batendo em primeiro, mas o importante é que a dobradinha brasileira continua - comentou André.
A noite de domingo (início de madrugada no Brasil) ainda reservou uma medalha de prata da potiguar Cecília Araújo. Ela disputou os 100m da classe S8 em pé de igualdade com a americana Jessica Long, uma das grandes estrelas do movimento paralímpico mundial, até os 75 metros de prova. No fim, contou a experiência de Jessica, dona de 13 ouros em Jogos Paralímpicos, que sagrou-se campeã com 1min06s83. Cecília, com apenas 19 anos, chegou com 1min08s96, seguida por Julia Gaffney, dos EUA (1min13s90).
Na última participação brasileira neste segundo dia, o carioca Thomaz Matera foi bronze nos 400m da classe S13 (baixa visão), ao completar a distância em 4min43s66, em prova vencida pelo supercampeão bielorrusso Ihar Boki, por nada menos que 39 segundos de diferença. A prata foi do espanhol Ivan Salguero.
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