Sucessor de Nuzman diz apoiar mudanças, mas não quer nova eleição
Ex-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley destacou base legal para sua chegada ao cargo após a renúncia do cartola, hoje preso no Rio de Janeiro
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Declarado presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em Assembleia Geral Extraordinária nesta quarta-feira, após a renúncia de Carlos Arthur Nuzman, Paulo Wanderley disse que pretende cumprir o mandato até 2020, quando se encerraria a passagem do antecessor, hoje preso no Rio de Janeiro por suposta participação na compra de votos para eleição da cidade como sede dos Jogos Olímpicos do ano passado.
Embora tenha se mostrado favorável a mudanças no estatuto do Comitê, no sentido de permitir maior participação de atletas a partir das próximas eleições, o dirigente defendeu a legalidade de seu cargo e afirmou que a possibilidade de uma eleição de imediato, como quer um grupo de atletas e entidades esportivas, não foi sequer debatida. O mandato termina em outubro de 2020.
- Fui eleito para um mandato de quatro anos, de acordo com estatuto, em eleição por aclamação. Vim a convite de Nuzman, mas como representante das federações. Pretendo, se depender só de mim, cumprir esse mandato de quatro anos. O que temos de decidir é a questão da vice-presidência. O estatuto prevê apresentação de uma chapa, com um número. O COB continua funcionando normalmente, mas vamos trabalhar para que isso seja feito com base legal o mais rápido possível - declarou Wanderley, que comandava a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) por 16 anos, entre 2001 e 2017.
- Acho que tem de ter meio termo. Não vamos sair do 0 a 100, mas também não ficaremos no cinco. As mudanças e grandes transformações não acontecem por decreto ou de uma hora para oura.
A Assembleia designou uma comissão para estudar a mudança estatutária, o que deverá ser feito em 45 dias. Ela é formada pelos presidentes da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE), Ricardo Machado, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), José Antonio Martins Fernandes, da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), Marco Aurélio Sá Ribeiro, e pelo duas vezes medalhista olímpico Tiago Camilo, presidente da Comissão de Atletas do COB. Para o ex-judoca, o direito a voto dos esportistas precisa ser ampliado em relação ao esquema atual.
- Acredito que o mais justo é o processo democrático, por meio dos representantes das comissões, assim como as outras modalidades terão os seus. As confederações os elegem de forma legítima e democrática, e esses votam. É uma das pautas de nossa comissão. Não necessariamente precisa ser um medalhista olímpico - falou Camilo.
Presidente acredita em solução rápida com o COI
O novo comandante do esporte olímpico no Brasil não acredita que o Comitê Olímpico Internacional (COI) relutará em derrubar a suspensão provisória imposta ao COB após a prisão de Nuzman, na semana passada.
- Foi uma ação protocolar do COI em situações já ocorridas, por exemplo no México, Equador, Índia e Irã. Todos foram solucionados. A mensagem do COI é de que (a suspensão) é provisória e podemos ter sua derrubada de imediato, assim que tomarmos medidas, assim que soubermos quais serão - disse Wanderley, que prometeu comunicar ao COI todos os próximos passos de sua gestão.
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