Medalhista olímpico diz ter sido vítima de injúria racial e difamação
Família do velejador Bruno Prada foi atacada nas redes sociais e nas ruas de Ilhabela (SP) por vizinho incomodado por cachorro <br>
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O velejador Bruno Prada, medalhista olímpico em Pequim 2008 e Londres 2012, denunciou nesta segunda-feira injúrias raciais e difamações proferidas por um vizinho morador de Ilhabela (SP), onde reside. O atleta e sua família teriam sido difamados nas redes sociais e presencialmente pelo morador Alfredo Salla e sua esposa Pilar Gomez Rodriguez. O fato mais grave na denúncia registrada em Boletim de Ocorrência ocorreu com Ricardo, filho de Bruno e Carla Prada, que foi chamado de “negrinho de m…..”.
O fato aconteceu, segundo Bruno Prada, após o passeio dele com sua família e cachorros pelo bairro do Engenho D'água, em Ilhabela. Depois de uma pequena discussão, o casal citado começou a difamar o atleta e seus familiares nas redes, inclusive em perfis relacionados à modalidade praticada pelo atleta, que é a vela. Ofensas como medalhista olímpico de b...., um péssimo cidadão e que “você não merece morar nesse bairro” estavam entre as mensagens nas redes sociais, que estão printadas pela vítima.
''Muito triste tudo isso, minha geração foi educada para que todos tenhamos os mesmos direitos e respeito'', lamentou Ricardo Prada, de 18 anos.
Bruno Prada registrou o boletim de ocorrência em Ilhabela (SP) e tem todos os prints confirmando as difamações. Foram dois BOs de origem da queixa crime e ação cívil, que serão apresentados em breve. O atleta contou a sua versão e disse ter tolerância zero para atitudes racistas.
- Sempre passeamos com os nossos dois cachorros pelo bairro, neste domingo, dia dos pais, as 16h não foi diferente. Eu, a Carla e o Cadu saímos para passear. Quando chegamos na altura do número 1161 da rua Bernard Gontier fomos abordados por um casal de moradores que do outro lado do portão da casa deles e o sr Alfredo começou a reclamar dos nossos cachorros. São 2 vira-latas pequenos. Ele reclamou que um deles teria avançado na empregada deles uma semana antes. Eu respondi que iria averiguar e continuei meu passeio. Quando viramos de costas o senhor Alfredo Salla deferiu ofensas racistas ao meu filho, conforme BO registrado nesta segunda-feira. Eu retruquei esbravejando que não aceitava aquela postura racista dele - disse Bruno.
- Não feliz em perturbar meu passeio, o sr Alfredo e a sra Pilar (esposa) inundaram as redes sociais com inúmeras difamações que foram registradas em outro boletim de ocorrência desta vez no próprio domingo, onde foram apresentados os prints das agressões nas redes sociais - completou o velejador.
Bruno Prada já orientou os seus advogados a ir até a última instância em relação ao ocorrido e, em caso de vitória na justiça, doará todo o dinheiro recebido no processo para instituições de caridade de Ilhabela (SP).
Procurados pela reportagem, Alfredo Salla e sua esposa Pilar Gomez Rodriguez não responderam aos contatos.
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