Max Verstappen puxa novo 1-2 da Red Bull e vence duelo tático dos pneus no GP do Japão
Piloto holandês confirmou mais uma vez que, livre de problemas, é imbatível
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Nas três corridas da temporada 2024 da Fórmula 1 que contaram com as presenças de Max Verstappen e Sergio Pérez, a Red Bull assegurou dobradinhas com tranquilidade. O novo 1-2 veio neste domingo (7), no GP do Japão, em um circuito que casa perfeitamente com o infinitamente superior RB20. Foi a 57ª vitória do neerlandês na categoria.
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O acidente logo após a largada entre Daniel Ricciardo e Alexander Albon transformou a corrida em Suzuka num jogo tático para ver quem seria ‘o melhor do resto’. Isso porque a Red Bull confirmou a soberania na técnica pista japonesa e apenas administrou a dobradinha até a bandeirada.
Não que Verstappen e Pérez não tenham feito absolutamente nada na prova. Mas em termos de diferença de tempo para os demais adversários, foi um passeio como visto no ano passado. Mesmo tendo de ganhar algumas posições após as paradas, a superioridade do RB20 não deu espaço para o azar.
Coube, então, a Ferrari, McLaren, Mercedes e Aston Martin tentarem algo de novo. Do lado dos italianos, o bom ritmo de corrida visto nos treinos se confirmou, com Charles Leclerc surgindo como um fator após um longo primeiro stint com os médios e um Carlos Sainz consistente. A Mercedes, em contrapartida, até tentou a tática da parada única ao colocar George Russell e Lewis Hamilton com os compostos duros no início, mas o alto desgaste da borracha não apenas acabou com qualquer chance como tirou o #44 do sério.
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A McLaren também se colocou na briga graças ao terceiro posto de Lando Norris no grid de largada, porém não foi páreo para a Ferrari, que mais uma vez confirmou que é a segunda força isolada da temporada e foi ao pódio com o espanhol.
Leclerc cruzou a linha de chegada num bom quarto lugar, com Norris em quinto. Fernando Alonso levou a Aston Martin ao sexto posto, à frente de Russell e Oscar Piastri. Hamilton e Yuki Tsunoda fecharam o top-10.
A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 19 e 21 de abril, para o GP da China, retorno da etapa ao calendário pós-pandemia.
Confira como foi o GP do Japão da F1 2024:
Se antes havia previsão de chuva para a corrida em Suzuka, ela resolveu dar uma trégua ainda no sábado — de certa forma, um alento para as equipes, uma vez que o cenário incerto do TL2, com a pista úmida, dificultou bastante o cronograma de trabalho.
No TL3, porém, as coisas voltaram ao esperado, e mais uma vez a Ferrari deu sinais de que o ritmo de corrida era, de fato, forte. Era, na verdade, a grande aposta dos italianos para tentar atrapalhar um domínio anunciado da Red Bull, com Verstappen e Pérez também competitivos em long runs e muito próximos em volta rápida.
Só que o circuito de Suzuka não facilitou as coisas para os carros vermelhos: o primeiro golpe foi com Leclerc, completamente perdido com a temperatura dos pneus macios, só que Sainz também acabou surpreendido pela McLaren de Lando Norris, ficando apenas em quarto.
A largada, portanto, seria fundamental para manter vivas as chances da Ferrari de ao menos abocanhar o pódio japonês. Com o clima não tão frio — 22°C de temperatura ambiente, porém com o asfalto já em 40°C e umidade relativa do ar em 42% —, a Pirelli sugeriu como estratégia principal um primeiro stint com os compostos de faixa vermelha e duas paradas. Dos dez primeiros, todavia, apenas Alonso confiou na sugestão da fornecedora oficial de pneus, com os demais optando pelos médios.
Partiram de macios também Hülkenberg, Bottas, Albon, Ocon, Stroll, Gasly e Sargeant, estes, do 12º para trás — nesse caso, a estratégia seria buscar uma escalada logo no início para sonhar com alguma chance de pontos no técnico e travado circuito japonês.
Luzes apagadas, Verstappen, o pole-position, não tomou conhecimento de Pérez e sustentou com segurança o primeiro posto, enquanto Sainz tentou dar o bote para cima de Norris, porém o #4 tomou a linha de dentro na curva 1 e permaneceu em terceiro.
Largada ruim, contudo, para os carros da RB, com Tsunoda e Daniel Ricciardo caindo posições, e foi justamente nessa que o australiano se viu com um GP a menos no ultimato para salvar o emprego: na curva 3, o veterano deu uma fechada em Alexander Albon e causou forte acidente.
BANDEIRA VERMELHA!🚩
— Lance! (@lancenet) April 7, 2024
Alex Albon e Daniel Ricciardo se envolveram em um forte acidente logo na largada do Grande Prêmio do Japão! Com a pancada na barreira de pneus, a direção de prova paralisou a corrida. Ambos os pilotos estão bem!😮💨
E aí, culpa do Albon? Ricciardo deu mole?… pic.twitter.com/2HPqWV7CWO
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Imediatamente, a direção de prova acionou a bandeira vermelha. E se para Ricciardo era mais um problema, a Williams ficou em situação ainda mais delicada, agora com o único chassi bom disponível até Miami também avariado. No replay da câmera on-board, foi possível notar o #3 checando o retrovisor esquerdo, porém Albon estava por fora, no lado direito.
