Como Marrony e Keno podem ser fundamentais para a ideia de jogo de Sampaoli no Atlético
Atacantes são alguns dos reforços do Atlético Mineiro para a temporada
Jorge Sampaoli se notabilizou desde sempre pela capacidade de montar times ofensivos, que gostam de ter a posse de bola e que buscam sempre atacar o gol adversário. Esse modelo, no entanto, se inicia na fase defensiva. A marcação forte, construída ainda no campo de ataque, com participação fundamental dos homens de frente, é uma das principais características.
No ano passado, por exemplo, o Santos, comandado por Sampaoli, foi o time que mais desarmou no Campeonato Brasileiro, com 774 roubos de bola, e o que mais realizou interceptações, com 185. O Flamengo foi o segundo, com 773 desarmes. Números que mostram claramente a diferença entre ser uma equipe que marca forte e uma que joga de forma defensiva. Retomar o controle ainda no campo adversário é uma forma de atacar.
Sob o comando do argentino, Rodrygo vinha tendo média de 2,3 recuperações por jogo até se transferir para o Real Madrid. Foi o maior rendimento entre os atacantes que estiveram em campo mais de uma vez na competição. Marinho, outro santista, terminou o Brasileirão em 10º nessa lista, com 1,3 de média.
Quem também entrou no top 10 desse ranking de atacantes que ajudam sem a bola foi Marrony. O jovem foi o 4º maior ladrão de bolas do Vasco, com 46 desarmes no total. Uma média de 1,4 por partida, a sétima melhor entre jogadores de frente de todo o campeonato. A briga pela bola tanto é uma de suas marcas que foi também o 11º que mais cometeu faltas na competição (57), o segundo entre os atacantes.
Keno é outro contratado que tem essa característica. Em 2016, pelo Santa Cruz, quando foi um dos destaques do Brasileiro, o jogador foi o atacante que mais desarmou, com 49. Pelo Palmeiras, em 2018, teve média de duas recuperações por jogo - 18 em 9 jogos antes de se transferir para o Pyramids, do Egito.
A dupla, é claro, não jogará apenas sem a bola. E apesar de serem dois atacantes com características de lado de campo, possuem qualidades distintas. Keno é um especialista no um contra um, foi o 4º maior driblador do Brasileiro 2016, com 32 dribles certos, e o 2º em 2017, com os mesmos 32. Avançar os laterais por dentro, obrigando o rival a marcar o meio enquanto os pontas se colocam em condição de um duelo individual com a marcação, é um dos pontos bastante explorados por Sampaoli.
Marrony, por sua vez, não tem os dribles curtos como referência, mas se destaca pela velocidade e boa capacidade no jogo aéreo, apesar de precisar aprimorar a conclusão. No Brasileiro de 2019, o jogador foi 4º que mais finalizou de cabeça na competição, somando 22. Apenas Everaldo, da Chapecoense, com 27, Thiago Galhardo, do Ceará, com 26, e Bruno Henrique, do Flamengo, com 24, concluíram mais vezes. Porém, mesmo tendo sido o 3º que mais acertou (13), apenas uma terminou nas redes.
Em 2019, o Santos foi apenas o 8º time que mais cruzou bolas na área, com 844 tentativas, no entanto, foi o 4º que mais estufou as redes de cabeça, com 13 gols, apenas um a menos que Flamengo, Grêmio e Chapecoense.
Como Sampaoli realmente utilizará os dois, só saberemos em campo. Opções, no entanto, parecem não faltar ao argentino.