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Ex-levantador Ricardinho tem contas bloqueadas após suspeita de desvio

Campeão olímpico em Atenas e dono do Maringá Vôlei teria desviados altos valores disponibilizados ao clube paranaense pela prefeitura para sediar eventos em 2014

Ricardinho foi um dos líderes da geração que levou o ouro em Atenas-2004
imagem cameraRicardinho é dono do Maringá Vôlei e foi acusado de desvio de verba com a sogra, Carmem Panza (Arquivo Lance!)
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Lance!
Maringá (PR)
Dia 19/12/2018
13:39
Atualizado em 19/12/2018
16:32

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Ex-levantador da Seleção Brasileira de vôlei, Ricardinho teve suas contas bancárias bloqueadas nesta sexta-feira. A ação foi movida pela Justiça do Paraná, que recebeu denúncias de desvio de verbas públicas realizadas pelo ex-atleta em eventos de vôlei. A sogra do campeão olímpico em Atenas-2004, Carmen Panza, também teve os bens bloqueados.

Segundo investigações do Ministério Público, a Prefeitura de Maringá repassou ao Maringá Vôlei (clube que Ricardinho é dono) 800 mil reais para realização de eventos da Liga Mundial e Copa do Brasil em 2014. Contudo, foram justificados apenas R$ 204 mil e há provas que R$ 255 mil teriam parado em contas particulares do ex-jogador e de Carmem.

Ainda conforme o MP, Rogério Rodrigues, advogado do clube, teria sacado R$ 550 mil em espécie. Na época, o dinheiro da bilheteria dos eventos em questão teriam somado R$ 325 mil, quantia que também teria sumido. Leonardo Vilhena, promotor designado para o caso, concedeu entrevista ao programa 'Balanço Geral PR' explicando o assunto:

- Nesse caso em especial, tudo ainda está nebuloso por causa da ausência prestação de contas dos envolvidos. Ainda que a gente tenha rastreado parte do dinheiro, outra parte não conseguimos por causa de saques em dinheiro, então é complicado. É claro que os envolvidos terão a chance de apresentar documentos e versões e dizer que estamos errados. De qualquer forma, as pessoas foram chamadas para prestar esclarecimentos durante as investigações, mas ou eles não foram prestados ou foram prestados de forma incompleta - disse Leandro.

O superintendente de competições de quadra da CBV, Renato D'Ávila, e o gerente de captação de recursos e responsabilidade social Marcos Aurelio da Silva Gonçalves, viraram réus no caso por enriquecimento ilícito.

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Em nota, a assessoria do Maringá Vôlei disse que o questionamento do Ministério Público não contempla atividades cotidianas do clube e de seu dono, mas sim de dois eventos específicos de quatro anos atrás.

"Esclarece ainda que o Maringá Vôlei não fez qualquer contratação com a Prefeitura de Maringá e sim com a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), única detentora dos direitos de promover jogos da Copa Brasil e Seleção Brasileira. É importante ressaltar que todos os serviços contratados foram realizados e que as devidas prestações de contas foram feitas para a CBV. Em nenhum momento o Maringá Vôlei, Ricardo Bermudez Garcia e Maria do Carmo Panza receberam notificação judicial para prestar contas dos eventos. No entanto, eles declaram, nesta oportunidade, que estão à disposição da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Por fim, Ricardinho ressalta que tudo foi feito na mais absoluta lisura, como será apurado", trouxe a nota.

Procurada pelo L!, assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) informou que não tem como se aprofundar no tema, uma vez que não recebeu nenhuma intimação, e se disse "perplexa" com as notícias. A entidade também reforçou sua confiança em seus profissionais envolvidos no caso, classificados como "extremamente capacitados e de sólida reputação". 

Veja a nota da CBV na íntegra

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) comunica que recebeu com perplexidade, e somente através da imprensa, a informação de que teria se tornado ré em ação proposta pelo Ministério Público do Paraná. Também segundo essas informações veiculadas pela imprensa, o objeto da ação envolveria dois eventos na cidade de Maringá: Copa Brasil e uma etapa da Liga Mundial, ambos realizados no ano de 2014.

A CBV não tem como se manifestar com maior profundidade sobre o tema, pois, até este dia 19 de dezembro, não recebeu qualquer tipo de intimação ou citação oficial da Justiça ou do Ministério Público do Paraná referente à ação noticiada pela imprensa.

Caso venha a ser citada e tenha acesso aos autos da ação, a CBV informa que prestará os esclarecimentos que se fizerem necessários.

A CBV presta solidariedade aos dois profissionais da casa citados no episódio e reafirma a total confiança nos mesmos, profissionais extremamente capacitados e de sólida reputação.

Assim, devidamente esclarecidos os pontos acima, A CBV reforça, mais uma vez, o compromisso com a governança e transparência e está à disposição para qualquer esclarecimento.

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