Só um ‘milagre’ tira o título de Carapaz no Giro da Itália
Equatoriano chega em quarto lugar na 20ª etapa, vencida por Pello Bilbao, e mantém a confortável vantagem para Nibali, Landa e Roglic. Agora, resta apenas um contrarrelógio
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O equatoriano Richard Carapaz está muito perto de uma conquista improvável. O gregário (ajudante) da equipe Movistar entrou na penúltima etapa do Giro da Itália, entre Feltre e Croce D'Aune, de 194km, na liderança e sem o foco na vitória, mas apenas para monitorar o italiano Vincenzo Nibali e o esloveno Primoz Roglic. E assim o fez. No trecho que foi vencido pelo espanhol Pello Bilbao (Astana) neste sábado, com Mikel Landa (Movistar) em segundo lugar, Carapaz terminou na quarta posição, com Nibali em quinto, manteve vantagem na liderança geral e está com o título inédito para o seu país nas mãos.
Após os resultados da prova, Carapaz lidera com 89h38m28s, com 1m54s de frente para Nibali e 3m06s para Primoz Roglic. A última etapa ocorre neste domingo, em Verona, um contrarrelógio de 17km que decidirá o título. Na metade da prova há uma subida dura, mas a chegada é plana.
Neste Giro, Roglic venceu os dois contrarrelógios. No primeiro (etapa 1) de 8km, colocou 19 segundos em Nibali e 28s em Carapaz. No segundo, de 34km e chegada em subida, colocou 1m05 em Nibali e 1m55s em Carapaz. Agora, é favorito, mas a tendência é de que coloque entre 50s e 1m sobre os dois rivais.
Assim, tudo indica que ele, que caiu para a quarta colocação, consiga ultrapassar Landa e Nibali, mas é quase improvável que vá tirar a vantagem de Carapaz.
A prova do sábado teve a fuga buscando colocar tempo para o pelotão, mas nos dois quilômetros finais o pelotão chegou, com Mikel Landa (da mesma equipe de Carapaz) dando um sprint final para vencer a etapa. Porém, Pello chegou no compatriota basco nos metros finais e venceu por uma roda. Ambos cravaram 5h46m02s. O terceiro colocado foi o italiano Giulio Ciccone (Trek), dois segundos atrás do líder.
Carapaz e Landa vieram a seguir, 4s atrás. Roglic, que não conta com ajudante de ponta na equipe Jumbo, chegou na rabeira do pelotão, perdendo 54s para os ponteiros. Com isso, caiu de terceiro ara o quarto lugar geral (Landa o ultrapassou e está 13 segundos à sua frente).
A nota ruim da prova ocorreu com Angel Lopez. Líder da camisa branca (melhor joven) ele estava no pelotão quando um torcedor apareceu do nada na sua frente e o derrubou. Irado, Lopez deu uns cascudos no torcedor antes de seguir a corrida. Mas perdeu dois minutos e vê o seu título de mais jovem a perigo.
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Carapaz faz história mesmo se não for o campeão
Richard Carapaz, mesmo que não seja o campeão, já pode ser considerado o grande vencedor do Giro. O equatoriano era apenas um dos gregários da Movistar. Como o astro maior e capitão da equipe, o colombiano Nairo Quintana resolveu não disputar a prova, se resguardando para a Volta da França, ele passou a ser o número 2, principal auxiliar do capitão para esta prova, Mikel Landa. Porém, os bons resultados deixaram-no à frente de Landa e a equipe resolveu passar a fazer de Landa o seu ajudante. Tirando uma etapa da Volta a Navarra, Carapaz jamais conseguiu resultados expressivos.
Vale citar que Carapaz é natural de Carmelo, cidade que faz fronteira com a Colômbia, país que é primeiríssimo no mundo no ciclismo. Ele já fez história por ser o primeiro equatoriano a ganhar uma etapa de uma grande volta e pode se tornar herói nacional caso seja o campeão de um grand tour, já podendo ser considerado o maior esportista do país ao lado de Jefferson Pérez, único atleta do país a ganhar medalha olímpica (um ouro e uma prata na marcha atlética).
Com a iminência do título, a TV aberta do Equador, que não vinha transmitindo o Giro, irá mostrar a etapa de domingo para o país.
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