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Análise: Daniel Alves, a liderança que ajudou a Seleção a desfrutar de mais um ouro olímpico

Lateral desdobra-se entre o capitão que assume responsabilidade de deixar grupo centrado e o lateral aguerrido em campo e é essencial para o Brasil conquistar medalha de ouro

Daniel Alves
'Temos que comemorar essa honra de colocar uma medalha no peito', diz Daniel Alves (Arte LANCE!

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- Temos de desfrutar este momento!

O empenho de Daniel Alves por incluir uma medalha de ouro na sua vasta lista de títulos foi norteado por uma missão dupla. Além de se sobressair como lateral-direito da Seleção Brasileira nos Jogos de Tóquio, o jogador de 38 anos foi um pilar para que a promissora geração comandada por André Jardine se aprumasse rumo ao título.

Sua chegada à Olimpíada aconteceu por linhas tortas. Inicialmente chamado por Tite para a disputa da Copa América, o lateral não disputou o torneio com a Seleção principal devido a uma lesão no joelho direito. Semanas depois, Jardine o anunciou entre a lista de "veteranos" do grupo que iria para o Japão.

O jogador de 38 anos foi crucial para deixar os seus companheiros mais centrados e, em especial, não se deixarem levar pela ansiedade em uma campanha que se mostrou desafiadora.

- Todos os momentos que ele passa com a gente são fundamentais. A experiência que ele passa é importante, fico feliz e honrado de dividir este momento da briga pelo título com ele - afirmou o meia Claudinho, na última entrevista coletiva antes do duelo com a Espanha.


O camisa 13 já mostradas que não fugiria da sua responsabilidade, tanto de liderar a equipe quanto de momentos cruciais. Além de se apresentar para investidas jogo a jogo, na semifinal ele já havia convertido o primeiro pênalti da série contra o México.

O lateral também havia alertado a maneira como o Brasil teria de se comportar contra os espanhóis.

- Será um dia especial, temos que desfrutar, não é todo dia que chegamos numa final de Olimpíada. Cada um fará o seu para conquistar o sonho da medalha de ouro - disse.

O Estádio Yokohama International  trouxe sua forma de "desfrutar" este clássico. Após o início no qual o Brasil suou para furar a marcação adversária, o primeiro gol canarinho passou por sua perseverança. Após o cruzamento de Claudinho, Daniel Alves lutou até o fim e jogou a bola para o meio da área. Matheus Cunha achou espaço e abriu o placar.

Na volta do intervalo, as oscilações defensivas da equipe brasileira refletiram também pelo lado do lateral. Com a Espanha impetuosa especialmente pelas pontas, Daniel Alves não chegou a tempo de evitar a conclusão de Oyarzabal.

Após travar disputas acirradas por seu lado e contar com a ajuda de Antony para fechar os espaços, o veterano viu o camisa 11 lançar e Malcom, na medida, garantir o ouro do Brasil.

Com a sensação de quem deixa de lado o estigma da idade avançada ("Não me considero uma pessoa velha, por mais que queiram me retirar", disse dias antes da decisão), o lateral comprovou que o Brasil podia contar com sua luta e seu espírito de liderança para se firmar nesta Olimpíada.

- Sabíamos que a luta ia ser muito difícil, mas que ia valer a pena. É um momento indescritível, que temos que desfrutar. Temos que comemorar essa honra de colocar uma medalha no peito - declarou.

A lista de conquistas de Daniel Alves só aumenta.  

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