Jesse Owens: conheça o homem que enfrentou Hitler e o nazismo através do esporte
Esportista fez história durante as Olimpíadas de 1936
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Quando o assunto é a luta antirracista no esporte, um dos nomes mais lembrados James Cleveland Owens, conhecido popularmente como Jesse Owens. Ele foi um atleta norte-americano que desafiou Hitler e o nazismo nas Olimpíadas de 1936, na própria Alemanha.
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A uma semana do Dia da Consciência Negra no Brasil, o Lance! inicia uma série de reportagens sobre a luta antirracista. A primeira é a história do líder civil do movimento negro da década de 1930 dos Estados Unidos que entrou para a história do esporte através do talento e, também, do posicionamento político.
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Início da caminhada de Jesse Owens
Neto de escravos, Jesse Owens iniciou a vida no atletismo no ensino médio, quando estudava e ainda trabalhava como engraxate. Em 1930, o norte-americano passou a se dedicar exclusivamente à carreira no atletismo quando tentou a classificação para as Olimpíadas de Los Angeles (1932). No entanto, Owens não conseguiu a vaga.
No ano seguinte, em 1933, o desempenho do norte-americano teve um grande crescimento. Jesse venceu 75 das 79 provas que disputou, além de ter quebrado o recorde mundial das 100 jardas. O resultado chamou a atenção de grandes universidades. O atleta recebeu propostas de bolsas de estudos de diversas instituições e optou pela universidade de Ohio.
Owens x Hitler
As Olimpíadas de 1936 foram realizadas em Berlim, na Alemanha, no auge do regime nazista de Adolf Hitler — que pregava a supremacia da raça ariana. Jesse Owens conquistou quatro medalhas de ouro seguidas (100m, 200 m, Revezamento 4×100 e Salto em distância). No final das competições, era comum que Hitler cumprimentasse os atletas campeões, mas, por não poder falar apenas com os atletas que quisesse, o ditador optou por não cumprimentar nenhum.
Mesmo triunfando em solo alemão, ao retornar aos Estados Unidos, Jesse continuou a enfrentar a dura realidade da segregação racial. O primeiro atleta a conquistar quatro medalhas de ouro na mesma edição de Jogos Olímpicos não foi recebido pelo presidente Franklin Delano Roosevelt, que só prestou homenagens a atletas brancos.
— Não fui convidado para apertar a mão de Hitler, mas também não fui convidado para ir à Casa Branca para apertar a mão do presidente. Na verdade, foi Roosevelt quem me ignorou. Nem mesmo um telegrama foi enviado — afirmou Jesse Owens, em uma entrevista na época.
Morte e Legado
Jesse Owens, em 1972, lançou o seu livro “I Have Changed” (Eu mudei, em tradução livre), em que se mostrou ainda mais militante da causa antirracista. Oito anos depois, aos 66, vítima de câncer no pulmão, morreu no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Em 2012, foi imortalizado no Hall da Fama do atletismo.
O reconhecimento da Casa Branca americana chegou quatro anos depois, em 2016, quando o ex-presidente Barack Obama prestou homenagens a grandes lendas negras dos Jogos Olímpicos, como Jesse Owens, Tommie Smith e John Carlos.
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