Espanha perde dois ídolos do esporte para o tempo em três dias
Rafael Nadal e Andrés Iniesta anunciaram suas respectivas aposentadorias na mesma semana
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O esporte na Espanha está em lágrimas nesta semana. Depois de Andrés Iniesta, autor do gol mais importante da história do futebol do país, pendurar as chuteiras, foi a vez de Rafael Nadal, nesta quinta-feira (10), deixar o tênis de lado após duas décadas de glória.
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Não é novidade para nenhum amante esportivo que o tempo é cruel com as referências criadas. Mas ninguém nunca vai estar preparado para uma perda tão significativa. Duas ao mesmo tempo, então, parece um pesadelo.
Iniesta já atuava em locais mais afastados do centro futebolístico. Por alguns anos, a Ásia teve o prazer de desfrutar de sua capacidade com a bola nos pés, mas nada que se comparasse ao legado deixado no Barcelona. Inúmeros troféus, um lugar de pilar no esquema revolucionário de Pep Guardiola, companheiro de astros como Messi e Neymar e uma dupla inesquecível - e que até hoje rende comparações - com Xavi.
Pareceria irônico afirmar que, em uma atmosfera tão polarizada como o futebol espanhol, um jogador do Barcelona, símbolo da independência catalã, uniria todos os seus rivais em uma celebração. Pois bem. Joanesburgo foi o palco, no dia 11 de julho de 2010, da maior catarse esportiva do país. Dos pés de Iniesta, saiu a bala de um fuzil que balançaria as redes do Soccer City e colocaria a Fúria, pela primeira vez, no topo do pódio de uma Copa do Mundo. Feito tão relevante que até o Real Madrid lhe parabenizaria por sua trajetória encerrada na segunda-feira (7).
Mas se Andrés representava a classe catalã, de Madri viria o coração da Espanha. Nadal, torcedor ferrenho do Real Madrid, não precisou carregar um escudo em seu peito para virar lenda. Em vez disso, carregava o símbolo do touro, como era conhecido, e, no lugar das chuteiras, metralhava os adversários com potentes raquetadas.
Em 92 vezes, chegou ao topo de campeonatos. Em 22, levou Grand Slams. Em diversas oportunidades, inspirou jovens a nunca desistirem de seus objetivos, através de viradas empolgantes e uma conexão cativante com os torcedores ao redor do mundo. De Paris à Austrália, construiu histórias inesquecíveis. Não havia catalão, basco, andaluz ou qualquer outro provinciano que não se emocionasse com seus triunfos. E provavelmente, poucos não derramaram lágrimas nesta quinta.
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Os esportistas são vítimas do relógio. O passar dos dias, meses e anos traz problemas. Futebolistas caem de rendimento e não conseguem aguentar 90 minutos dentro de um gramado de 105m por 68m. Tenistas, em jogos de três, quatro ou cinco horas, despencam fisicamente.
Os torcedores, porém, são vítima do seu próprio coração. As memórias construídas são os gatilhos perfeitos para as lágrimas. Atletas como Iniesta e Nadal não são apenas nacionais. São estrelas mundiais, que, com sua qualidade e capacidade, fizeram um planeta inteiro se render aos seus pés e mãos. Nesta semana, a Espanha perdeu seus dois maiores ídolos no esporte, mas o esporte perdeu dois nomes que amaram desfrutar de suas emoções.
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