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Governo britânico acusa militares russos por ataque cibernético à Wada

Grupo de hackers estaria por trás da divulgação de informações médicas confidenciais de atletas que usam substâncias proibidas para fins terapêuticos. Entre eles, Diego Hypolito

Diego Hypolito coletiva
imagem cameraDiego Hypolito é um dos atletas que teriam dados médicos violados por hackers russos (Foto: Reprodução L!TV)
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Londres (ING)
Dia 04/10/2018
18:21
Atualizado em 04/10/2018
18:47

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O governo do Reino Unido acusou o Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU), o equivalente à Abin no Brasil, de ser o responsável por uma série de ataques cibernéticos, incluindo a Agência Mundal Antidoping (Wada, em inglês). Em comunicado oficial, o Centro de Cibersegurança Britânico (NCSC) afirmou que o grupo Fancy Bears é composto por militares russos. Em 2016, eles hackearam o site da Wada e vazaram uma série de documentos confidenciais, incluindo informações médicas de atletas. A Rússia nega qualquer envolvimento.

"Estes ataques foram realizados em flagrante violação do direito internacional, afetaram os cidadãos de um grande número de países, incluindo a Rússia, e custaram às economias nacionais milhões de libras, os ataques orquestrados pelo GRU tentaram prejudicar a instituição esportiva internacional Wada”, diz um trecho da nota.

A motivação da Russia para os ataques seria uma tentativa de desviar a atenção das investigações sobre o escândalo que abalou o país, após a revelação de um esquema sistemático e oficial de doping para atletas. Em razão das práticas ilegais, a Rússia continua banida das competições internacionais pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC).

Os hackers divulgaram relatórios médicos de atletas autorizados a fazer uso de determinadas substâncias proibidas como uso terapêutico. O objetivo dos invasores seria apontar uma suposta hipocrisia dos atletas ocidentais, que têm permissão de recorrer a estas exceções para tratar uma condição médica preexistente.

Diversos atletas de ponta e medalhistas foram acusados pelo Fancy Bears de se valer do uso terapêutico como uma forma de legitimar o doping. Entre os citados estão britânicos Mo Farah (atletismo), Chris Froome e Bradley Wiggins (ciclismo), e os americanos Michael Phelps (natação) e Simone Biles (ginástica). No Brasil, o ginasta Diego Hypolito teve seus dados médicos vazados.

A Rússia negou todas as acusações, que foram classificadas pela Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Maria Zakharova, como "um diabólico coquetel de mentiras".

Em nota, a Wada confirmou o ataque e negou que outra invasão no sistema tenha sido constatada, desde 2016.

"A atividade criminal descrita nestas denúncias e no que diz respeito à Wada buscou violar direitos dos atletas, expondo dados pessoais e privados - freqüentemente modificando-os - e prejudicou o trabalho da Wada e seus parceiros na proteção do esporte limpo. Não há evidências de que qualquer violação dos sistemas tenha ocorrido, desde 2016”.

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