Medina conquista o tricampeonato mundial de surfe; Tatiana Weston-Webb fica com o vice no feminino
Vencedor em 2014 e 20178, paulista venceu Filipe Toledo na decisão em Trestles e ficou com o título mais uma vez. Gaúcha perdeu a decisão para a havaiana Carissa Moore
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O rótulo de país do surfe é mais do que nunca do Brasil. Gabriel Medina bateu Filipe Toledo na decisão do WSL Finals, em Trestles, na Califórnia (EUA), nesta terça-feira, e conquistou o tricampeonato mundial na categoria. Também foi a quinta conquista do país na competição. Em sua melhor temporada na carreira, Tatiana Weston-Webb ficou com o vice-campeonato no feminino ao perder a decisão para a havaiana Carissa Moore.
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Vencedor em 2014 e 2018, Gabriel entrou em um grupo seleto, que já contava com o tricampeões Tom Curren (EUA), Andy Irons (HAV) e Mick Fanning (AUS).
Além das três conquistas do paulista, o Brasil foi ao topo do pódio no Circuito Mundial nas edições de 2015, com Adriano de Souza, e Italo Ferreira, em 2019.
- Estou muito feliz. Consegui atingir minha maior meta e estou chorando agora porque é uma mistura de muitas emoções de uma vez só - disse Gabriel Medina, ainda dentro d´água, após a segunda vitória sobre Filipe Toledo.
O surfista destacou o orgulho de manter o Brasil na condição de país a ser batido na modalidade.
- Foi um ano longo e estou muito feliz por estar fazendo parte de tudo isso. Os brasileiros estão dominando, indo muito bem e é uma sensação muito boa, difícil até de descrever, poder ajudar nessa evolução e eles sempre me incentivam a melhorar cada vez mais também - completou o campeão.
A decisão dos títulos mundiais teve um formato inédito este ano, com o top 5 de do ranking da WSL em cada naipe se enfrentando em um sistema de baterias mata-mata. Em 45 anos de história, foi a primeira vez que os campeões foram determinados neste formato.
Gabriel venceu as duas baterias da melhor de três. Na primeira, comandou as ações e somou 16,30 contra 15,70 do oponente. Ambos deram um show de frontside e backside nas direitas e esquerdas.
Filipe começou com nota 7,00 e Gabriel respondeu com 7,33 nas direitas. Depois, a batalha foi para as esquerdas e Filipe destruiu a onda com seu backside para ganhar 8,33. Medina fez o mesmo com o frontside, finalizando com um aéreo muito alto que arrancou a maior nota do dia até ali, 9,00. Filipe ainda surfou outra direita boa, mas o 7,37 recebido não foi suficiente para vencer e Medina largar na frente na decisão do título.
Na segunda, Gabriel somou 17,53 contra 16,36. Filipe pegou a primeira onda, combinando aéreos com manobras de borda, para largar na frente com 7,83. Medina também começou em uma direita, mas a esquerda que pegou depois foi melhor. Ele mandou dois aéreos de frontside, seguido por batidas e rasgadas, até voar de novo na finalização e assumir a ponta com 8,50 e 6,33.
Quando restavam 18 minutos, a bateria foi interrompida com alerta de tubarões na área. Os finalistas foram resgatados pelos jet-skies e aguardaram cerca de 10 minutos para recomeçar a batalha do título.
Medina pegou outra esquerda para acertar um black flipp, voltando na base. Ele mandou mais três manobras para ganhar nota 9,03. Filipe respondeu em uma direita, fazendo rasgadas e batidas muito fortes, que valeram 8,53. Depois, não houve mais ondas com potencial para Toledo reverter o placar de 17,53 a 16,36 pontos. Ele abraçou Medina, parabenizando-o pelo tricampeonato.
Essa foi a segunda decisão de título mundial consecutiva entre dois brasileiros. A primeira foi em 2019, quando Medina tentava um inédito bicampeonato consecutivo, mas perdeu a final do Pipe Masters para Italo Ferreira.
Na decisão feminina, o título foi definido na terceira e última bateria. Tati venceu a primeira por 15,20 a 14,06. Em seguida, a havaiana se recuperou e fez 17,26 contra 15,60. Na última, Moore levou a melhor por 16,60 a 14,20.
- Depois dessa bateria, vim caminhando na areia com uma crise de ansiedade, pensando que ia perder o título, mas, por sorte, tenho uma equipe muito boa e recebi grande apoio da minha família, amigos e especialmente meu marido. Ele olhou para mim e falou: se tem alguém que pode conseguir reverter isso, é você! Isso me tranquilizou - contou Carissa Moore.
Com o segundo lugar, Tatiana igualou o feito de outras duas brasileiras: Jacqueline Silva, em 2002, e Silvana Lima, em 2008 e 2009.
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