Martine e Kahena confirmam que dupla segue e veem relação madura
Em férias, campeãs no Rio aguardam confiantes manutenção da classe 49erFX no programa olímpico para os Jogos de Tóquio-2020 e consideram voltar às competições ainda em 2016
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O “casamento” de Martine Grael e Kahena Kunze, que fez da vela um esporte popular no dia 18 de agosto deste ano, promete dar ainda mais alegrias ao Brasil. As campeãs olímpicas dos Jogos do Rio na classe 49erFX demoraram para cravar, mas já confirmam o objetivo de manter a dupla e tentar o bicampeonato em Tóquio (JAP).
A decisão foi tomada com cautela após um ciclo de aprendizados, sacrifícios pessoais e desgastes no relacionamento. De férias do barco, a niteroiense, filha do duas vezes campeão olímpico Torben Grael, e a paulista resgatam as lembranças dos últimos quatro anos de forma positiva, cientes do que podem render juntas.
– No último ciclo, não me tornei só uma velejadora melhor, mas uma pessoa melhor, ao viajar e passar por situações que me ensinaram. Hoje, estamos no momento de começar a pensar no futuro. Fazemos tudo como se a classe fosse continuar. As chances são grandes. Houve um grande retorno de mídia. Estou bem segura – disse Martine, ao LANCE!.
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A World Sailing, federação internacional de vela, anunciará os barcos dos próximos Jogos em fevereiro. Há expectativa pela manutenção da 49erFX, já que os japoneses, anfitriões do evento, têm bons resultados na classe. A entidade não faria mudanças para 2020, mas voltou atrás e considera incluir o kitesurfe.
– Aprendemos a ter mais paciência e a ouvir melhor a outra. O último ciclo foi uma escola. Após o ouro, não dava para tomar uma decisão. Não temos obrigação de voltar logo, mas dá vontade de saber quando é a próxima competição – avaliou Kahena.
Embora o plano após a Olimpíada fosse não disputar mais pontos em 2016, a dupla poderá já voltar à ativa em dezembro deste ano. As atletas receberam convite para o último evento da Copa do Mundo, em Melbourne (AUS). No ano que vem, devem ir à etapa de Miami (EUA), em janeiro, e à Copa Brasil, em março.
– Ficamos felizes por mostrar nosso esporte. Até os Jogos, o que era vela aqui? As pessoas nem sabiam direito. O público viu pela televisão e compareceu. Foi uma grande exposição para a modalidade – declarou Kahena.
A continuidade da parceria, que também tem no currículo o título do Mundial da classe de 2014, era desejo da Confederação Brasileira de Vela (CBVela). Em um esporte que costuma render medalhas ao país, elas foram as únicas a alcançarem um pódio no Rio de Janeiro.
– Tivemos treinos de muita qualidade no ciclo, não só em quantidade. Os campeonatos internacionais contaram muito. Veio a recompensa – diz Martine.
Amigas desde os 13 anos, as velejadoras, hoje aos 25, já conquistaram juntas 25 pódios na carreira. A dupla concorre ao prêmio de melhores velejadoras do ano pela World Sailing. A cerimônia será em Barcelona, na Espanha, no dia 8 de novembro.
Com a palavra
'Mudança nas classes tem por trás lobby'
Torben Grael
Coordenador técnico da CBVela
O ciclo anterior, na classe 470, foi muito bom para a Martine e lhe deu experiência. E o de agora, com a Kahena, foi excelente. Elas começaram cedo, se adaptaram bem ao barco novo e foram fortes. O entrosamento e a amizade, além da embarcação, fizeram a diferença nos Jogos.
A manutenção da dupla era algo natural. Acho difícil a 49erFX sair do programa olímpico. O ideal seria não haver alteração nenhuma nas classes para o próximo ciclo, como a World Sailing havia prometido, até voltar atrás, por lobby.
Tem havido mudanças demais, o que é ruim para o esporte. Cada vez que muda, favorecem sempre as equipes mais ricas, com meios de se adaptar rápido. Para nós, a continuidade é boa. Pouca gente faz competições de kitesurfe em regata. É mais interesse econômico do que técnico. Só fazem como freestyle.
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