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Tetracampeã mundial, Natalia Guitler pede futevôlei nas Olimpíadas: ‘Meu maior sonho’

Atleta começou no tênis profissional, foi para as quadras de areia e se tornou inspiração para meninas no cenário poliesportivo

natalia guitler
imagem cameraNatalia Guitler possui um centro de treinamento próprio (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 28/03/2023
14:43
Atualizado em 29/03/2023
11:53

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Referência no cenário esportivo, Natalia Guitler acumula feitos em diferentes modalidades. Começou a carreira profissional no tênis, na Argentina, mas foi dentro das quadras de futevôlei que se notabilizou por todo o mundo. Atualmente, além dos troféus, soma mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais e bom relacionamento com astros como Neymar, Ronaldinho Gaúcho e Zico.

Ao LANCE!, a tetracampeã mundial da modalidade revelou que, aos 35 anos, está longe de encerrar sua carreira tanto no futevôlei quanto no teqball, esportes que busca impulsionar pelo país. Além disso, sonha com uma possível entrada do futevôlei nos Jogos Olímpicos, de olho na briga por medalhas. Abaixo, confira a entrevista exclusiva com a superatleta. 

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Nascida no Rio de Janeiro, Natalia sempre esteve rodeada pelos esportes por incentivo de sua família. De forma recreativa, praticava futebol, frescobol, dentre outras modalidades. Mas foi no tênis que decidiu seguir carreira profissional. Para isso, encarou grandes mudanças muito jovem.

- Me mudei para a Argentina quando eu decidi ficar no tênis, com 16 anos. Fiz carreira profissional dos 16 aos 21 anos. Minha família toda é argentina, meus pais vieram morar no Brasil há muitos anos atrás e ficaram aqui - contou.

Foram cinco anos no quadro profissional do tênis. Nos momentos finais de carreira na modalidade, voltou ao Brasil para morar com a família, mas os altos custos e o incentivo ao esporte no país fizeram que a atleta abandonasse o projeto. Ela chegou a integrar o top 450 do ranking mundial WTA, na categoria simples.

- A base (de tênis) aqui, na época, não era muito boa. Não tinha muita competição e eu teria que morar fora para desenvolver o esporte. Não tinha condição nem cabeça para me mudar de novo. Fatores financeiros, de mudança de vida, psicológicos, toda a pressão que envolve o esporte - destacou Natalia, que começou a praticar futevôlei pouco antes da aposentadoria com as raquetes.

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A paixão pela prática desportiva sempre foi enorme. Portanto, via como uma necessidade disputar partidas, entrar no cenário e, durante os estudos, passou a competir no futevôlei amador, onde se destacou.

A rotina no Rio de Janeiro colocou Natalia em evidência nas quadras de areia. Talentosa, conheceu astros de diferentes modalidades, como Ronaldinho e Renato Gaúcho, nas redes de praias cariocas. Ali, nasceu um projeto que se estendeu para as redes sociais: se desenvolver e potencializar a modalidade com toda a sua habilidade.

- Participei de canais de YouTube, como o Desimpedidos. Tive o meu próprio canal, tive um quadro no canal do Zico. Foi uma sequência de fatores e momentos que me fizeram conhecer muitas pessoas legais - afirmou ao L!.

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natalia guitler e neymar
Natalia Guitler é amiga de Neymar, craque da Seleção Brasileira (Foto: Reprodução/Instagram)

Nesse meio tempo, vieram uma série de conquistas importantes em competições nacionais e, posteriormente, internacionais. A mais importante delas? O Mundial de Futevôlei, conquistado, ao lado da parceira Vanessa Tabarez, em quatro oportunidades - duas vezes em Israel e duas no Brasil. Ela também foi apresentada ao teqball, modalidade praticada em uma mesa curvada, com protagonismo para disputa entre duplas, onde também chegou ao topo do mundo.

Natalia se tornou uma inspiração para as meninas e fomentou a prática dos esportes, seja na praia ou em qualquer lugar. Em parceria com a Mikasa, marca de materiais esportivos, lançou uma bola com o seu nome autografado.

natalia guitler
Natalia Guitler com edição de bola em sua homenagem (Foto: Divulgação/Mikasa)

Embora tenha uma vida financeira confortável por conta das conquistas e da vida ativa nas redes sociais, Natalia é exceção quando comparada às outras atletas. Muitos praticantes profissionais da modalidade tem dificuldade em se manter apenas com o esporte. Além disso, nem todas as competições possuem equidade de premiação entre homens e mulheres.

- Infelizmente, a gente não é bem remunerada ainda para poder viver do esporte. Está em crescimento, mas está aquém do que é possível. Estamos batalhando para isso melhorar. O que ajuda hoje é viver mais da vida de influenciadora do que a de atleta, mas obviamente meu desejo é viver mais como atleta do que como influenciadora. Mas não é uma realidade - lamentou.

São muitas metas a serem realizadas pela atleta. A maior delas, de acordo com Natalia, são os Jogos Olímpicos. Apesar da modalidade não integrar o evento, existe o desejo de entrada para impulsionar o esporte. E, quem sabe, já em 2028, na edição de Los Angeles, nos Estados Unidos.

- É um sonho do futevôlei, de todo mundo. Torço para que seja na minha geração, a gente trabalha pra isso. Por mais que eu já tenha conquistado muita coisa, é um prazer treinar, competir e evoluir. Estarei presente (nos Jogos), se Deus quiser. Meu maior sonho, futevôlei e teqball na mesma Olimpíada. Duas medalhas diferentes, será que posso? - brincou Natalia, atualmente se preparando para os próximos desafios nacionais e internacionais das duas modalidades.

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natalia guitler
Natalia Guitler e Vanessa Tabarez fazem dupla vencedora no Brasil e no mundo (Foto: Reprodução/Instagram)

Já na reta final de carreira, a atleta possui o CT Natalia Guitler, no qual divide com os alunos seus aprendizados e uma metodologia técnica própria. Também atuou como comentarista pela primeira em fevereiro, cobrindo a Liga Paulista de Futevôlei, no SporTV. Dessa forma, planeja a vida pós-trajetória profissional nas quadras. 

- Ao mesmo tempo que sou atleta, penso no futuro com o CT Natalia Guitler, com esse lado do desenvolvimento do esporte. Tenho projetos paralelos, não tenho a pretensão de terminar por agora, ainda vou dar muito trabalho para a galera.

- Me vejo como uma pessoa que quer ajudar que os esportes cresçam. Acho que para mim é uma missão, um propósito. Coloco o meu dia a dia nisso, a minha paixão - finalizou.

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