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Governo vai cortar da elite e quer contemplar 7 mil com Bolsa Atleta

Reestruturação no programa deverá ser apresentada pelo Ministro da Cidadania, Osmar Terra, em abril, após 100 dias do novo governo. Secretário diz que base recuperará perda

Divulgação/CBDU
imagem cameraGeneral Marco Aurélio Vieira afirmou que  a base terá aumento no Bolsa Atleta (Foto: Divulgação/CBDU)
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Lance!
Enviado Especial a Brasília (DF)
Dia 22/03/2019
18:05
Atualizado em 23/03/2019
12:44

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O governo federal faz as contas para "modernizar" o Bolsa Atleta após um corte pela metade promovido pelo ex-presidente Michel Temer, no último dia útil do ano passado. Secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, órgão máximo do setor desde o fim do Ministério do Esporte, o general Marco Aurélio Vieira afirma que o número de beneficiados será ampliado para mais de 7 mil, com ganhos na base, por meio de cortes na fatia que hoje fica com a elite.

– O Bolsa Atleta contempla hoje 3.058 atletas. Até o dia 10 de abril, o ministro (Osmar Terra) deve anunciar uma das metas estabelecidas para os 100 primeiros dias de governo, de que apoiaremos mais de 7 mil atletas, inclusive os de base, que haviam sido deixados de fora por conta do corte de orçamento do final do ano passado – afirmou o general na quarta-feira, durante o Fórum do Desporto Universitário, em Brasília, que teve a presença do LANCE!.

Até o ano passado, a partir da assinatura do termo de adesão, os contemplados recebiam o equivalente a 12 parcelas do valor definido para cada uma das seis categorias seguintes: pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais), atleta olímpico/paralímpico (R$ 3.100,00 mensais), atleta internacional (R$ 1.850,00 mensais), atleta nacional (R$ 925,00 mensais), atleta estudantil (R$ 370,00 mensais) e atleta de base (R$ 370,00 mensais). Temer, em sua última cartada, eliminou os dois últimos. O problema é que essas são as faixas que mais necessitam da política pública para se manterem no esporte.

Durante o governo do ex-presidente, o programa já havia sofrido outros cortes, mas sem prejuízos aos atletas consagrados, com participação nos grandes eventos internacionais e com maiores possibilidades de premiações.

Desta vez, após estudos e debates realizados pela secretaria, a decisão é que os melhores deverão ceder para que a base da pirâmide não fique desamparada. O último corte, por exemplo, reduziu o número de beneficiários em 47,5%, todos da parte de baixo da cadeia, de acordo com uma ordem hierárquica.

Atualmente, os 20 primeiros colocados no ranking mundial de suas modalidades individuais ganham R$ 15 mil com a Bolsa Pódio. A partir da mudança, somente os 10 primeiros levarão esse montante. Com esse tipo de compensação, ele acredita que será possível chegar ao aumento desejado.

– Estamos reestruturando os níveis do programa, de seis para cinco. Com isso, alimentaremos muito melhor a cadeia de todo o Bolsa Atleta. Antes, havia o estudantil e o atleta de base. Nós vamos reduzir a apenas um, de atletas de base, e a ideia é aumentar o aporte de recursos, que antes era de R$ 370, para até R$ 700. Então, a base vai ganhar mais. Em compensação, nós estruturamos todo o escalonamento e mexemos no topo – completou Marco Aurélio.

Em 2018, 5.830 esportistas receberam o Bolsa Atleta. O valor do programa naquele ano foi de R$ 79,3 milhões no orçamento da União. Para 2019, a previsão era de R$ 53,6 milhões, o que representa uma redução de 32,41%. A Secretaria ainda espera aumentar o volume de recursos, mas para isso depende do aval do Ministro da Economia, Paulo Guedes, que pouco tem dado sinalizações para o segmento esportivo desde o início do novo governo.

No ano da Rio-2016, foram 7.223 contemplados pelo programa, com um investimento de cerca de R$ 140 milhões. É a este patamar que o governo pretende chegar, mas desta vez com bem menos recursos disponíveis.

* O repórter viajou a convite da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU)

* Atualização às 11h40
Diferentemente do que publicamos inicialmente, não haverá redução no valor do Bolsa Pódio para quem ganha R$ 15 mil. O que muda é que somente os 10 primeiros do ranking mundial nas modalidades individuais, e não mais os 20, terão direito ao benefício.

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