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Missão Tampa: A Nova Era da NFL e a liderança de negros nas franquias

Em meio aos protestos antirracistas nos Estados Unidos, negros ganham cada vez mais protagonismo na liga de futebol americano e até nome de equipe muda neste cenário

Colin Kaerpernick
imagem cameraKaepernick chamou a atenção da NFL quando começou a realizar protestos antirracistas em 2016 (Foto: Mike Ehrmann / AFP)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 07/09/2020
08:07
Atualizado em 08/09/2020
13:20

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A NFL está voltando e tem como destino final a cidade de Tampa Bay que irá receber o 5º Super Bowl de sua história. E a palavra história é importante para tratar desta temporada. História porque o ano é atípico por conta da pandemia provocada pelo coronavírus. História pela luta de movimentos sociais que buscam a igualdade racial e que ganha eco nos atletas. Luta esta que fez até franquia mudar de nome.

História em Tampa

Tampa Bay, terra em que nasceu Thelma Butterfly McQueen, atriz negra famosa por interpretar uma doméstica no filme “E o Vento Levou”, de 1939, e vencedor do Oscar de 1940. A atriz contracenou com Hattie McDaniel, a primeira mulher afro-americana a ganhar uma estatueta do prêmio mais importante do cinema mundial. Ambas atuaram como empregadas domésticas de uma família, mas pavimentaram o caminho para que cada vez mais pessoas pretas pudessem entrar no meio da cultura.

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Thelma Butterfly McQueen
Thelma Butterfly McQueen, nascida em Tampa, foi revolucionária em seu período no cenário artístico (Reprodução)

McQueen reconhece a sua importância para os seus semelhantes em suas atuações, embora não gostasse de atuar diversas vezes como uma empregada doméstica, como disse em entrevista ao “The Guardian” em 1989.

- Hoje estou feliz por ter feito “E o Vento Levou”. Eu não estava quando tinha 28 anos, mas faz parte da história negra. Você não tem ideia da dificuldade para atores negros, mas as coisas mudam, as coisas florescem com o tempo.

Colin Kaepernick

Assim como McQueen foi revolucionária em sua época e conseguiu atuar em Hollywood, diversos atletas da NFL e a própria liga tentam quebrar barreiras preconceituosas na atual temporada. Após a morte de George Floyd por um policial branco, uma onda de protestos se espalhou por todo o Estados Unidos e fez muita gente repensar sobre o tema. Tema que já havia sido abordado na em 2016 por Colin Kaepernick, então quarterback do San Francisco 49ers.

Durante uma partida de pré-temporada, Kaepernick foi criticado por ter ficado sentado o hino do seu país. Após críticas de Nate Boyer, ex-militar que atuou no Iraque e Afeganistão, os dois se encontraram, conversaram e o combatente aconselhou o atleta a se ajoelhar ao invés de ficar sentado, como sinal de respeito.

Boyer explicou que os militares se ajoelham perante os mortos em serviço por tudo o que fizeram pelo país. Kaepernick se ajoelhou pelos mortos devido a cor de pele, a brutalidade policial contra negros, e pagou caro pelo ato. A insatisfação pública contra a violência às pessoas pretas gerou críticas que iam desde torcedores até o atual presidente norte-americano.

5º Super Bowl

Como disse McQuenn, a história muda, ganha novos personagens e nada como um Super Bowl em Tampa Bay para relembrar a histórica apresentação do hino norte-americano cantado pela brilhante voz de Whitney Houston na final de 1991. Talvez a melhor e mais emocionante apresentação de um cântico nacional antes de um evento esportivo.

Whitney Houston - Hino no Super Bowl (1991)
Whitney Houston fez apresentação marcante em 1991 (Foto: Reprodução)

Tampa Bay também já reservou momentos históricos do Super Bowl, como a vitória do New York Giants sobre o Buffalo Bills, em 1991, liderada por Jeff Hostetler, que começou a temporada no banco de reserva. A cidade foi sede do primeiro título da história da franquia de Baltimore Ravens, em 2001, quando Ray Lewis, negro e líder da defesa, foi eleito o MVP da final. Além de um dos maiores jogos da história com a vitória de Pittsburgh Steelers por 27 a 23 contra o Arizona Cardinals em 2009. História é o que não falta para esta região.

Nova Era

A temporada reserva novidades ao público até em nome de franquia de time da NFL. O ex-Washington Redskins mudou de nome e logotipo após pressão dos patrocinadores por conta do viés preconceituoso em relação a tribos indígenas e a estereotipização de nativos americanos. O clube, inclusive, foi o último a permitir jogadores negros no elenco em 1962.

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Lamar Jackson
Lamar Jackson foi o melhor jogador da última temporada (USA Today)

Essa nova temporada promete uma nova era na NFL com o protagonismo cada vez maior de jogadores negros no comando de suas equipes. Patrick Mahomes Lamar Jackson, Russell Wilson, Cam Newton, Kyler Murray, Deshaun Watson, Dak Prescott, Teddy Bridgewater e Dwayne Haskins são alguns dos grandes líderes de origem afro de suas equipes e serão protagonistas de suas equipes. São exemplos de pessoas que venceram as dificuldades para alcançar o estrelato por conta de seus talentos.

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