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Nos anos 80, Trump contribuiu para queda de liga rival da NFL

Dono do New Jersey Generals, atual presidente dos Estados Unidos se aventurou no futebol americano quando tinha 37 anos

onald Trump - New Jersey Generals
imagem cameraTrump era dono do New Jersey Generals (Foto: Reprodução)
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Lance!
Washington (EUA)
Dia 09/11/2016
16:22
Atualizado em 09/11/2016
19:32

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Agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump não tem um bom histórico quando o assunto é esporte. Visto de forma negativa por grande parte dos esportistas, o bilionário quase seguiu carreira no baseball e também foi um dos responsáveis por destruir a United States Football League, USFL, última liga rival da NFL, nos anos 80.

Quando fora criada, em 1983, a USFL deveria acontecer na primavera. Período onde não haveriam partidas de futebol americano tradicionalmente, já que normalmente elas acontecem no outono. Em seu primeiro ano, a nova liga obteve bastante sucesso e acabou contando com vários jogadores de destaque no futebol americano universitário.

Tudo começou a mudar em 1984. Buscando fazer frente à NFL e se recuperar dos prejuízos iniciais - normais para qualquer negócio novo, a USFL decidiu expandir a liga para 18 times (antes eram 12). A ideia era ter mais tempo de televisão e mais dinheiro. No entanto, isso também fez com que os times passassem a gastar um dinheiro que não possuíam. 

Tentando contornar a situação, a liga viu que as franquias precisavam de donos muito ricos. Apesar de não explicitamente, a ideia não era impulsionar o equilíbrio da disputa, mas polarizar, com o pensamento de que a credibilidade da USFL viria com a contratação das grandes estrelas do esporte, independente se haveria disputa ou não. Foi aí que Donald Trump comprou o New Jersey Generals e começou o declínio.

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Donald Trump - New Jersey Generals
A USFL durou três anos (Foto: Reprodução)

David Dixon, idealizador da ideia, estabeleceu um teto salarial no começo da liga para que as equipes fossem equilibradas dentro da disputa. A partir de 84, a proposta passou a ser completamente ignorada, principalmente por Trump. Mesmo tendo Herschel Walker, o melhor running back da liga, ele "roubou" o quarterback Brian Sipe do Cleveland Browns e outros diversos jogadores da NFL. Vendo esse fortalecimento dos Generals, os outros times passaram a gastar ainda mais quantias que não tinham. Todo esse movimento acabou inflacionando até mesmo a NFL.

Em sua primeira temporada como dono, Trump viu os Generals conquistarem 14 vitórias e quatro derrotas na temporada regular, mas serem eliminados na primeira rodada dos playoffs. Considerando esse desempenho e o fato de não entender nada de futebol americano, o novo mandatário dos EUA entendeu que deveria abrir ainda mais a carteira.

O New Jersey Generals, então, fez um contrato de 8,2 milhões de dólares para o quarterback Doug Flutie. No entanto, a aposta não deu certo. Ele jogou mal e os Generals viram sua equipe cair mais uma vez na primeira rodada dos playoffs. Como consequência, o interesse e audiência da USFL desabaram ainda mais e o prejuízo aumentou.

Donald Trump - New Jersey Generals
Trump foi eleito presidente dos EUA nesta quarta (Foto: Reprodução)

Não satisfeitos com toda transformação que haviam feito com o fim do teto salarial, veio a vontade de rivalizar de fato com a NFL. E aí tudo desandou de vez. A USFL decidiu que deixaria de jogar na primavera e passou a acontecer também no outono. Na cabeça de Donald, não era óbvio que sua liga, com menor nível técnico, não poderia competir com algo grande e estável como a NFL. Para ele, a simples presença de concorrência forçaria a NFL a se fundir com USFL, como fizeram com a AFL anos antes.

Percebendo que não daria certo, Trump se uniu aos donos das outras franquias e decidiu processar todo mundo em uma ação "anti-truste", que consiste em um acordo entre empresas que dominam o mercado e que impedem o crescimento de outras, buscando maior lucro para si mesmas. Nesse caso, as empresas seriam os times da NFL e o lucro os contratos de TV com a ABC, NBC e CBS.

Como recompensa, a USFL pediu 1 bilhão de dólares, alegando impossibilidade de concorrência. Essa quantia absurda acabou deixando claro o objetivo da ação: enriquecimento dos donos da liga. Mas não deu certo. A USFL levou um passeio da defesa da NFL, que alegou que a USFL se perdeu por consequência de suas próprias escolhas. A NFL perdeu na decisão do júri, mas foi condenada pela corte a pagar três dólares. Com juros, US$ 3,76. A USFL apelou, mas não deu em nada.

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