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Hegemonia, orgulho e Senna: Gabriel Medina fala sobre o bi mundial

Primeiro brasileiro a ser bicampeão mundial de surfe, atleta chegou ao país neste sábado, acompanhado da família. Recebido com festa, falou de idolatria e foi comparado a ex-piloto

Gabriel Medina
imagem cameraGabriel Medina concedeu entrevista coletiva em São Paulo, na tarde deste sábado, no Morumbi (Foto: Lancepress!)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 22/12/2018
16:40
Atualizado em 22/12/2018
21:18

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Bicampeão mundial de surfe, Gabriel Medina retornou ao Brasil neste sábado, e foi recebido com festa no aeroporto de Guarulhos após o título conquistado no Circuito Mundial, no Havaí. O brasileiro de 25 anos recebeu a imprensa em um hotel na Zona Sul da capital paulista e, ao lado do pai e técnico Charles Medina, falou sobre o bom momento dos brasileiros, sobre a "Era Medina" e também sobre o incômodo dos "gringos" com o sucesso dos Brasil no esporte.

Como o primeiro brasileiro a ser bicampeão mundial no esporte, o atleta foi comparado a ídolos como Gustavo Kuerten, o Guga, e Ayrton Senna. Orgulhoso, Medina admitiu que se sente diferente quando está na água - o ex-piloto, falecido em 1994, foi tricampeão mundial de Fórmula 1. Já o ex-tenista foi três vezes campeão de Roland-Garros. 

- Eu sempre acreditei muito. Eu me sentia diferente nessa questão de fé, fui abençoado e trabalhei muito para isso. É muito gratificante voltar para casa e ser recebido assim. Eu surfo para isso, para fazer todos felizes, dar orgulho ao meu país. É uma honra ser comparado a caras como eles, fizeram muito pelo esporte do nosso país. Eu tento fazer meu melhor sempre. Apesar de ser novo, vi filmes e livros sobre eles, não me vejo nesse patamar, tento fazer de tudo para representar bem a nossa bandeira - disse o surfista. 

Campeão mundial em 2014, Medina admitiu que se desconcentrou um pouco depois do primeiro título mundial e, por isso, estava batendo na trave nos últimos anos - desde então, sempre havia ficado entre os três finalistas. Novamente campeão, creditou o título de 2018 ao esforço dobrado e a maturidade conquistada ao longo do tempo. 

- A experiência foi o que mudou. Foram anos difíceis, bati na trave algumas vezes, tempos de vitórias e derrotas. Você vai aprendendo. Hoje sou um cara mais maduro e preparado. Em 2014, eu era muito novo. Lá, não conseguia dormir antes das finais, ansioso demais. Hoje me sinto mais preparado. Querendo ou não, eu relaxei depois do título de 2014, curti os momentos com amigos e família. Em 2018, me concentrei mais, lembrei do que tinha que fazer para ganhar e estava três vezes mais confiante - completou, não sem deixar de lembrar a ira dos rivais com o sucesso dos brasileiros: 

- O Brasil está incomodando bastante lá fora. Outro dia, estava conversando com o Mick Fanning (surfista australiano) e ele estava questionando como o Brasil faz tantos sucesso e a Austrália não conseguiu renovar a geração comparado a nós. Eles (gringos) sentem e se preocupam. Mas isso é bom, não é? (Risos). O surfe brasileiro vem crescendo, são três títulos mundiais, vários atletas. Sempre brigando por taças.

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Plano olímpico e admiração do pai/treinador
​Charles Medina esteve a todo tempo ao lado do surfista durante a coletiva de imprensa. Orgulhoso, fez questão de citar que se o garoto fosse um tenista, seria o número 1 do mundo há anos pelos bons resultados conquistados nos último tempos, mesmo nas temporadas sem levantar o caneco. 

- Foi uma vitória história, o surfe brasileiro vive uma grande fase, a Era Medina, por que não? Gabriel abriu a porta do surfe profissional para o Brasil. Os atletas treinam juntos e isso faz toda a diferença. Sobre o Gabriel especificamente, se pegarmos desde 2014, ele se manteve por cinco anos entre os três melhores do mundo. Se fosse no mundo do tênis, ele seria o número 1 - ponderou Charles. 

Neste sábado, o surfista brasileiro irá comemorar seus 25 anos em São Paulo e no domingo deve rumar a Maresias, onde fará uma carreata em direção ao Instituto Gabriel Medina. Embora esteja de férias, já está pensando em 2019, quando brigará por uma vaga à Olimpíada de Tóquio, em 2020. 

- Quero me concentrar 200% para estar no Japão em 2020. Vai ser uma honra fazer parte do time do Brasil e representar a nossa bandeira. Será mais um ano duro, de superação. Daqui a poco, tudo começa de novo e minha dedicação será a mesma - finalizou Gabriel Medina. 

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