Mayra Aguiar já enfrentou sete cirurgias, viveu meses de incerteza e marcou nome nos Jogos Olímpicos
Gaúcha conquistou seu terceiro bronze em Jogos Olímpicos ao derrotar a coreana Hyunji Yoon. Judoca passou pela sétima operação da carreira e ficou 16 meses sem lutar
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Medalha da superação! Mayra Aguiar passou por cirurgias e conquistou seu terceiro bronze em Jogos Olímpicos ao derrotar, nesta quinta-feira, a coreana Hyunji Yoon, em Tóquio. Em sua história, a judoca já sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e enfrentou o desafio de se recuperar a tempo de estar no Japão. Após todas as adversidades, a sétima operação da carreira e 16 meses sem competir, o dia da coroação chegou.
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Atleta da Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa), Mayra começou cedo, com apenas seis anos. Com 14, já era profissional e três anos mais tarde conquistou seu primeiro grande feito: campeã do pan-americano de judô, em 2008. No ano anterior, 2007, já tinha beliscado a prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio, com só 16 anos.
A judoca também conquistou a sua primeira medalha na modalidade. Um bronze em Campeonatos Mundiais Junior de judô, enfileirando conquistas no anos seguintes com prata e ouro. O talento a levou a integrar a Seleção Brasileira adulta na Olimpíada de Pequim com apenas 17 anos e fazer o seu nome no esporte brasileiro.
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Em Campeonatos Mundiais, as primeiras conquistas da fase adulta, com uma prata em 2010 e um bronze em 2011. Com isso, a atleta chegava à Olimpíadas de Londres como um dos grandes nomes do judô. E foi na capital britânica que veio a primeira medalha olímpica da judoca. Apesar da derrota para a americana Kayla Harrison na semifinal, Mayra venceu a holandesa Marhinde Verkerke por ippon.
A partir de 2013, a atleta começou a enfrentar um dos grandes desafios da carreira, as lesões e cirurgias constantes. Só neste ano foram duas e um reencontro no Mundial: Kayla Harrison pelo caminho. Na semifinal, a brasileira deu o troco, e na final derrotou a francesa Audrey Tcheumeo e conquistou o ouro tão sonhado.
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Na Rio-2016, mais um reencontro em sua trajetória. Dessa vez, a francesa Audrey Tcheumeo foi uma pedra no sapato da judoca, e a tirou da final. Mas a atleta mostrou novamente superação e superou a cubana Yalennis Castillo. O segundo bronze olímpico e a terceira medalha do Brasil nos Jogos realizados em casa.
O bronze da superação
Fã de MPB, gremista e gaúcha de Porto Alegre. Mayra Aguiar, aos 29 anos, chegou à Tóquio como um dos principais nome do judô brasileiro, na categoria meio-pesado (-78 kg). Campeã dos Jogos Pan-Americanos de 2019 e bi mundial, a recuperação da lesão ligamentar ainda rondava, mas a superação voltou a figurar em sua carreira.
Além da força e da experiência olímpica (participou também de 2008), ela conta ainda com a disciplina, reforçada pelos hábitos militares. Ela é da marinha, estuda educação física e aponta a dedicação como seu ponto forte.
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Mayra tem 78 kg, 1,78m e completa 30 primaveras na próxima terça-feira. Ela defende o Sogipa, o mesmo clube de Daniel Cargnin, que faturou bronze no início dos Jogos, mas na categoria meio-leve (até 66 kg). Ambos são treinados por Kiko Pereira.
Em virtude da lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e da cirurgia, Mayra perdeu posições no ranking mundial e hoje está em 33º. Entre 2018 e 2019, foi figurinha carimbada no topo dos melhores judocas de sua categoria.
O caminho do terceiro bronze teve início diante da israelense Inbar Lanir e mesmo sem ritmo de luta, a brasileira começou os jogos com um ippon. Em seguida, um novo desafio, mas um wazari no Golden Score para a alemã Anna-Maria Wagner a tirou do sonho do ouro Olímpico.
Veio então a repescagem, e Mayra superou não só a russa Aleksandra Babintseva como todos os seus medos diante das lesões e da Covid-19(teve sintomas leves). A disputa pelo pódio foi diante da coreana Hyunji Yoon, e de maneira emocionante a brasileira se tornou a primeira atleta a conquistar três medalhas individuais em Olimpíadas.
E ela ainda pode faturar mais uma na capital japonesa, já que a Seleção Brasileira é uma das candidatas ao pódio na disputa por equipes mista, que fará sua estreia no programa olímpico.
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