A paralisação durou até 14h32 locais (2h32 de Brasília), com os pilotos retornando o procedimento de largada com a seguinte ordem de posições: Verstappen, Pérez, Norris, Sainz, Alonso, Piastri, Hamilton, Leclerc, Russell, Hülkenberg, Bottas, Tsunoda, Ocon, Gasly, Stroll, Magnussen, Sargeant e Zhou. As estratégias, no entanto, trouxeram um desenho diferente, com a Mercedes optando pelos compostos duros já para o início.
Largada, e o que se viu na frente foi repeteco da partida inicial, agora com a Haas saindo muito mal, com Hülkenberg despencando posições após quase ficar parado no grid. Leclerc, em contrapartida, aproveitou-se dos compostos médios contra os duros de Hamilton e ganhou a sétima posição do britânico.
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Enquanto Verstappen já abria quase 2s sobre Pérez, o mexicano escapava de leve na curva 9. Pouco mais atrás, em quinto, Alonso já dava sinais de que os pneus macios não resistiram em alto desempenho por muito tempo. Da turma dos compostos de faixa vermelha, Tsunoda e os carros da Sauber já realizavam as trocas para os duros no giro 7.
Na abertura da volta 10, Leclerc usou a asa móvel na reta principal para buscar o vácuo do carro de Piastri, briga que valeria o sexto lugar. Na primeira tentativa, o representante da McLaren prevaleceu, mas a vantagem para o monegasco da Ferrari era apenas de 0s6.
No giro seguinte, Sargeant conseguiu ultrapassar a Alpine de Gasly, para alegria dos mecânicos da Williams nos boxes, que celebraram com aplausos tímidos a agora 13ª colocação do americano. Logo em seguida, a janela de paradas dos médios também começou, mostrando que, de fato, as condições pediam uma borracha mais resistente.
Volta 13, e Hamilton resolveu perguntar à Mercedes: “Devo deixar George passar?”, abrindo, na sequência, caminho para o companheiro de equipe, em ritmo mais forte, buscar Leclerc.
Mais uma rodada de pits, e Aston Martin, Red Bull e Ferrari escolheram os médios para o segundo stint de Alonso, Pérez e Sainz, respectivamente, contrariando a lógica que começou a se desenhar logo após a largada. Verstappen também parou e colocou os pneus de faixa amarela.
Norris, então, começou a recuperar terreno depois do pit-stop e, com pneus duros, ganhou posições de Hamilton e Russell, voltando ao terceiro posto na pista. Pérez veio no embalo e também deixou os Mercedes para trás no giro 18.
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“Os pneus já foram, o dianteiro morreu”, disse Hamilton pelo rádio ao engenheiro. Mais uma volta, e o #44 vociferou: “Mudem a minha estratégia!”, arrastando-se com os compostos duros em long run. Na frente, Verstappen recuperava a liderança para cima de Leclerc, já com um stint de mais de 20 voltas com os médios, enquanto Pérez abria caminho e deixava Norris para trás.
Volta 23 e 24, a Mercedes chamou Russell e Hamilton para mais uma troca, mais um conjunto de duros para cada um. Mas não demorou para mais um rádio do heptacampeão surgir, agora questionando o que o fez “perder tanto tempo” e ouviu de resposta “tráfego e desgaste”.
Volta 27, Leclerc enfim parou, só que, para surpresa, Norris foi junto. O monegasco, então, saiu na frente e fez valer a aposta da Ferrari no longo trecho com os médios. Em pista, portanto, Charles agora estava à frente do piloto da McLaren, que largou em posição muito melhor (terceiro contra oitavo). Os dois iriam de igual para igual com compostos duros para o trecho da vez.
30 de 53 voltas completadas, o top-10 era o seguinte, após as posições restabelecidas: Verstappen, Pérez, Sainz, Alonso, Piastri, Leclerc, Norris, Russell, Hamilton e Hülkenberg. Quatro giros depois, Tsunoda entrou na zona de pontos ao efetuar ultrapassagem sobre Hülkenberg, para a alegria da torcida local.
No mesmo giro, Pérez e Alonso foram chamados mais uma vez aos boxes, o que levou Leclerc ao terceiro lugar. “Quantos carros à minha frente precisam parar?”, perguntara o monegasco instantes antes. “Todos”, disse o engenheiro pelo rádio. Seria, portanto, a tentativa de uma parada única para o monegasco para entrar na briga pelo pódio.
A estratégia deu certo, e isso porque o ritmo, de fato, foi muito bom, mas Sainz prevaleceu no duelo interno. “Não perca tempo com Sainz, sua briga é com Norris”, foi o recado passado pela Ferrari a Leclerc.
Com o pódio definido, ainda deu tempo de um duelo Russell × Piastri, com o piloto da Mercedes pegando o sétimo lugar na abertura da última volta. Um resultado, porém, melancólico num dia em que nada deu certo para o time alemão.
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