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ANÁLISE: Lágrimas de Djokovic após conquista nas Olimpíadas mostram alívio e consagram currículo completo do astro

Tenista sérvio superou Carlos Alcaraz na final em Paris e venceu o único título que faltava em sua carreira

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Novak Djokovic vai ao choro após título nas Olimpíadas (Foto: CARL DE SOUZA / AFP)

Escrito por Lucas Borges, supervisionado por

Não falta mais nada para Novak Djokovic. O sérvio conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris ao superar Carlos Alcaraz por 2 a 0 (duplo 7-6) na final e zerou o tênis ao adicionar à sua vasta coleção o único título que lhe faltava.

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Ver Nole no topo do pódio se tornou uma cena banal ao longo dos anos. Eram 98 troféus na coleção individual. Mas faltava a medalha mais desejada dos esportes. A medalha que tanto flertou, mas que nunca alcançou. Desta vez, ela veio, no que era provavelmente sua última tentativa, contra uma pedra no sapato recente. O roteiro perfeito.

Em 2008, o bronze em Pequim, ainda aos 21 anos. Parecia um indício de que o lugar mais alto do pódio olímpico era iminente. Nada disso. Quatro anos depois, queda para Andy Murray na semifinal em ambiente hostil e derrota para Juan Martín del Potro no terceiro lugar. Na chance de vingança contra o argentino, queda na estreia no Rio de Janeiro. Simbolicamente, um choro de tristeza sairia. Em Tóquio, com amplo favoritismo, sucumbiu a Zverev. O ouro não parecia ser feito para Djoko.

Mas o esporte já está acostumado a reservar histórias lendárias para os grandes. O tênis, claro, não seria exceção. Federer, na Austrália, em 2017, mostrou que ainda pulsava as quadras. Nadal, também na Austrália, cinco anos depois, deixaria o coração em quadra para virar de forma histórica sobre Medvedev. Murray não precisou de títulos, já que voltar a jogar foi sua grande marca. Em sua representatividade, Serena Williams encerrou sua trajetória em lágrimas, mas batendo em cada bola como se valesse sua vida. Guga desenhou um coração em seu tricampeonato em Roland Garros. Histórias.

Djokovic é cheio de histórias, não nos enganemos. Impossível esquecer o embate com Roger Federer em Wimbledon, em uma arena repleta de fãs do suíço, quando superou todas as forças contrárias. Ou mesmo a final australiana em 2012, contra Rafael Nadal, na batalha de quase seis horas de duração. A lista é extensa.

Mas faltava a cereja do bolo. E ela veio para espantar de vez os fantasmas contra Alcaraz em torneios grandes. No confronto direto, antes de Paris, três vitórias para cada lado. Mas vale o adendo: o espanhol superou o sérvio em finais de Wimbledon duas vezes. Novak sempre sofreu contra Nadal, quase um ano mais velho. Enfrentar um "Nadal 17 anos mais novo" dói mais ainda.

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Todos esses ingredientes levaram Djoko a lutar contra as adversidades. Para chegar voando na capital francesa, em seu melhor tênis possível, e bater de frente com quem viesse. Seja Nadal, Tsitsipas ou Alcaraz. Não havia quem pudesse parar a história que precisava ser finalizada pelo sérvio.

Mas o choro do astro após o fim do confronto é o símbolo das Olimpíadas e do quanto a atmosfera e a responsabilidade podem mexer com um atleta. Djokovic não precisava vencer mais nada em sua carreira, não precisava provar nada para ninguém. Mas sua mentalidade vencedora o levou a carregar a bandeira da Sérvia com orgulho, vestir as cores de seu país, e completar o ciclo. Assim joga um campeão.

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Djokovic em ação nas Olimpíadas (Foto: Miguel MEDINA / AFP)

A pressão de carregar toda uma nação em suas costas nos Jogos é mais do que real, é inevitável. Sucumbe quem não tem força para resistir a todos os desafios que o esporte pode incluir em seu caminho. Muitos gigantes sucumbiram, inclusive. Para muitos, a conquista não é um sinônimo de felicidade, e sim de alívio. Convenhamos: o europeu nunca teria conforto mesmo após sua aposentadoria se o ouro não aparecesse em seu caminho. Mas o destino dos gigantes também é inevitável, e quando se concretiza, não se pode apagar. Indelével. Este é Novak Djokovic.

A fúria demonstrada após a queda para Del Potro no Rio, oito anos atrás, se transformou em um momento de desabafo neste domingo (4). O amargor das lágrimas virou um gosto doce de quem, agora sim, não tem mais nada para conquistar.

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Olhar para a galeria de Novak é ver todas as histórias possíveis sendo contadas. Se é o maior da história ou não, a discussão sempre vai estar aberta diante de craques do passado, do presente e do futuro. Nunca vai haver consenso. Mas para aqueles que consideram Federer por sua elegância ou Nadal por sua garra e luta diária, não se pode desconsiderar Djokovic.

O tenista com poucos erros, poucos defeitos em seu jogo. O tenista com muitas qualidades, muita habilidade e muita facilidade para brincar com a raquete. O tenista com zero medo de jogar. O tenista com todas as conquistas possíveis. 99 vezes por conta própria. Senhoras e senhores, Novak Djokovic.

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Novak Djokovic celebra título das Olimpíadas com família (Foto: Thibaud MORITZ / AFP)

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