‘Vou nadar mais leve e feliz’, diz Poliana Okimoto sobre retorno às competições
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, nadadora diz que peso por medalha olímpica saiu das costas após bronze nos Jogos Rio-2016. Brasileira nada neste sábado na Copa do Mundo
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Uma pessoa que está de bem com a vida. É desta forma que a nadadora Poliana Okimoto vai para as duas últimas etapas da Copa do Mundo de maratona aquática. A primeira será hoje às 22h (horário de Brasília), em Chun'An, na China. No dia 15, a atleta de 33 anos também disputará a etapa decisiva, em Hong Kong, com chances de conquistar o bicampeonato na competição. A primeira vitória foi em 2009.
Estas serão as duas primeiras competições após Poliana ter alcançado a medalha olímpica de bronze nos Jogos Rio-2016, e ter se tornado a primeira atleta do sexo feminino do país a subir no pódio em esportes aquáticos em Olimpíadas.
Nem uma eventual pressão por resultados, nem as denúncias que atingem a cúpula da Confederação Brasileira de Desportes Aquátios (CBDA), parecem afetar Poliana – a paulistana preferiu não responder perguntas sobre as polêmicas que envolvem a entidade, e sobre o corte de patrocínios por parte dos Correios. O momento é de desfrutar da melhor forma, até “recomeçar” um novo ciclo olímpico em 2017.
Veja abaixo a entrevista exclusiva ao LANCE!, por e-mail.
Como foi sua preparação para essas duas etapas da Copa do Mundo?
Eu sabia que estava bem no Circuito Mundial, então fiquei duas semanas parada para atender a imprensa e patrocinadores e descansar, e, depois, voltar a treinar. Pelo menos, a base que fiz para a Olimpíada foi bem feita, então consegui voltar bem e estou me sentindo bem aqui.
O que pode falar das duas etapas que estão por vir? Há características muito diferentes do Rio?
Agora é diferente, pois já saiu aquele peso da Olimpíada das costas, então acho que vou nadar mais leve e feliz. Serão competições boas para terminar o ano.
É diferente competir logo após Olimpíada? Muda algo nos treinamentos?
Foi bem difícil conseguir manter o foco. Depois de um objetivo tão grande como foi a medalha olímpica, um objetivo que a gente vinha buscando há muito tempo, é normal ter dificuldade para manter o foco e a motivação nos treinos. Mas, como disse, voltei bem depois da correria e espero fazer boas provas.
Pelo fato de agora ser uma medalhista olímpica, a única grande conquista que te faltava, acredita que as outras nadadoras passam a te respeitar ainda mais com essa conquista?
Acredito que sim, é algo normal. Quando eu via as outras meninas medalhistas olímpicas antes, eu sempre respeitava e admirava muito. Então, acredito que acontece da mesma forma com as outras nadadoras agora.
Falando de Jogos Olímpicos, como foi a sensação de ter uma competição desse porte em casa?
Foi incrível! Fizemos uma preparação muito boa e chegamos bem lá. Na Olimpíada, o público acaba prestando atenção nos esportes olímpicos. Nós tivemos muito apoio para conseguir treinar nesses últimos anos, então para os atletas foi muito bom. Quando chegamos no Rio, respiramos aquele clima olímpico, tivemos muito orgulho de ser brasileiro e receber os Jogos em casa. Competir pelo nosso país, com a torcida a nosso favor, foi um aspecto muito positivo para nós.
Como você se sentiu no dia da prova?
No dia da prova me senti muito bem, nunca tinha treinado tão bem, então estava confiante e otimista. Entrei para fazer a melhor prova da minha vida e consegui fazer isso.
Pode descrever o que é conquistar uma medalha olímpica?
A sensação é incrível. É concretizar um sonho muito antigo, desde que eu comecei no esporte profissional, há 20 anos. É difícil descrever o que senti naquele momento. Entrar para a história dos esportes aquáticos femininos do Brasil é muito bom, ser a primeira mulher a conquistar essa medalha. Tudo que você se dedicou, deixou na piscina em tantos anos, uma vida dedicada ao esporte, é muito bom olhar para trás e ver que tudo valeu a pena com aquela medalha no peito.
Com tantas notícias negativas do ponto de vista administrativo para o esporte brasileiro, quais são suas expectativas para o futuro do esporte no país, em especial os esportes aquáticos?
Acho que, independentemente da parte administrativa, o esporte brasileiro cresceu muito com a Olimpíada do Rio. A cultura esportiva no país cresceu muito, com os olhos voltados para os esportes olímpicos, e é assim que o esporte vai crescer no país, com maior número de público e de praticantes em todas as modalidades. Com mais praticantes, maior será a competitividade no futuro, e aí fica mais fácil de extrair a qualidade.
Quais são suas expectativas para o futuro esportivo e administrativo dos esportes aquáticos no país?
Falando do meu esporte, espero que essa medalha seja a primeira de muitas no feminino e abra portas para futuros nadadores e nadadoras, e seja só o início de uma geração vitoriosa.
Confira a classificação geral da Copa do Mundo de maratona aquática
1ª - Rachele Bruni (ITA) - 52
2ª - Angela Maurer (ALE) - 47
3ª - Poliana Okimoto (BRA) - 46
4ª - Emily Brunemann (EUA) - 35
5ª - Daria Kulik (RUS) - 32
6ª - Ana Marcela Cunha (BRA) - 30
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