Notas do skate feminino são mais baixas do que o masculino; entenda o critério
Após notas altas no skate street masculino, avaliações baixas para o feminino impressionaram espectadores
Após um 9.5 garantir a medalha de prata para o brasileiro Kelvin Hoefler no último sábado, a brasileira Rayssa Leal conseguiu a mesma medalha no domingo com um 4.21. O critério adotado pelos jurados é o mesmo tanto no masculino quanto no feminino, mas a avaliação passa por um longo processo de evolução do esporte que o LANCE! explica.
Veja a tabela do futebol feminino nas Olimpíadas
O contraste evidente entre as notas altas do skate street masculino beirando o 10 no sábado com as notas baixas do skate street feminino, até mesmo com algumas próximas do 0, no domingo impressionou os espectadores que viam o esporte nos Jogos Olímpicos.
Pelo amor de Deus o Twitter precisa de um especialista em skate pra explicar essas notas. Como leigo, só consigo ver um assalto.
— Kaio Sauaia 🇧🇷 🥇🥈🥉 (@KaioSauaia) July 26, 2021
Por que as notas no skate feminino são tão diferentes do masculino?
— Rodrigo Jufo (@rjufo) July 25, 2021
Todos os skatistas do street, tanto no masculino quanto no feminino, fizeram a primeira etapa com duas voltas, onde somavam manobras em diferentes obstáculos da pista do Ariake Urban Sports Park. Cada volta de 45 segundos receberia uma nota dos jurados somando todo o desempenho dos atletas.
No fim, todos tiveram ainda mais cinco manobras, onde os jurados novamente votariam para definir o desenvolvimento e a complexidade de cada skatista. Todas as notas - incluindo as duas voltas anteriores - foram somadas, e as três piores foram descartadas.
O skate street masculino viu o japonês Yuto Horigome ficar com o ouro com o somatório de 37.18, enquanto Kelvin Hofler ocupou a segunda colocação com 36.15. No feminino, a japonesa Funa Nakayama venceu a prova com o somatório 15.77, enquanto Rayssa Leal foi prata com 14.91.
A diferença das notas entre skatistas homens e mulheres existe por conta do desenvolvimento do skate feminino que, ao viver em um meio marginalizado, ainda vive em evolução por aparecer recentemente no 'mainstream' do esporte mundial.
O skate ainda é um esporte jovem e, mesmo que o Brasil seja considerado uma potência nele, é necessário compreender que o seu desenvolvimento no país é algo recente e que passou a crescer apenas na década de 90 por conta de proibições anteriores.
Nos anos 2000, a cena do skate masculino cresceu no Brasil com o sucesso de skatistas como Bob Burnquist e Mineirinho. O skate feminino, porém, passou a ter um grande destaque no país com o surgimento de Letícia Bufoni, que disputou os Jogos Olímpicos de Tóquio.
O desenvolvimento tardio do skate feminino explica o motivo das notas inferiores ao masculino. As manobras são menos complexas porque as mulheres tiveram menos apoio e evolução ao longo dos anos. A tendência, porém, é que isso mude com o passar dos anos, pois o esporte irá evoluir.
A medalha de prata da jovem Rayssa Leal, de apenas 13 anos, é um passo enorme para a evolução do skate feminino no Brasil. O desempenho da brasileira serve como inspiração para crianças que podem desempenhar um papel importante no futuro do esporte.